sábado, 31 de julho de 2010

Bruno Fernandes, guarda-redes do Flamengo, indiciado por seis crimes

«Suspeito responderá por homicídio, rapto, cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores.





Foi sem cabelo que Bruno Fernandes, o guarda-redes do Flamengo suspeito do homicídio da ex- -amante Eliza Samúdio, chegou ao Departamento de Investigação de Homicídios e Protecção à Pessoa (DIHPP) em Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais. O jogador rapou a cabeça devido às regras da prisão Nelson Hungria, onde está detido, tal como sete dos outros oito suspeitos da morte da modelo. Todos eles foram ontem indiciados, tendo o guarda-redes de responder por seis crimes: homicídio, sequestro, cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores.

Pelos mesmos crimes foram indiciados Luiz Henrique Ferreira Romão (Macarrão), Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza (Coxinha), Dayane Rodrigues do Carmo Souza (mulher de Bruno), Elenislon Vítor da Silva, Sérgio Rosa Sales (primo de Bruna) e Fernanda Gomes de Castro (amante de Bruno). O ex-polícia Marcos Aparecido dos Santos (Bola) foi indiciado por homicídio qualificado, formação de quadrilha e ocultação de cadáver.

O inquérito à morte de Eliza, com oito volumes, 1600 páginas e três anexos, devia ser ontem entregue ao Ministério Público. Este vai agora avaliar se apresenta denúncia à justiça contra os acusados, iniciando um julgamento, ou se pede novas avaliações.

A ida dos indiciados ao DIHPP prendeu-se com a recolha de dados como a morada, a profissão e outros dados básicos. Em declarações ao site do jornal O Globo, a polícia negou ter recolhido as impressões digitais dos suspeitos.

A recusa de Bruno em entregar o ADN para a realização de testes levou os agentes que lhe cortaram o cabelo na prisão a queimarem-no à sua frente para garantir que não seria usado mais tarde.

Eliza Samúdio está desaparecida desde 9 de Junho. Segundo a polícia de Minas Gerais, a modelo terá sido sequestrada num hotel do Rio de Janeiro. Mantida refém em casa de Bruno e mais tarde levada para Belo Horizonte, Eliza terá sido assassinada pelo ex-polícia "Bola", amigo próximo de Bruno e seu parceiro de negócios. Para as autoridades, o motivo do crime terá sido a insistência de Eliza para que Bruno reconhecesse a paternidade do seu filho. O corpo da modelo terá depois sido desmembrado e dado a comer aos cães.

O pai de Eliza, o arquitecto Luiz Carlos Samúdio, afirmou aos media que vai interpor um pedido de indemnização. Segundo ele, a morte da filha podia ter sido evitada se os seus pedidos de protecção - feitos após as ameaças e agressões de que foi alvo - tivessem sido ouvidos. No final de 2009, a modelo acusara Bruno e Macarrão de agressão. Na altura, acusou o ex- -amante de a ter obrigado a tomar medicamentos para abortar.

Suspenso enquanto investigam o seu envolvimento na morte de Eliza, Bruno "odeia a instituição do Flamengo. Por tudo o que fez com ele, sente-se abandonado", disse o advogado do guarda-redes ao site Futebol Interior. Ércio Quaresma garante, contudo, que o cliente tem os adeptos "no coração". Já a presidente do clube, Patrícia Amorim, garantiu ao Vencer que Bruno "não volta a vestir a camisola" da equipa enquanto esta estiver sob a sua liderança.

Ex-polícia, o Bola é apontado como autor material do crime.

Macarrão, como é tratado, é amigo de Bruno e braço-direito de Bruno. Terá participado no transporte e morte de Eliza.

Amigo de Bruno, terá ajudado a esconder o filho de Eliza.

O Coxinha terá participado no sequestro da modelo.

A mulher de Bruno terá ajudado a esconder o filho de Eliza.

Administrador de Bruno, o seu testemunho foi essencial.

Primo de Bruno, fez revelações importantes à polícia.

Amante de Bruno, é a única dos indiciados que não se encontra detida.»

in DN online, 31-7-2010

Já se encontra em liberdade o companheiro da presidente da Câmara de Rio Maior

«O companheiro da presidente da Câmara Municipal de Rio Maior (Santarém), Isaura Morais, que foi detido sexta-feira por posse ilegal de armas, na sequência de uma queixa da autarca por violência doméstica, já se encontra em liberdade com Termo de Identidade e Residência.

Na busca realizada em casa do casal, a Polícia Judiciária encontrou duas catanas e duas armas de fogo ilegais, uma delas escondida, não tendo, contudo, sido encontradas munições, disse à Lusa fonte policial.

Fonte próxima de Isaura Morais disse que, depois de anos de violência física e "tortura psicológica", a autarca decidiu sexta-feira apresentar queixa por ter sentido a sua vida ameaçada.

Realçando a grande coragem de Isaura Morais, tanto na sua vida privada como pública, a fonte sublinhou que a autarca é mais um exemplo de que este é um flagelo que atinge também figuras públicas.

"Espero que mais este gesto de coragem da Zami (nome carinhoso pelo qual a autarca é tratada por muitos riomaiorenses) sirva de exemplo às mulheres que suportam muitas vezes em silêncio, receando o escândalo e na esperança que um dia o agressor mude", disse.

A fonte ouvida pela Lusa disse esperar que as medidas de coação que forem aplicadas garantam a integridade física da autarca.»



in JN online, 31-7-2010

Isaura Morais, presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, agredida pelo namorado

«A presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Isaura Morais, apresentou queixa esta sexta-feira na Polícia Judicária de Leiria contra o seu ex-namorado por violência doméstica.


- Autarca do PSD terá sido vítima de violência doméstica durante seis anos -


Ao que o CM apurou junto de fonte ligada ao processo, a autarca do PSD diz ter sido alvo de violência e ameaças de morte por parte do seu companheiro nos últimos seis anos.

O CM sabe ainda que, na véspera da tomada de posse da presidência da autarquia, Isaura Morais sofreu agressões, mas escondeu as mazelas deixadas.

Durante a tarde de ontem, a PJ efectuou buscas domiciliárias à residência que ambos partilhavam, tendo encontrado armas ilegais.

O homem foi já detido por chantagem, posse de armas ilegais, extorsão, violência psicológica e cívica, devendo ser presente a tribunal durante a manhã deste sábado.»

in CM online, 31-7-2010

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Procurador-geral da República surpreso com magistrados titulares do processo Freeport

«O procurador-geral da República (PGR) ordenou hoje a realização a curto prazo de um inquérito "para o integral esclarecimento de todas as questões de índole processual ou deontológica" que o processo Freeport "possa suscitar" e apuramento de "eventuais anomalias registadas na concretização de actos processuais",

Esta é a resposta do PGR à notícia de hoje do jornal "Público" que refere que o Ministério Público foi impedido, por falta de condições, de questionar o primeiro-ministro sobre o caso Freeport.






Versão integral da nota à comunicação social

Face às notícias divulgadas pela Comunicação Social sobre o chamado caso "Freeport", importa esclarecer o seguinte:



Durante cerca de seis anos, os investigadores do processo (Ministério Público e Polícia Judiciária) ouviram quem entenderam, onde entenderam e pela forma que acharam conveniente;



Os magistrados titulares do processo procederam à investigação, com completa autonomia, inquirindo as pessoas que julgaram necessárias e realizaram todas as diligências que tiveram por oportunas;



Nunca o Procurador-Geral da República colocou qualquer limitação, designadamente de tempo ou lugar, concordando inclusive com todas as deslocações ao estrangeiro que entenderam dever fazer;



Esgotados os prazos legais, inclusive o que foi concedido pelo Senhor Juiz de Instrução, o segredo de justiça terminava em 27 de Julho, após o que vigoraria o estabelecido na lei sobre a publicidade do processo;



A Senhora Directora do DCIAP, porque todos os prazos têm um limite, veio, como é de regra, propor o dia 25 de Julho "para conclusão da fase do inquérito";




Pedido que foi deferido, com a possibilidade de prorrogação do prazo, como acontece quando a especial complexidade do processo o justifique;



Nem a Senhora Directora do DCIAP, nem os magistrados titulares do processo requereram qualquer prorrogação de prazo ou invocaram a necessidade da realização de qualquer diligência, tendo elaborado o despacho final com a data de 23 de Julho de 2010;



Foi, pois, com total surpresa que se tomou conhecimento da invocada necessidade de mais inquirições, questão que só agora se vê suscitada;



O Procurador-Geral da República ordenará a curto prazo a realização de um inquérito "para o integral esclarecimento de todas as questões de índole processual ou deontológica que o processo possa suscitar" e apuramento de "eventuais anomalias registadas na concretização de actos processuais", como foi oportunamente decidido, por unanimidade, pelo Conselho Superior do Ministério Público.

Lisboa, 29 de Julho de 2010»




Texto in Expresso online, 29-7-2010

Villers-au-Tertre, França: Mãe acusada pela morte de oito bebés (notícia actualizada)

«Dominique Cottrez confessou que matou os oito filhos recém-nascidos, foi formalmente acusada e vai continuar detida. O caso está a chocar a pequena aldeia de Villers-au-Tertre, no norte de França. É o maior caso conhecido de infanticídio no país.




