segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Guilhermina Rego, vereadora (PSD) da Câmara do Porto, envolvida em associação criminosa

«Um grupo de 17 indivíduos vai responder em tribunal por ter provocado um gigantesco prejuízo ao Estado, entre 1999 e 2003, mediante um esquema de facturas falsas em negócios de sucata.

Entre os arguidos está Guilhermina Rego, vereadora da Câmara do Porto.



- Guilhermina Rego, vereadora do PSD na Câmara do Porto -


Na acusação subscrita pelo Ministério Público de Gaia, os valores somam-se e parecem não ter fim. Compilados pela Inspecção Tributária e pela Polícia Judiciária, ultrapassarão, em muito, os 100 milhões de euros e constituem o volume de negócios de pelo menos cinco empresas do Grande Porto, em múltiplas aquisições e vendas entre elas próprias e firmas em Espanha. Mas estas seriam apenas sociedades de fachada, que serviriam para sacar dinheiro à Fazenda Pública, através de reembolsos de IVA por transacções efectuadas na União Europeia.

Os arguidos vão responder por acusações de associação criminosa (até oito anos de prisão) e fraude fiscal agravada e continuada (cinco anos), por alegadas práticas ilícitas durante pelo menos quatro anos - de 1999 a 2003. E vários dos suspeitos continuam a ser investigados, por factos que terão ocorrido a partir de 2004 e também escalpelizados pela Inspecção Tributária.

De acordo com a acusação, o suposto plano destinado a lesar o Estado dividia-se em várias fases. Incluía a utilização de toxicodependentes como "testas-de-ferro" de empresas fictícias, sem actividade real e que serviam apenas para passar facturas. Mas o objectivo final seria possibilitar que duas empresas do Porto tivessem facturas de supostas aquisições de sucata por valores avultados e "revender" o material a sociedades espanholas. De seguida, era pedido ao Estado o reembolso do IVA.

Ao todo, entre 1999 e 2003, o Fisco terá desembolsado 4,8 milhões de euros que nunca deveria ter entregue, por se tratar, na maior parte delas, de falsas transacções.

Guilhermina Rego - professora universitária e desde o ano passado vereadora da Câmara do Porto, líder do pelouro do Conhecimento e Coesão Social - era, a par de dois irmãos, administradora e accionista de duas das empresas investigadas. E é classificada pela acusação como uma das pessoas que montaram o plano para defraudar as Finanças, incluindo a utilização de empresas-fantasmas para facturas falsas.

A investigação do Fisco e da PJ permitiu, ainda, apurar que, nas transacções, existia efectiva movimentação de verbas, através de pagamentos em cheque. Mas, logo após os depósitos, o dinheiro era imediatamente levantado em notas e entregue pelos "testas-de-ferro" aos presumíveis mentores e beneficiários do esquema.

Os arguidos requereram abertura de instrução, para tentar evitar a ida a julgamento.»

in JN online, 01-02-2010

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