«Manuel da Cruz foi condenado pelo tribunal criminal de Evry,
em França, a uma pena de prisão perpétua pelo sequestro, violação e assassínio
de Marie-Christine Hodeau, em Setembro de 2009. Já em 2002, o emigrante
português tinha sido condenado pela violação de uma menor.
O emigrante português deverá cumprir 22 anos de prisão efectiva antes de um eventual pedido de liberdade condicional. A pena corresponde ao que foi pedido pelo procurador do caso, Pascal Le Fur.
A sentença do tribunal foi proferida, na noite de terça-feira, no final do
julgamento, que teve início na quarta-feira passada, em Evry, região próxima de
Paris.
De acordo com o diário "Le Parisien", a advogada da família da vítima,
Dominique Polion, disse que os familiares ficaram satisfeitos com a pena
atribuída ao português.
Auxiliar de infantário raptada quando fazia 'jogging'
Manuel da Cruz, de 49 anos, raptou, violou e assassinou Marie-Cristine Hodeau
em Setembro de 2009, num bosque em Essone, nos arredores de Paris. A vítima, uma
auxiliar de infantário, estava no local a praticar 'jogging'.
O português, pai de quatro crianças, foi preso em Novembro de 2009 e acusado
pelo assassínio. Testes de ADN confirmaram que o emigrante foi o autor dos
crimes.
Em 2002, Manuel da Cruz foi condenado a 11 anos de prisão pela violação, em
2000, de uma criança de 13 anos. Em 2007, o emigrante saiu em liberdade
condicional.
Vítima de violação testemunhou em tribunal
Na quinta-feira, Morgane Vallée, a vítima de violação de Manuel da Cruz, em
2000, depôs contra o emigrante no tribunal de Evry. Segundo a jovem, as acções
do emigrante português foram calculadas, precisas, "não sendo um impulso", como
o acusado referiu em sua defesa.
"(...) Penso que não fui a sua primeira vítima. Não me espantou ele ter
recomeçado", disse a jovem francesa, referindo-se à violação e assassínio de
Marie-Cristine Hodeau.
Morgane Vallé frequentava na altura da violação a mesma escola de um dos
filhos de Manuel da Cruz, em Echilleuses, e, segundo disse em tribunal, depois
da libertação do seu violador viveu sempre com medo, já que o português voltou a
residir na mesma localidade.
"Eu não conseguia dormir, eu queria deixar a minha casa", revelou Morgane
Vallée, que tem agora 24 anos.
O português referiu em tribunal que foi vítima de maus-tratos do pai,
confirmados por uma irmã durante a sessão do julgamento na quarta-feira.
Uma antiga companheira, mãe da sua primeira filha, declarou em tribunal que
Manuel da Cruz é impulsivo e muito violento.
O caso do português, que emigrou aos sete anos, voltou a lançar na sociedade
francesa o debate sobre a castração química e a repressão da reincidência para
criminosos sexuais no país.»
in JN online, 09-11-2011
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