A mãe das crianças, Dominique Cottrez, auxiliar de enfermagem, foi acusada de "homicídio voluntário de crianças menores de 15 anos". O Ministério Público pediu sua prisão e o juiz aceitou. A pena máxima prevista é prisão perpétua.

O pai, Pierre-Marie Cottrez, carpinteiro, está sujeito a apresentações periódicas às autoridades, não tendo sido acusado pela omissão de denúncia dos crimes e por ocultação de cadáveres.

A "negação de gravidez" - quando uma mulher grávida não tem consciência de que o está - é "um móbil que não foi avançado" pela mãe no interrogatório judicial, declarou o procurador em declarações à imprensa.


O casal, com cerca de 40 anos, residente na tranquila aldeia de Villers-au-Tertre (620 habitantes), foi hoje de manhã, quinta-feira, presente ao tribunal de Douai, perto de Lille.

O padre da aldeia colocou oito pequenas velas na porta da casa onde o casal morava. O portão foi tapado com cobertores pela polícia para esconder as investigações no interior da casa, nomeadamente no jardim.

"Penso nas crianças de todo o mundo. Penso naqueles pequeninos que não pediram para nascer e foram mortos algumas horas depois", disse o reverendo Robert Meignotte. "Estou muito triste, baptizo cinco crianças a cada domingo em 17 aldeias da freguesia. Não pomos crianças em sacos de lixo. Não compreendemos isto", acrescentou.

No sábado, os novos proprietários de uma casa que pertenceu aos pais de Dominique Cottrez descobriram ossos de duas crianças em sacos plásticos enterrados no jardim, quando se preparavam para plantar uma árvore. Em estado de choque, alertaram as autoridades.

A polícia localizou os antigos ocupantes da casa e a mãe confessou imediatamente ter assassinado "dezenas de outras crianças" recém-nascidas e que foram "sistematicamente escondidas do marido".

Os investigadores, auxiliados por cinco cães pisteiros, fizeram buscas na actual residência do casal e encontraram mais seis cadáveres.

Detido na terça-feira, o casal Cottrez tem duas filhas com cerca de 20 anos.Vizinhos contam que a mulher saía pouco de casa por ter excesso de peso.

Este é o maior caso de infanticídio múltiplo de recém-nascidos em França.

Entre os casos mais conhecidos está o dos “bebés congelados”, no qual Veronique Courjault, de 41 anos, foi condenada em 18 de Junho de 2009 a oito anos de prisão pelo assassinato de três recém-nascidos (1999 em França, 2002 e 2003 na Coreia do Sul), sem o conhecimento do marido.

Em Outubro de 2007, os corpos de seis recém-nascidos foram descobertos numa cave em Valognes (noroeste). A mãe, Céline Lesage, de 34 anos, confessou que os matou entre 2000 e 2007.»

in JN online, 29-7-2010

Magistrados criticam novo adiamento da sentença do processo Casa Pia

«Mal-estar entre juízes pode explicar adiamento para 3 de Setembro.





A leitura da sentença do processo Casa Pia foi adiada pela segunda vez. A primeira registou-se a 9 de Julho, justificando-se o adiamento para ontem com a obrigatoriedade de se exercer o contraditório sobre o novo relatório social requerido para Carlos Silvino, "Bibi". A desculpa, ontem apresentada para adiar a diligência para 3 de Setembro, é a de que a presidente do colectivo de juízes, Ana Peres, necessita de tempo para redigir o acórdão.

O Conselho Superior da Magistratura (CSM) admite que foi apanhado de surpresa com este segundo adiamento, mas diz que "não há nenhum drama". Porém, os magistrados da Associação Sindical de Juízes Portugueses (ASJP) e da Associação Juízes pela Cidadania (AjC) concordam que se trata de mais um momento desprestigiante para a imagem da justiça portuguesa. Porém, o DN sabe que a maior dificuldade em dar a conhecer a sentença aos sete arguidos, há mais de cinco anos em julgamento, prende-se com a falta de entendimento entre os três magistrados do colectivo relativamente à valoração das provas.

Segundo fontes contactadas pelo DN, o mal-estar entre o colectivo é patente há mais de um ano, sobretudo depois das alegações finais iniciadas a 24 de Novembro de 2008 e terminadas em Maio de 2009. O desentendimento tem vindo a ser comentado pelos intervenientes processuais, ao ponto de, a certa altura, recordam as fontes do DN, o arguido Carlos Cruz ter desabafado: "Um juiz quer condenar-me e outro quer libertar-me." O magistrado mais inclinado para a libertação seria Ana Peres e o mais empenhado na condenação seria Lopes Barata.

Um magistrado judicial ouvido pelo DN garante que a sentença já estaria cá fora há pelo menos dois anos se tivesse havido um bom entendimento entre o colectivo. "Houve falta de liderança disciplinadora. Deixaram fazer tudo o que os advogados quiseram para evitar recursos incidentais. Não os evitaram, existem cerca de 300, e entorpeceram o processo", disse. De mais a mais, acrescentou, "com pessoas que estão em exclusivo naquele processo". "Os juízes não fazem mais nenhum processo. Só têm aquele. As sessões deveriam ter sido marcadas com outro ritmo. A justiça teria ficado mais prestigiada se a sentença tivesse sido emitida há dois anos", frisou.

Ricardo Sá Fernandes, advogado de Carlos Cruz, lamentou o adiamento, mas mostrou-se conformado. "Mais vale tarde e bem, do que mais cedo e mal", disse.

O advogado de Carlos Silvino reagiu de modo diferente. José Maria Martins considerou "totalmente incompreensível", e associou o "atraso intolerável de todo o processo" a "pressões do poder político".

Por seu lado, Miguel Matias, advogado das vítimas, considerou que mais este adiamento "prejudica todos os intervenientes do processo que já vai longo".

A defesa de um outro arguido estranhou que o adiamento tenha sido anunciado apenas ontem, ao final da manhã. "As razões invocadas já existem há muito tempo", disse, tendo sublinhado: "E quem marca para 5 de Agosto, em plenas férias, é porque supostamente seria para cumprir. Além de que, achávamos nós, a esta altura já não estaria em causa a redacção do acórdão mas sim a revisão e correcção de algumas coisas." Mais ainda: Depois do comunicado do CSM, "pensávamos que desta é que era!", frisou.

Para António Martins, presidente da ASJP, o adiamento é para lamentar, observando que cabe ao CSM avaliar o desempenho dos juízes e dos tribunais. Para Rui Rangel, da AjC, o tempo é de credibilização e de reforço da boa imagem da justiça, e este novo adiamento é mais um contributo para a descredibilização.»

in DN online, 29-7-2010

Justiça KO




Cartoon de Rodrigo, in Expresso online, 29-7-2010

Olaias, Lisboa: Homem mata a mulher com sete facadas e entrega-se à polícia



«Um homem matou, ontem, quarta-feira, a mulher com sete facadas, em casa, nas Olaias, em Lisboa, e entregou-se à polícia, informou hoje, quinta-feira, o Comando Metropolitano da PSP.

O incidente ocorreu antes da meia noite, na casa do casal, quando o homem desferiu sete golpes na mulher com uma faca de cozinha.

Segundo a polícia, o suspeito telefonou a uma amiga do casal a confessar o crime, tendo-se entregado às autoridades quando estas chegaram à habitação.

Tanto a idade da vítima como a do agressor e o móbil do crime não foram revelados.

O homem, que se encontra detido na Esquadra das Olaias, deverá ser presente hoje a tribunal para primeiro interrogatório judicial.»
in JN online, 29-7-2010

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Brasil: 21 detidos por pedofilia na Internet no primeiro dia da operação "Tapete Persa"

«Pelo menos 21 pessoas foram ontem detidas no Brasil, no início da operação em curso "Tapete Persa", por exploração infantil, abuso sexual e pedofilia, crimes praticados através da Internet.



Autoridades brasileiras prenderam ontem, primeiro dia da operação "Tapete Persa", 21 suspeitos de exploração infantil, abuso sexual e pedofilia, crimes praticados através da Internet. Os detidos serão levados a julgamento e poderão ficar mais de 15 anos na prisão.

Segundo a Polícia Federal brasileira (PF), o Brasil ocupa o quarto lugar no ranking mundial de países que divulgam pedofilia através da Internet, perdendo apenas para a Alemanha, Espanha e Inglaterra.

A investigação está a ser coordenada pela Divisão de Direitos Humanos da PF, através do Grupo Especial de Combate aos Crimes de Ódio e à Pornografia Infantil.

Material pornográfico

A operação iniciada ontem, na qual participam mais de 400 polícias, já registou o recorde de detenções se comparada com intervenções semelhantes realizadas no ano passado, nomeadamente a operação "Turco" (11 detidos) e, em 2008, a operação "Carrossel" (cinco detidos).

No total, devem ser cumpridos 81 mandados de busca e apreensão, nos Estados de Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Distrito Federal.

As autoridades apreenderam, nas casas dos detidos, fotografias e vídeos pornográficos, alguns dos quais mostraram os próprios criminosos a abusarem de crianças.

Apoio da Interpol

A operação "Tapete Persa" tem o apoio da Interpol e da Polícia Criminal de Baden-Wurttenberg, Alemanha, que no final de 2008 descobriu que milhares de brasileiros distribuíam, partilhavam e divulgavam material pornográfico na Net. A identificação desses internautas pela PF só foi possível após a denúncia das autoridades alemãs.

