quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Esquadra da Horta Nova, Lisboa: Chefe da PSP acusado de homicídio de colega por negligência grosseira

«O Ministério Público acusou um chefe da PSP pelo crime de homicídio por negligência grosseira ocorrido numa esquadra em Lisboa em que a vítima foi um agente, mas reconhece ter sido uma "morte por acidente".




A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) anunciou, esta quinta-feira, que "o Ministério Público (MP) encerrou o inquérito originado com a morte de um agente da PSP vítima de disparo acidental no interior de uma esquadra, ocorrido no dia 2 de Março de 2011", adiantando que foi proferida acusação por despacho de 28 de Setembro passado, para julgamento em tribunal singular.

"Ficou indiciado que o arguido, à data chefe da PSP, entrou na sala de refeições da 13.ª Esquadra da PSP, tendo-se sentado em frente da vítima, numa das mesas aí existentes. Eram cerca das 17 horas e os agentes da PSP concentravam-se naquele local a fim de virem a organizar a segurança de um jogo de alto risco, neste caso o jogo entre o SLB e o Sporting, donde seguiriam para o Estádio da Luz", relata a PGDL no seu site na Internet.

"Como o arguido precisava de se fardar, ao sentar-se à mesa, retirou do coldre a arma de fogo que lhe estava atribuída, para posteriormente a colocar no cinturão, tendo-a pousado em cima da mesa. Entretanto, por lhe parecer que o carregador não estava bem inserido, decidiu fazer manobras com arma sem atentar na proximidade da vítima e nas próprias características da arma - uma pistola Glock semi-automática, calibre 9 mm", acrescenta.

Foi quando, "inadvertidamente e sem intenção de matar", accionou o gatilho, efectuando "um disparo acidental que veio a atingir a vítima e a provocar-lhe a morte em consequência das graves lesões ocorridas", segundo também a PGDL.

Desse modo, de acordo com a acusação, "se indiciou que o arguido violou grosseiramente os deveres de cuidado exigíveis no manuseamento de armas de fogo, tendo sido acusado pela prática do crime de homicídio por negligência grosseira".

A investigação deste caso foi dirigida pelo MP da 13.ª Secção do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa e executada pela Secção de Homicídios da Polícia Judiciária (PJ).

Este "acidente" ocorreu na esquadra da Horta Nova, em Lisboa, e o agente baleado acabou por morrer no Hospital de Santa Maria, para onde tinha sido transportado com ferimentos graves.

A Direcção Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) anunciou na altura a abertura de um inquérito.»


in JN online, 06-10-2011

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