Segundo declarações do delegado Marcelo Bórsio, da PF, ao jornal "Folha.com", muitas dos que possuem material pornográfico nos seus computadores e divulgam os vídeos e fotografias através da Internet são também abusadores de crianças.»

Texto in Expresso online, 28-7-2010

Leitura do acórdão do processo Casa Pia adiado para 3 de Setembro

«O colectivo de juízes que está a julgar o processo Casa Pia decidiu, esta quinta-feira, adiar de 5 de Agosto para 3 de Setembro a leitura do acórdão, sabe a TSF.

Os juízes alegaram necessidade de mais tempo para escrever o acórdão, que imediatamente a seguir à sua leitura tem de estar pronto e corrigido para ser depositado na secretaria e consultado pelas partes.

O colectivo de juízes, presidido por Ana Peres, concluiu que, até 5 de Agosto, não tinha tempo para transcrever todo o acórdão que se prevê ter milhares de páginas, pelo que decidiu adiar a sua leitura mais uma vez.»



in TSF online, 28-7-2010

Processo Casa Pia: Carlos Cruz faz duras críticas a juízes e ao Ministério Público

«A poucos dias da leitura da sentença do processo casa Pia, Carlos Cruz, em entrevista à TSF, faz duras críticas aos juízes do colectivo e ao Ministério Público.




Carlos Cruz acusa pelo menos um dos juízes de ter preconceitos contra ele desde o início do julgamento e diz que o Ministério Público deu cobertura a mentiras apenas para obter uma condenação.

Em entrevista à TSF, Carlos Cruz recusa dizer o nome do juiz, mas é categórico na acusação e diz que por preconceito as provas que apresentou não foram devidamente valorizadas pelo menos por um dos três juízes do colectivo.

«Para além dos preconceitos do Ministério Público que não se preocupa com a verdade, mas com processos perfeitamente inquisitórios, inclusivamente dando interpretações malévolas a perguntas e respostas das testemunhas, dando cobertura a muitas mentiras que se diziam em Portugal, senti no tribunal pelo menos em relação a um dos membros que desde o início tinha preconceitos, espero que os tenha perdido», afirmou Carlos Carlos.

Durante os cinco anos e meio de julgamento foram apresentados três incidentes de recusa do juiz, por suspeita de parcialidade, mas nenhum dos três partiu da defesa de Carlos Cruz.

O acórdão Casa Pia é conhecido na próxima semana. Carlos Cruz antecipa outro receio.

«Resolvido que seja o medo que tinha dos preconceitos, se ele for resolvido, o meu medo é que apagados os preconceitos tenham surgido pressões da própria estrutura do sistema judicial que pode querer agarrar no processo Casa Pia como uma bóia de salvação para a imagem degradadíssima que neste momento tem na opinião pública», adianta.

Carlos Cruz garante que se for condenado vai esgotar todas as hipóteses de recurso, diz que para além das instâncias nacionais vai recorrer para o tribunal europeu dos direitos do homem e expor o caso ao Parlamento Europeu.»

in TSF online, 28-7-2010

terça-feira, 27 de julho de 2010

Triplo homicida da Lourinhã: Ex-mulher de Francisco Leitão diz ter ficado chocado com as recentes notícias

in SIC online, 27-7-2010

Póvoa de Baixo, Tondela: Matou pai e madrasta com tiros de caçadeira



«Um homem, com 38 anos, disparou sobre o pai e a madrasta, de 67 e 55 anos, ao fim da manhã de hoje, terça-feira, numa localidade de Tondela. O pai, Fernando Ferraz, era secretário da Assembleia Municipal há 20 anos e muito conhecido no concelho.

Pelas 11.15 horas, a população de Póvoa de Baixo, Adiça, ouviu dois disparos.

Um homem, de 38 anos e funcionário administrativo no Hospital de Tondela, terá efectuado disparos de caçadeira sobre o pai e a madrasta, matando os dois na habitação do casal.

As vítimas são professores aposentados, cuja união durava há quatro anos. Fernando Ferraz era secretário da Assembleia Municipal de Tondela há mais de duas décadas, sendo por isso uma pessoa muito conhecida no concelho.

As informações disponíveis sobre o duplo homicídio indicam que o autor dos disparos terá atingido o pai em casa. A madrasta, de 55 anos, ainda tentou a fuga mas acabou atingida pelas costas já no exterior, junto ao portão da habitação.

As autoridades estão no local.

A população de Póvoa de Baixo ficou surpreendida com este crime. Todos elogiam o autor dos disparos, que era catequista e chegou a estudar para ser padre.»
in JN online, 27-7-2010

Supremo Tribunal de Justiça liberta "homicida das Marisqueiras" por excesso de prisão preventiva



«O Supremo Tribunal de Justiça ordenou hoje, terça-feira, a libertação do chamado "homicida das Marisqueiras" de Matosinhos, por excesso de prisão preventiva.

A informação foi revelada à Lusa pela advogada do arguido. Noémia Pires adiantou que a decisão foi tomada na sequência de quatro pedidos de "habeas corpus" - uma garantia constitucional em favor de quem sofre violência ou ameaça de constrangimento ilegal na sua liberdade, por parte de autoridade legítima.

O chamado "homicida das Marisqueiras" foi condenado na Comarca de Matosinhos, em 09 de Julho de 2008, a 18 anos de prisão, num julgamento que a Relação do Porto mandou repetir, com a imposição de o tribunal de primeira instância ouvir um psiquiatra que atribuíra diminuição de imputabilidade ao arguido.

O julgamento-repetição do homicida de um vigilante do parque-auto das Marisqueiras foi concluído em 12 de maio do ano passado com a condenação do arguido a 20 anos de prisão, mas a sua defesa anunciou desde logo que iria pedir a anulação do julgamento "desde o primeiro minuto", argumentando violação do princípio do juiz natural.

Os factos deste processo datam de 1 de Novembro de 2007, altura em que, segundo o Ministério Público, o arguido matou com uma facada Manuel Real, 46 anos, no chamado "Parque das Marisqueiras", em Matosinhos.

O crime foi cometido, na casa de banho, depois do arguido estacionar o seu veículo no parque de estacionamento onde trabalhara e ter conversado com o antigo colega de trabalho.

Ainda segundo a acusação, o arguido fechou a casa de banho à chave, deixando a vítima no seu interior a esvair-se em sangue. Em seguida, desligou o sistema de videovigilância e roubou dinheiro de cofres, fundo de maneio e cheques, num total de mais de 4.300 euros.

Um sistema de videovigilância alternativo, cuja existência era desconhecida pelo ex-vigilante, permitiu que este fosse identificado e detido pela Polícia Judiciária.»
Texto in JN online, 27-7-2010

Póvoa de Baixo, Tondela: Casal assassinado a tiro de caçadeira

«Um casal foi hoje assassinado a tiro de caçadeira, em Póvoa de Baixo, no concelho de Tondela, informou fonte do Destacamento Territorial da GNR de Santa Comba Dão.





De acordo com o comandante do destacamento, João Marques, as duas vítimas mortais têm idades compreendidas entre os 50 e os 60 anos.

"O homem foi morto dentro de casa, enquanto que a sua mulher foi morta no quintal", esclareceu.

O capitão João Marques avançou que já está identificado o alegado suspeito do duplo homicídio, que será o filho do homem assassinado.

"Trata-se de um homem de 37 anos", avançou, esclarecendo que a mulher assassinada é sua madrasta.

A fonte referiu ainda que o crime terá sido antecedido de "alguma discussão prévia".»

in DN online, 27-7-2010

Millennium BCP: Quatro ex-administradores acusados pelo Ministério Público vão a julgamento


«Jardim Gonçalves, Filipe Pinhal, Cristopher de Beck e António Rodrigues vão responder em tribunal pelos crimes de manipulação de mercado e falsificação de documentos»


Texto Lusa, 27-7-2010

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Ministério da Administração Interna lança guia do cidadão com 100 conselhos sobre segurança

«O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, apresentou hoje um guia do cidadão com uma centena de conselhos sobre segurança, num livro que reúne princípios essenciais para combater a criminalidade e prevenir situações de risco.




“É nosso dever manter os mais elevados níveis de segurança e reprimir qualquer forma de criminalidade, por isso desenvolvemos este livro de forma a convocar todos os cidadãos para que saibam como garantir a sua própria segurança”, afirmou Rui Pereira.

“100 conselhos de segurança” é o título do livro que, dividido em capítulos, descreve os princípios mais importantes a ter em conta para evitar situações de risco, quer em relação às crianças e comerciantes, quer no que diz respeito à segurança em casa, segurança rodoviária e nos transportes públicos e, por fim, em caso de acidentes naturais.

“Queremos um livro imediatamente útil para as pessoas para que passem a adotar comportamentos responsáveis seguros”, acrescentou.

De acordo com Rui Pereira, a iniciativa está inserida numa linha estratégica determinada pelo Ministério da Administração Interna (MAI) que visa, além de sensibilizar os cidadãos, reforçar os dispositivos de segurança, intensificar o policiamento de proximidade e utilizar a tecnologia para a prevenção da criminalidade.

Rui Pereira ressalvou, no entanto, que este livro não pretende retirar responsabilidades ao Governo, nomeadamente ao MAI, que, segundo disse, “tem a obrigação de garantir a segurança dos cidadãos”.

Numa altura em que a maioria dos portugueses se prepara para ir de férias, o ministro que tutela a pasta da Administração Interna lembrou que “esta foi a altura ideal para o lançamento deste manual, para que as pessoas tenham umas férias mais seguras”.

Este manual de conselhos estará disponível a partir de sábado e será distribuído juntamente com o jornal diário Correio da Manhã.»

Texto in Destak, 23-7-2010

Homicida do advogado João Pedro Melo Ferreira condenado a 21 anos de prisão


«Tribunal de Estarreja condenou, hoje, sexta-feira, a 21 anos de prisão um empresário da construção civil de 53 anos, que, em Setembro do ano passado, matou a tiro o advogado João Pedro Melo Ferreira, no escritório deste, em Estarreja.

Manuel Pimenta foi condenado pelo crimes de homicídio qualificado e de posse de arma proibida. Foi condenado, ainda, ao pagamento de uma indemnização à família da vítima, de 207500 euros.

O MP tinha pedido a condenação a uma pena de 19 anos de prisão. A juíza Fátima Calvo condenou Manuel Pimenta a 21 anos e considerou que a condenação é uma mensagem à sociedade.

“Os princípios de uma sociedade organizada são postos em causa por este crime”, disse a juíza.

Pedro Miguel Branco, advogado de Manuel Pimenta, anunciou que vai recorrer.

O representante da família da vítima, Carlos Pinto Abreu, considerou a pena exemplar.

Penhora de bens na origem do crime

A vítima, João Pedro Melo Ferreira, defendia a ex-mulher de Manuel Pimenta num processo de inventário e de prestação de contas. A penhora de bens para pagamento de 250 mil euros acordados num processo de inventário e de prestação de contas de uma firma do empresário de construção civil pode ter sido a causa do crime.

A ex-mulher de Manuel Pimenta, Maria Isabel, divorciada desde 2003, disse em tribunal, durante o julgamento, que o pagamento dos 250 mil euros tinha sido acordado entre as partes e poderia ser feito em prestações, mas nunca chegou a ser efectuado.

Perante a recusa de pagamento de Manuel Pimenta, o advogado João Melo Ferreira estava a tratar da penhora de bens para pagamento daquela verba.

Maria Isabel e a filha Marina, que chegaram a ser vítimas de violência doméstica, consideraram Manuel Pimenta uma pessoa nervosa.

A filha do empresário, que se emocionou quando testemunhou, chegou mesmo a classificar o pai como sendo uma pessoa vingativa e violenta.»



Texto in JN online, 23-7-2010

Almeida Rodrigues, diretor nacional da PJ: "Cadáveres não são essenciais para condenação"

«O diretor nacional da PJ, Almeida Rodrigues, disse hoje ao Expresso que "a descoberta dos cadáveres das vítimas de Torres Vedras não é essencial para uma eventual condenação em julgamento".


- Almeida Rodrigues -


O diretor nacional da PJ, Almeida Rodrigues, que hoje se encontra no Porto em visita à PJ do Norte, declarou que "a prova existente no processo de Torres Vedras já é suficiente" para relacionar Francisco Leitão com a autoria material dos homicídios de três jovens, alegadamente cometidos nos últimos dois anos.

Almeida Rodrigues reconheceu, no entanto, que a descoberta dos três corpos "é importante para consolidar a prova material dos crimes investigados", aludindo ainda a vários casos de condenações, em Portugal, de homicídios sem que os corpos tenham sido encontrados. O caso Joana, no Algarve, que não foi referido nestas declarações, é o exemplo mais famoso.

"Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para encontrar rapidamente os três cadáveres e devolvê-los às famílias, também para proporcionar alguma tranquilidade junto dos familiares enlutados", afirmou Almeida Rodrigues.

PJ quer evitar mediatização

Segundo o diretor nacional da PJ, tais diligências serão "discretas", não só visando "respeitar a dor e o luto dos familiares", como para se evitar a mediatização sobre a procura dos restos mortais dos três jovens.

Almeida Rodrigues congratulou-se com a prisão preventiva do único suspeito dos três homicídios em Torres Vedras. E precisou que "a medida de coação comprova ter sido recolhida prova sólida" pela Judiciária no processo em que Francisco Leitão está indiciado por três crimes de homicídio qualificado e de ocultação de cadáver.

O diretor nacional da PJ recusou "por motivos óbvios" revelar ao Expresso mais pormenores sobre a procura dos corpos e outras pistas relacionadas já com a eventualidade de haver mais vítimas de Francisco Leitão para além dos três jovens de Torres Vedras.

A possibilidade de mais desaparecidos da região Oeste terem sido vítimas mortais de Francisco Leitão é avançada na edição de hoje do "Jornal de Notícias".»

Texto in Expresso online, 23-7-2010

Triplo homicida da Carqueja: Polícia Judiciária investiga ligações a outros desaparecimentos


«A Polícia Judiciária (PJ) está a passar a pente fino todos os casos de desaparecidos, em particular na Região Oeste, na sequência do triplo homicídio de que é suspeito Francisco Leitão e que custou a vida a três jovens, soube o JN junto de fontes policiais.


Francisco Leitão, 42 anos, ficou, entretanto, em prisão preventiva, depois de ter sido ontem presente, pelo segundo dia consecutivo, ao Tribunal de Torres Vedras, recolhendo à prisão junto da Polícia Judiciária, em Lisboa, indiciado por três homicídios qualificados.

O receio da fuga e da repetição da actividade criminosa poderão ter sido as razões que fundamentaram a medida de coacção atribuída a Francisco Leitão, além da prova conseguida pelos inspectores da Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo (UNCT), que tem a seu cargo a investigação.

Em causa está o receio de que Francisco Leitão possa estar associado a outros desaparecimentos e a mais crimes, se bem que, até agora, não haja fundamentos de que tal possa ter acontecido, incidindo a investigação da PJ sobre os casos sobres os quais existem queixas nas várias estruturas policiais, designadamente a GNR e a PSP. A investigação da UNCT justifica-se também porque contra Francisco Leitão correm também processos de abusos sexuais sobre adolescentes. Da mesma forma, a Polícia poderá também estar a rever casos de cadáveres não identificados.

Esta nova vertente da investigação visa fazer a triagem quanto a um eventual padrão de actuação que possa estar associado a Francisco Leitão, tendo em conta a lógica dos crimes por ele alegadamente praticados.

E se bem que o arguido não tenha reconhecido os crimes, ontem, no interrogatório do juiz de instrução criminal em Torres Vedras, e tenha tido um discurso confuso e com falhas de memória, a verdade é que a PJ tem elementos que o associam directamente aos crimes.

Uma das provas, talvez das mais importantes, é a confirmação, por parte das operadoras, de que as mensagens de telemóvel alegadamente enviadas pelas vítimas a familiares não foram enviadas de Espanha e França como Francisco Leitão queria fazer crer mas sim da própria Região Oeste. As mensagens enganaram os familiares de Tânia Ramos, Ivo Delgado e Joana Silva, fazendo crer que estavam vivos e a trabalhar no estrangeiro, quando na verdade estariam já mortos.

As provas determinaram a prisão preventiva do arguido, não obstante os três cadáveres não terem sido encontrados. A possibilidade de os corpos terem sido comidos pelos porcos que Francisco Leitão tinha está afastada, segundo a PJ, mantendo-se, assim, a certeza de que as vítimas estão enterradas. As fontes garantiram também que já há segurança quanto à forma como as vítimas foram mortas, mas não revelaram pormenores.»


Texto in JN online, 23-7-2010


Alemão matou amante e a filha bebé no Algarve



«A investigação da polícia alemã e a da Judiciária apontam no mesmo sentido. Gunnar Dorries, de 43 anos, matou no Algarve a amante, Georgina Zito, e a filha, Alexandra, de apenas ano e meio, que será fruto da relação extraconjugal.

O corpo da mulher, vítima de afogamento, foi encontrado na praia do Canavial, em Lagos, e o paradeiro da criança é desconhecido, o que não abala a convicção dos investigadores.

Segundo o porta-voz do departamento de homicídios da polícia de Munique, “a frieza, crueldade e premeditação na morte da mulher, aliadas a todas as provas recolhidas e à postura do suspeito, que não colabora, não nos deixam qualquer dúvida de que também assassinou a menina”.

No sítio oficial da polícia alemã foram divulgadas fotografias das vítimas e do suspeito e é feito um pedido de ajuda para esclarecer o caso. Em Portugal corre uma outra investigação a cargo da Polícia Judiciária (PJ) de Portimão. Oficialmente a PJ não faz comentários, mas uma fonte ligada ao processo explica que a tese de duplo homicídio “é a mais provável face aos indícios recolhidos”, recusando adiantar pormenores.

Casada, Georgina engravidou de Gunnar, que não aceitou a criança e a angolana fez queixa em tribunal. Quatro dias depois da chegada a Lagos, a 6 de Junho, a mulher morreu afogada. Gunnar carregou o corpo até ao areal e simulou uma tentativa de reanimação. Com o pretexto de que iria buscar medicamentos, pegou na criança e fugiu.

Três horas depois foi visto a entrar sozinho no hotel onde estavam instalados. Viajou para Lisboa num carro alugado – já inspeccionado pela PJ – e de avião até Munique onde foi detido no dia 15.»
Texto in JN online, 23-7-2010
Imagem in Google

Ghob, o Rei dos Gnomos, Xico Avião ou Nirubu, não confessa crimes mas fica preso

«Ainda não se sabe onde estão os corpos das três vítimas. Polícia investiga chamadas efectuadas com os telemóveis dos desaparecidos.





Prisão preventiva foi a medida de coacção aplicada pelo juiz de instrução do Tribunal de Torres Vedras, ontem à tarde, ao homem que a polícia prendeu na madrugada de terça-feira sob suspeita de ter assassinado, por ciúmes, três jovens residentes no concelho da Lourinhã.

A medida decretada é a mais gravosa de todas as que podem ser aplicadas a suspeitos. Após três horas de interrogatório na quarta-feira e outras tantas ontem de manhã, o juiz entendeu que as provas apresentadas pela Polícia Judiciária (PJ) são suficientes para mandar o suspeito, de 42 anos, aguardar julgamento em prisão. Numa primeira fase, deverá ficar na zona prisional da PJ de Lisboa.

Ao contrário do que sucedeu na quarta-feira, ontem não houve possibilidade de populares agredirem o suspeito, uma vez que o juiz mandou colocar grades à volta de todo o edifício do tribunal.

A localização das antenas retransmissoras que permitiram a realização de chamadas e o envio de mensagens, através dos telemóveis das vítimas, podem ser determinantes para localizar o local ou os locais onde o sucateiro de Carqueja, Lourinhã, poderá ter escondido os corpos das três pessoas que a PJ afirma terem sido assassinadas, provavelmente com recurso a armas brancas, e depois enterradas.

A PJ tem em sua posse os telemóveis apreendidos ao suspeito e já concluiu que alguns deles são dos desaparecidos. Os investigadores também já averiguaram que, em pelo menos um dos casos, o aparelho serviu para enviar mensagens (falsas) à família alguns dias depois do suposto homicídio ter sido consumado.

Ghob, o Rei dos Gnomos, Xico Avião ou Nirubu, algumas das alcunhas pelas quais o sucateiro atendia na zona onde morava, teima em não revelar aos inspectores da Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo (UNCT) da PJ os locais onde poderá ter escondido os corpos. Mesmo após ter sido confrontado com indícios fortes recolhidos durante as investigações, recusou sempre a autoria dos crimes.

Muitas contradições

As contradições entre o que já afirmou e o que afirmam, por exemplo, familiares e amigos das vítimas são, no entanto, muitas e, até agora, inexplicáveis. À mãe da rapariga de 16 anos que terá sido assassinada a 3 de Março deste ano o suspeito terá feito crer que a jovem partira para França, para trabalhar num bar. Já em relação ao jovem que terá matado a 26 de Junho de 2008, fez constar que estava no Sul de Espanha, numa quinta que ele, o Rei Ghob, ali possuía. O desaparecido, disse ainda o sucateiro a algumas pessoas da zona, precisava de se esconder da justiça portuguesa devido a um crime nunca especificado.

Para evitar ser procurado pela polícia, o suspeito chegou mesmo a inventar uma história que "vendeu" aos pais do jovem. Convenceu-os de que estava a trabalhar no seu ramo (a sucata) e, em algumas ocasiões, supostamente quando ia a Espanha ver como estava o negócio, chegou a levar-lhe comida e dinheiro enviados pelos pais. Em declarações à SIC, uma tia da alegada vítima contou que o suspeito chegou mesmo a levar de carro o pai do rapaz. Iam visitá-lo no seu local de trabalho, em Espanha. No entanto, já numa localidade do outro lado da fronteira, fez abortar a visita, dizendo ao pai que o jovem acabara de passar num carro que com eles se cruzara e que já não era possível alcançá-lo.

Já sobre a primeira vítima, uma mulher de 27 anos que terá sido morta a 5 de Junho de 2008, o suspeito terá enviado mensagens, através do seu telemóvel, anunciando que estava bem, mas que não a procurassem.»

Texto in Público online, 23-7-2010

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Tribunal de Torres Vedras: Suspeito de triplo homicídio "não confessou" os crimes

«O suspeito do homicídio de três jovens, que ficou hoje em prisão preventiva por ordem do Tribunal de Torres Vedras, "não confessou" os crimes de que está indiciado e prestou "declarações inconsistentes" ao juiz de instrução, disse fonte ligada à investigação.




O arguido, quando confrontado com os elementos recolhidos pela investigação, deu respostas ao magistrado que "pura e simplesmente não oferecem razoabilidade", adiantou a mesma fonte à agência Lusa.

A prioridade agora dos investigadores é tentar localizar os corpos das três vítimas, referiu ainda a fonte.

O juiz de instrução criminal do Tribunal de Torres Vedras, António Luciano Carvalho, decretou hoje a prisão preventiva do suspeito do homicídio de três jovens.

O suspeito, que foi detido na terça-feira, ficará em prisão preventiva nas instalações da Polícia Judiciária de Lisboa.»

Texto in Público online, 22-7-2010

Francisco Leitão quis matar marido de vítima



«Francisco Leitão quis matar o marido da Tânia, a primeira vítima do sucateiro, segundo adiantou ao JN o sogro de Tânia, João Ramos, numa altura em que o casal estava a ter disputas frequentes, em parte devido à relação extraconjugal que ela mantinha com Ivo Delgado, a segunda vítima.

"Um dia, esse, o Francisco Leitão, veio para aí, à noite, e vinha na intenção de matar o meu filho, o Nuno", contou João Ramos. "Sabe, o meu filho era camionista e estava pouco tempo em casa e ela queixava-se disso e foi nessa altura que ela começou a andar com o Ivo. Dizia que o meu filho lhe dava pouca atenção".

A disputa foi testemunhada, também, por vários vizinhos do casal, que tinha uma filha, mas o facto ainda levanta mais dúvidas sobre o estranho comportamento de Francisco Leitão, que, por sua vez, manteria uma relação homossexual com Ivo Delgado. Um triângulo que levou à morte, primeiro, de Tânia e, depois, de Ivo.

Tânia chegou, aliás, a dormir com a filha em casa de Francisco Leitão, como recorda João Ramos. "A minha neta assim que viu a casa do Francisco Leitão na televisão disse logo que já lá tinha estado a dormir". A ruptura do casal terá ocorrido pouco antes, com um confronto físico que levou Tânia ao hospital, onde se queixou por agressão do marido à filha, então com dez anos.

Medo da Polícia

Mas a intenção manifesta de ir viver com Ivo, comunicada também a Francisco Leitão, poderá ter feito perder a cabeça ao sucateiro, que receava assim poder ficar sem o jovem. Daí ao desaparecimento de ambos foi um passo e a família de Ivo só desde então começou saber do jovem através das mensagens de telemóveis.

"Recebíamos só mensagens do telemóvel dele. Ele dizia que estava em Espanha a trabalhar e que não podia falar devido à Polícia", contou ao JN Graciete Delgado, irmã do jovem.

A família não estranhou, até porque Ivo já tinha tido problemas com as autoridades devido a furtos e receava as escutas telefónicas. Por outro lado, Francisco Leitão visitava com frequência os pais de Ivo, descansando-os e dizendo que ele estava bem, que trabalha na sucata em Espanha, onde o homicida tinha também negócios. "Até pedia dinheiro aos meus pais para lhe enviar", salientou a irmã de Ivo.

Surpresa ao homicida

Só que era, afinal, Francisco Leitão quem mandava as mensagens, pois tinha ficado com os telemóveis das vítimas. "Ele veio dizer--nos que ela estava em França a trabalhar, que estava bem e pedia--nos para lhe carregar o telemóvel para ela poder falar, por causa do roaming", contou aos jornalistas Fátima Silva, mãe de Joana, a última vítima de Francisco Leitão.

O contacto entre ambos tinha nascido no início do ano, através de Ana Silva, de 22 anos. "Fui eu quem a apresentou ao Francisco Leitão". E a partir daí o grupo passou a encontrar-se no centro comercial Arena, na Lourinhã. Segundo Ana Silva, foi assim também que Joana veio a relacionar--se com Luís.

Luís tinha problemas com a Polícia e o amor com Joana rapidamente nasceu, conduzindo aos ciúmes do sucateiro. "A última mensagem, que ainda era dela, era a dizer que se iam encontrar com o Francisco , mas pedia para ninguém dizer nada ao Francisco, queria fazer-lhe uma surpresa".»
Texto in JN online, 22-7-2010

Francisco Leitão "É o Charles Manson de Torres Vedras", diz o criminologista Barra da Costa

«A casa habitada por Francisco Leitão, suspeito do homicídio de três jovens, é o rosto da personagem que ele criou: um castelo que mistura um imaginário infantil e negro sem o alhear da realidade. "É o Charles Manson de Torres Vedras", afirma ao JN Barra da Costa.


- Casa de Francisco Leitão -



Os elementos conhecidos do triplo crime perpetrado pelo homem de 40 oferecem poucas dúvidas a Ana Rodrigues, psicóloga criminal. "Aquele indivíduo criou uma personagem - a de rei dos gnomos - na qual acredita e faz os outros acreditarem, sobretudo os jovens com quem mantinha algum tipo de ligação e que, de resto, o defendem. Terá ganho ascendente sobre eles através de um misto de sobrenatural - anunciou o fim do mundo na internet - com ilusionismo e truques de magia. Estava perfeitamente consciente do que estava a fazer, o que elimina a hipótese da inimputabilidade. A motivação foi passional".

A prova dessa consciência, acrescenta, "são as seis câmaras de vigilância colocadas em casa e as janelas emparedadas, o que significa uma necessidade de controlar e, ao mesmo tempo, de se proteger, de não ser vigiado". O homem detido na madrugada de terça-feira é suspeito da morte de duas raparigas, de 16 e 27 anos, e de um rapaz de 22 anos.

A especialista é mais prudente em relação à possibilidade de estarmos perante um assassino em série: "Um serial killer mata três ou mais pessoas durante um período de tempo ligeiramente curto com intervalos de arrefecimento emocional. Mas, neste caso, há ainda poucos dados para fazermos este tipo de catalogação".



- Francisco Leitão,suspeito do homicídio de três jovens -


O criminologista e antigo inspector-chefe da Judiciária, José Barra da Costa, não descarta esta tese, mas concentra-se nas características do suspeito para estabelecer uma comparação entre o português e o norte-americano Charles Manson, líder de um grupo que declarou ódio à Humanidade e que cometeu vários assassinatos, como o da actriz Sharon Tate, mulher do realizador Roman Polanski. "Este indivíduo tem um estatuto a defender perante o grupo que criou. Tem um discurso apocalíptico mas, ao mesmo tempo, revela ingenuidade. Não entende que a visibilidade conseguida através dos vídeos colocados no YouTube e a utilização do telemóvel das vítimas para enviar mensagens à família como se estivessem ainda vivas facilitariam a investigação à polícia".

E é justamente ancorado na sua experiência como investigador que Barra da Costa, autor do livro "Filhos do Diabo, assassinos em série, satânicos e vampirescos", não menospreza a homossexualidade de Francisco Leitão. "Em termos criminais, o homossexual é um indivíduo violento. Por norma, o conflito faz muito sangue, muitas facadas, raramente usa arma de fogo. Há uma relação de grande emocionalidade com a homossexualidade." Daí que, apesar de ainda não haver corpos, o especialista afirma que ficará "surpreendido" se se vier a descobrir que os crimes foram praticados sem violência. E acrescenta ainda que não ficaria "admirado" se os corpos estiverem escondidos na própria casa do suspeito.

Apesar de ainda estarmos no vulnerável terreno das suspeições, Barra da Costa acredita que "Almeida Rodrigues, director geral da PJ, não iria penhorar a sua boa fama conseguida em casos anteriores, se não tivesse já um número considerável de provas." »


- José Martins Barra da Costa, criminologista e antigo inspector-chefe da Judiciária -


Texto in JN online, 22-7-2010
Imagens in Google

Decretada prisão preventiva para Francisco Leitão, o autodenominado "rei Ghob"



«O Juiz de Instrução do Tribunal de Torres Vedras, António Luciano Carvalho, decretou hoje a prisão preventiva do suspeito do triplo homicídio de três jovens.

A decisão foi comunicada às 15h50 pela escrivã auxiliar do tribunal.

A mesma fonte informou que o suspeito ficará em prisão preventiva nas instalações da Polícia Judiciária de Lisboa.»





Texto Lusa, última hora, 22-7-2010

Homicida de Ermelo condenado a 14 anos e meio de prisão



«António Cunha, de 62 anos, candidato do PS à Junta de Freguesia de Ermelo, foi, hoje, condenado, pelo Tribunal de Vila Real, a uma pena de 14 anos e seis meses de cadeia, por ter assassinado a tiro Maximino Clemente, de 57 anos, marido da presidente da Junta de Freguesia de Ermelo, Mondim de Basto, no dia das eleições autárquicas de 2009.

Foi condenado, em cúmulo jurídico, pelos crimes de homicídio simples e de posse de arma ilegal.

O tribunal obriga, também, António Cunha, ao pagamento de uma indemnização de 157,5 mil euros à mulher da vítima, Maria da Glória Nunes, actual presidente da junta de freguesia, pelo PSD, que se recandidatou ao cargo.

A pena é inferior à solicitada pelo Ministério Público, que pediu uma condenação para António Cunha, 62 anos próxima dos 25 anos de cadeia.

António Cunha matou Maximino Clemente, militar da GNR aposentado, com quem tinha desavenças antigas, em 11 de Outubro de 2009. A vítima estava na mesa de voto de Fervença, aldeia anexa de Ermelo, quando foi atingida na cabeça por um tiro de uma caçadeira de canos serrados disparada pelo candidato socialista. Teve morte imediata.

No Tribunal de Vila Real, na primeira sessão do julgamento, a 15 de Junho, António Cunha confessou o crime. No entanto, afirmou que “não ia para matar o homem” e que estava “arrependido”.»
Texto in JN online, 22-7-2010

Membros do "Gangue de Valbom" condenados a penas de prisão até 15 anos



«Os membros do chamado "Gangue de Valbom" foram hoje, quinta-feira, condenados a penas de prisão que variaram entre os 15 e os quatro anos e seis meses de cadeia. Foram dados como provados quase todos os crimes por que os 16 elementos eram acusados.

Em concreto foi dado como provado o crime de roubo por “carjacking” de que foi vítima um inspector da Polícia Judiciária do Porto. Neste caso foi identificado um dos assaltantes, conhecido como “Fábio Gordo do Cerco”.

Este indivíduo acabou condenado a 14 anos e seis meses de cadeia.

O inspector da PJ Carlos Castro foi ferido com disparos de "shotgun" em 16 de Abril de 2008, quando se aproximava da residência, levando dois filhos menores, na tentativa de “carjacking” que o tribunal deu como provada.

A leitura do acórdão hoje, quinta-feira, nas varas criminais do Porto decorreu sob fortes medidas de segurança, tendo até sido cortado o trânsito temporariamente nas ruas próximas ao tribunal.

Nas alegações finais, em Maio, o Ministério Público (MP) pediu uma "pena suficientemente dissuasora da prática de crimes" para os arguidos, considerando que são "criminosos profissionais".

As penas a aplicar "deverão estar na proximidade dos dois terços do máximo", defendeu a procuradora do processo, depois de ter considerado provados mais de 40 crimes perpetrados pelo grupo cujo nome se refere a uma localidade do concelho de Gondomar e que foi desarticulado na "Operação Charlie", realizada por 150 elementos da PJ, em Setembro de 2008.

Em causa estão crimes de roubo, homicídio na forma tentada, detenção de arma proibida, ofensa à integridade física qualificada, receptação e tráfico de estupefacientes.

O grupo, que começou a ser julgado em 8 de Março e que inclui dez arguidos em prisão preventiva, recorria à violência para se apoderar de automóveis que utilizava posteriormente no roubo de ouro e prata, de telemóveis e acessórios, bem como de dinheiro, sintetiza a acusação do MP.»
Texto in JN online, 22-7-2010

Torres Vedras: Suspeito de triplo homicídio ouvido pelo juiz de instrução criminal abandonou tribunal


«Francisco Leitão abandonou o tribunal de Torres Vedras, onde deverá regressar pelas 15h00, altura em que serão conhecidas as medidas de coacção aplicadas pela Justiça portuguesa.


O alegado homicida de três jovens chegou ao Tribunal de Torres Vedras às 09h50 para continuar a ser ouvido pelo juiz de instrução criminal, num dia mais calmo com reforço policial e colocação de grades que impediram a aproximação de familiares.

O dia de quarta-feira ficou marcado pelos insultos e agressões ao suspeito por parte de populares e familiares das vítimas.»



in CM online, 22-7-2010

Caso do autodenominado "rei Ghob": Vídeo gravado em cemitério foi chave para a PJ

«Suspeito de triplo homicídio esteve sob vigilância da PJ antes de ser detido. O seu 'Audi A4' já foi sujeito a perícias. A PJ analisou à lupa todos os vídeos de 'rei Ghob' na Internet. (veja vídeo em baixo)




Francisco Leitão, conhecido na Internet como "rei Ghob", nos dias anteriores à sua detenção esteve durante vários dias sujeito a vigilância policial cerrada.

Antes de ser detido, os investigadores da Unidade Nacional contra o Terrorismo visionaram também todos os vídeos e mensagem que colocou na Internet. "Esse trabalho tinha de ser feito", refere fonte policial. Um vídeo colocado a 20 de Janeiro de 2010 chamou a atenção dos investigadores. A gravação é aparentemente feita no interior do cemitério de Peniche, onde supostamente surge "rei Ghob", que ostenta uma máscara a dançar sobre uma campa. "Esse vídeo suscitou-nos alguma atenção, mas há outros que analisámos...", refere fonte ligada à investigação.

O telemóvel de Francisco Leitão também esteve sob escuta e foram pedidos registos às diferentes operadoras para triangulação do sinal de antenas dos telemóveis das supostas vítimas. "Isso é obrigatório numa investigação policial num caso com estes contornos", refere outra fonte policial.

Contudo, Francisco Leitão continua a não revelar aos investigadores o local onde terá ocultado os três cadáveres.

O seu carro, um Audi A4 (que eventualmente poderia ter sido usado para transportar corpos), foi sujeito a perícias, mas a PJ não divulga o resultado.

A PJ também fez buscas, entre outros locais, num eucaliptal nas imediações da casa acastelada onde Francisco Leitão morava em Carqueja, Torres Vedras. A indicação do local foi dada aos investigadores pelo pai de Ivo, uma das vítimas.

"Não vamos fazer novas buscas às cegas. Mas não estamos dependentes das declarações do suspeito", afirma fonte policial.

Francisco Leitão chegou ontem ao Tribunal de Torres Vedras poucos minutos depois das 14.00 e o forte aparato policial serviu para o proteger de mais de uma centena de populares que o esperavam. Protecção física porque, no curto trajecto a pé a caminho do tribunal, a emoção tomou conta dos presentes. A palavra "assassino" foi repetida até à exaustão entre outros impropérios lançados ao homem algemado.

Já com o suspeito no interior do tribunal entraram elementos da Polícia Judiciária com caixas repletas de documentos.

Francisco Leitão saiu do tribunal quase sete horas depois, pelas 20.40. De novo algemado e rodeado de polícias que o protegeram da multidão em fúria. O suspeito regressa hoje a tribunal, pelas 10.30, para voltar a ser ouvido. A inquirição não foi totalmente feita ontem, já que foi nomeado um defensor oficioso que quis estudar o processo antes de o suspeito ser interrogado pelo juiz.

O autodenominado "rei Ghob" passou a noite de terça-feira no Estabelecimento Prisional da Polícia Judiciária, onde regressou ontem para a sua segunda noite atrás das grades. Francisco não vai ter acesso à Internet na cadeia. Não vai conseguir ler os comentários que agora surgem nos vídeos que colocou online (o último dos quais no domingo, 24 horas antes de ser detido). Nas centenas de comentários colocados nas últimas horas, a grande maioria é para o ofender e desejar a pior sorte possível.




in DN online, 22-7-2010

Caso Bruno do Flamengo: Corpo carbonizado pode ser de Eliza

«A polícia vai realizar exames de ADN para averiguar se um corpo totalmente carbonizado encontrado há quase um mês na fronteira entre os estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro é de Eliza Samúdio, a ex-amante de Bruno, guarda-redes do Flamengo, desaparecida desde Junho e de cuja morte ele é suspeito.



"Nós não afirmamos nada. O único facto concreto é a existência do corpo", afirmou o chefe da polícia da localidade de Cachoeira, onde o cadáver foi encontrado. O que chamou a atenção foi o cadáver ter sido encontrado no dia 26 de Junho, dois dias depois do desaparecimento de Eliza. O corpo estava num local de fácil acesso para quem vem de Minas, onde a morte terá ocorrido, e foi deixado ali por homens que estavam num carro com matrícula do Rio, como o de Bruno. Além disso, na região não foi noticiado na altura qualquer desaparecimento.

Entretanto, um dos suspeitos da morte de Eliza, o ex-polícia Marcos Santos, suposto executor da modelo, queixou-se de agressão pela polícia. Recorde-se que outro suspeito, ‘Macarrão’, acusado de ter raptado Eliza e de a ter levado para Minas, também se queixou no início da semana de ter sido agredido durante o interrogatório policial.»

in CM online, 22-7-2010

Polícia Judiciária diz que os três jovens de Torres Vedras foram assassinados e enterrados

«As famílias dos três jovens desaparecidos na zona de Torres Vedras já foram avisadas de que houve homicídio. As vítimas terão sido enterradas por Francisco Leitão em locais que a PJ ainda procura determinar. O suspeito volta hoje, quinta-feira, a tribunal.



A Polícia Judiciária (PJ) já não tem qualquer dúvida de que os três jovens que se viram envolvidas em triângulos amorosos com Francisco Leitão e que, entretanto, desapareceram, foram assassinados e enterrados. As investigações prosseguem, no entanto, no sentido de localizar os corpos e determinar com exactidão as circunstâncias em que a morte de Tânia Ramos, 27 anos, Ivo Delgado, 22 anos, e Joana Correia, 16 anos, ocorreram.

Francisco Leitão, o único suspeito detido pela PJ, começou ontem a ser interrogado por um juiz no Tribunal de Torres Vedras e hoje vai ali regressar. À chegada tinha à sua espera uma população revoltada, que chegou a agredi-lo.

Namorado de Joana escapou

Durante a investigação iniciada em Março, na sequência de uma queixa apresentada pelos familiares de Joana na GNR, os inspectores da Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo (UNCT), que tem a seu cargo a investigação, coligiram provas que dão como certo o triplo homicídio, assim como o enterramento dos cadáveres.

Aparentemente, apurou o JN, o indivíduo teria, também, a intenção de matar Luís, o namorado de Joana. Só a pressão da Polícia Judiciária terá impedido que o sucateiro levasse a cabo os seus intentos, numa lógica de matar as jovens rivais das suas paixões homossexuais e, ao mesmo tempo, de apagar os testemunhos dos antigos namorados.

Durante os sucessivos homicídios terá havido sempre a preocupação de Francisco Leitão em ocultar os crimes. Para isso, já depois das mortes, transmitia aos familiares das vítimas a ideia de que aquelas estavam vivas, visitando--as com frequência e usando os seus telemóveis, que manteve na sua posse, para estabelecer um diálogo fictício, o que foi mais claro nos casos de Joana e de Ivo Delgado, como familiares e amigos contaram ao JN e a PJ confirmou.

No entanto, Francisco Leitão, logo no início das investigações, chegou a dar sinais de nervosismo e desespero. Vizinhos chegaram a dar conta de que pelo menos uma vez o INEM foi chamado para o levar ao hospital.

Aparentemente, segundo familiares de Joana adiantaram ao JN, Francisco chegou a tomar comprimidos em excesso, numa simulação de suicídio. Este incidente coincidiu com o aumento da pressão da PJ, que o considerou como suspeito desde o início da investigação.

Audi, copos e tabaco atraíam jovens desfavorecidos

"Ele costumava ir ao meu bairro buscar dois gajos", conta um dos muitos adolescentes desempregados da Areia Branca, localidade do concelho da Lourinhã onde o indivíduo que é suspeito da morte de três jovens da Região Oeste, Francisco Leitão, recrutava rapazes para lhe fazerem companhia.

Alberto, chamemos assim àquele adolescente, garante que nunca foi íntimo de Francisco Leitão e que nunca esteve em sua casa, mas admite que chegou a "apanhar boleia" dele. Numa ocasião, acompanhou-o a um bar de alterne. Francisco, que pagou os bilhetes, também ia acompanhado de uma mulher, conta Alberto, apesar de não se mostrar surpreendido com as notícias que lhe apontaram relacionamentos homossexuais.

Nos vídeos que Francisco colocou na Internet, Alberto reconhece vários rapazes da zona da Lourinhã. Pelo que conta, eram atraídos, sobretudo, pelas conversas e pelo Audi preto de Francisco Leitão, bem como pelos copos e tabaco que ele pagava. De resto, Alberto afirma que raramente viu Francisco Leitão com pessoas da mesma faixa etária. "Andava quase sempre com bacanos mais novos".

Mais rapazes, mas também raparigas. Uma delas seria Joana Correia, a jovem desaparecida a 3 de Março e que, para a Polícia Judiciária, foi assassinada por Francisco Leitão. Alberto conhecia-a e afirma que a viu duas vezes com Francisco. Uma delas foi numa festa, em Marteleira, na companhia de "outro bacano".»

in JN online, 22-7-2010

A história de Zé Borrego, o único assassino em série português







«O sucateiro de Carqueja, Torres Vedras, não é um assassino em série. Os três homicídios que lhe são atribuídos não reúnem o conjunto de características que, de acordo com os investigadores criminais, podem servir para o catalogar como um assassino em série. Para encontrar, em Portugal, alguém que corresponda à designação, é necessário recuar até ao final da década de 1960, altura em que o comerciante Zé Borrego desceu das serranias até Lisboa para, a mando de um poder divino, matar homossexuais, esquartejar os corpos e espalhá-los junto a linhas de água, onde finalmente seriam purificados.

Zé Borrego, homem de grande compleição física, de grande fé e igualmente dotado de uma grande dose de crendice, deixou um dia as serranias da Beira Baixa e rumou a Lisboa. Agia, conforme confessou mais tarde ao agente da Judiciária responsável pelo seu caso, mandado por Nossa Senhora. A sua missão, nas ruas de Lisboa, era acabar com o pecado.

O pecado, segundo a cartilha de Zé Borrego, tinha um rosto: a homossexualidade masculina. Foi assim que se aproximou de cinco pessoas, que as seduziu e que, em quartos de pensões, acabou por as estrangular. Depois, esquartejou-as, meteu os restos dos seus corpos em sacos plásticos e espalhou-os junto à água. Apareceram restos mortais em Paço de Arcos, mas também nas margens do Trancão, em Sacavém.

Após semanas de investigações a polícia chegou a Zé Borrego, que depressa confessou e justificou os crimes.

Os dias que se seguem são passados com o suspeito a prestar declarações na Judiciária e a ir dormir à antiga Penitenciária de Lisboa. Com o decorrer dos depoimentos Zé Borrego ganha confiança com o agente responsável pelo processo. Criam uma certa empatia. O homem a quem Nossa Senhora ordenou um dia que descesse a Lisboa para acabar com a homossexualidade masculina passou a ter no polícia um amigo, que escutava as suas razões e não as reprimia a murro e pontapé. É que, na Penitenciária, os seus crimes já lhe haviam merecido algumas surras.

Zé Borrego acaba por dizer ao polícia que tem ainda de matar mais duas pessoas. Desta feita já não são homossexuais. São dois guardas prisionais que o terão espancado em diversas ocasiões. O agente da Judiciária, sempre paciente, pede-lhe um favor: que não mate mais ninguém.

A honra não é palavra vã para Zé Borrego, que aceita o pedido do polícia (para não voltar a matar), mas que impõe uma condição. Diz que para poupar a vida aos guardas prisionais tem de acabar com a sua. "Você não se mate aqui [nas instalações da Judiciária], que isso é dar-nos ainda mais trabalho", responde-lhe, meio distraído, o polícia. Zé Borrego, homem de palavra, volta nessa noite para a Penitenciária de Lisboa. Na manhã seguinte é encontrado morto na cela, pendurado pelo pescoço.

No caso do homem suspeito da morte dos três jovens, em Carqueja, não é conhecida uma obsessão como a de Zé Borrego. O que se lhe conhece da personalidade não o aponta como um assassino em série. A mesma característica não é, de resto, condizente com o que se conhece relativamente a outros homicidas portugueses que nos últimos anos têm enchidos páginas de jornais.

O "Estripador de Lisboa" matou, em 1990, cinco prostitutas. Todas eram toxicodependentes e algumas estavam infectadas com o vírus da sida. Oficialmente o assassino, que esventrava as vítimas e espalhava as vísceras pelo chão, não é conhecido. Oficiosamente sabe-se que a história destes crimes até foi contada em livro escrito pelo suspeito, o qual veio a morrer com sida. Os casos do cabo Costa, de Santa Comba Dão, que violou três jovens, matando-as e escondendo os cadáveres, bem como Vítor Jorge, que matou a tiro sete pessoas na Praia do Osso da Baleia, não reuniram características, psiocológicas e de actuação, que permitissem declará-los como assassinos em série.»

Texto in Público online, 22-7-2010

Caso Francisco Leitão: Polícia Judiciária acredita na tese dos homicídios e que as vítimas foram enterradas

«A Polícia Judiciária (PJ) garante possuir provas materiais que demonstram que os três jovens desparecidos em Junho de 2008 e Março deste ano, no concelho da Lourinhã, foram assassinados pelo sucateiro de 42 anos que foi detido na madrugada de terça-feira, junto sua residência, no lugar de Carqueja. Apesar dos corpos ainda não terem sido encontrados, existe a convicção que as três pessoas terão sido mortas com recurso a armas brancas. As buscas para os encontrar estão a processar-se no triângulo compreendido entre Peniche, Lourinhã e Torres Vedras.





Ontem à tarde, quando o homem conhecido como "Xico Avião" e "Ghob, o Rei dos Gnomos", deu entrada no Tribunal de Torres Vedras, uma multidão aguardava-o com impropérios, tendo algumas pessoas chegado a agredi-lo a murro e com sapatos arremessados à cabeça. A convicção da sua culpa é, de resto, a mesma que fontes policiais têm quando garantem que assassinou em 2008 Ivo Delgado, de 22 anos, Tânia Ramos, de 27 e, já este ano, Joana Correia, de 16.

Foi o desaparecimento desta última jovem que levou os inspectores da Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo (UNCT) da PJ às provas que agora se garante poderem incriminar o suspeito. Joana Correia estava dada como desaparecida, sendo o seu caso investigado por uma outra secção da PJ, quando, em Março, se reuniram indícios de que poderia ter sido sequestrada, entrando então a UNCT em acção.

À medida que investigavam o desaparecimento de Joana surgiram no caminho dos inspectores indícios do eventual homicídio das duas outras vítimas. O sucateiro de Carqueja, que alegadamente terá atraído as vítimas para uma mata, ou que para aí as transportou de carro depois de as ter matado com golpes de armas brancas, cometeu o erro de, com o passar do tempo, utilizar alguns dos bens que lhes retirou, nomeadamente telemóveis.

No caso de Tânia Ramos, que o suspeito terá feito constar ter ido para o estrangeiro à procura de trabalho, há mesmo um pormenor que nunca convenceu a PJ relativamente às causas do desaparecimento. É que a mulher tinha, a 5 de Junho de 2008, quando desapareceu, uma menina de quem nunca se afastava. Familiares, amigos e conhecidos nunca acreditaram que tivesse abandonado a criança e nunca mais comunicasse.

O sucateiro terá matado esta mulher depois de, alegadamente, a outra vítima de 2008 ter iniciado com ela uma relação amorosa, terminando a que manteve com o suspeito. Foram os ciúmes que o terão levado ao primeiro crime e a necessidade de o ocultar que o levaram, três semanas mais tarde, a matar a segunda pessoa. Quanto a Joana, desaparecida em Março deste ano, terá cometido o erro de namorar com um rapaz de quem se dizia que seria pretendido pelo suspeito. Foi com estas versões, assim como outras colhidas pela PJ, que o detido começou ontem a ser confrontado por um juiz de Torres Vedras, num interrogatório que decorreu até às 20h30 e será retomado esta manhã, pelas 10h00.»

Texto in Público online, 22-7-2010

O fim do mundo anunciado por Francisco Leitão (Rei Ghob) chegou primeiro a Carqueja, na Lourinhã

«Juiz do Tribunal de Torres Vedras começou a ouvir suspeito de três crimes por paixão e ciúme. Uma das vítimas teria ligeiro atraso mental.



- Casa do suspeito concentra as atenções da população local -


No lugar de Carqueja, a polícia rondava a casa do suspeito há vários dias. Não longe dali, em São Bartolomeu dos Galegos, um agente à paisana era visto estacionado ou a circular discretamente, todos os dias da última semana. Alguma coisa se passava nesta pacata freguesia da Lourinhã. E tanto João Hipólito como a mulher Albertina Honório, donos do café A Curva, perceberam isso.

Mesmo assim, é com espanto que ouvem as notícias de ontem na televisão de que o homem a quem são atribuídos três possíveis homicídios, na terra ali ao lado, Carqueja, começou a ser ouvido por um juiz de instrução criminal do Tribunal de Torres Vedras. Espanta-os sobretudo a suspeita de assassínio. O resto, dizem, encaixa na postura "estranha" que o homem de 42 anos assumia.

Inventava histórias mirabolantes e levava jovens, muito jovens, para sua casa. Contava que tinha um carro vermelho que dava 150 km/hora em marcha-atrás com água, sem combustível - e chegou por isso a ser entrevistado na televisão. Tinha um negócio de sucateiro que o pai lhe deixara antes de ir viver para Setúbal e depois da mãe morrer. Dizia que era filho de Lucifer. Fazia festas gay e filmava vídeos a anunciar o fim do mundo.

O fim do mundo parece ter chegado, sim, a Carqueja, onde, de postigos fechados, as casas anunciam pessoas ausentes, a trabalhar no campo, ou algumas coladas ao ecrã, perplexas, a tentar perceber o que se passava dentro daquela casa misteriosa e diferente, mesmo ali ao lado. "Podia ter sido connosco?", parecem interrogar-se em salas escuras em dia de sol.

Entre as três vítimas, a mais recente seria Joana Correia, de 16 anos, desaparecida em Março deste ano. Foi então que terá começado a investigação policial, mas a história que as pessoas de São Bartolomeu dos Galegos melhor conhecem vem de trás, 2008, e envolve Ivo, que trabalhava com o suspeito e teria uma relação amorosa com ele, e Tânia, que Ivo depois escolheu para sua namorada, deixando o sucateiro. Os homicídios terão sido motivados pelos ciúmes de Ivo (quando este passou a namorar com Tânia em 2008) e mais recentemente de outro jovem (quando este escolheu Joana).

Um luto difícil

Ivo levava e trazia Tânia ao domingo a ver a mãe no bairro social. Mas Ivo era também muitas vezes visto com o suspeito para quem trabalhava e com quem se envolvera. Um dia, saiu de casa dos pais em Serra do Calvo, como fazia todos os dias, para ir trabalhar, e nunca mais voltou. Tinha menos de 20 anos. Desapareceu, mas do seu telemóvel os pais recebiam mensagens a dizer que estava bem e a trabalhar em Espanha. Porém, dois anos sem ouvirem a sua voz adensaram as dúvidas da família.

"Umas vezes ligava, mas não dizia nada e os pais pensavam que era só para ouvirem a sua voz e saber que estavam bem", conta uma tia ao PÚBLICO. "Todos os dias nos perguntávamos se ele estaria bem, se teria desaparecido, morrido. Sobretudo nos últimos tempos. Ao jantar, era tudo do que falávamos." Agora, acrescenta, as notícias da detenção do suspeito que falam da morte de Ivo não deixam margem para dúvidas. Os pais, irmãs e tias não têm o corpo para velar. Mas começam a fazer um luto difícil. O pai de Ivo, quando ouviu as primeiras notícias, saiu de casa "sem falar, sem dizer para onde ia". A mãe esteve ontem à porta do Tribunal de Torres Vedras "para ver se via o filho". A tia, em lágrimas, vai lembrando como se da lembrança tirasse consolo. "Ivo era um miúdo meigo. Disseram à mãe, quando ele tinha 18 anos, que ele teria um pequeno atraso." Por essa altura, já trabalhava "lá naquela casa".

O suspeito vivia com a irmã e os sobrinhos, de três e seis anos, filhos do último companheiro desta, já depois da saída do pai das crianças. O futuro destes é incerto. Mas estavam ontem dentro da casa, fechada, com a mãe, à espera do que decidirá o juiz do irmão em cuja inocência ela acredita piamente.»



Texto in Público online, 22-7-2010

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