- Casa de Francisco Leitão -
Os elementos conhecidos do triplo crime perpetrado pelo homem de 40 oferecem poucas dúvidas a Ana Rodrigues, psicóloga criminal. "Aquele indivíduo criou uma personagem - a de rei dos gnomos - na qual acredita e faz os outros acreditarem, sobretudo os jovens com quem mantinha algum tipo de ligação e que, de resto, o defendem. Terá ganho ascendente sobre eles através de um misto de sobrenatural - anunciou o fim do mundo na internet - com ilusionismo e truques de magia. Estava perfeitamente consciente do que estava a fazer, o que elimina a hipótese da inimputabilidade. A motivação foi passional".
A prova dessa consciência, acrescenta, "são as seis câmaras de vigilância colocadas em casa e as janelas emparedadas, o que significa uma necessidade de controlar e, ao mesmo tempo, de se proteger, de não ser vigiado". O homem detido na madrugada de terça-feira é suspeito da morte de duas raparigas, de 16 e 27 anos, e de um rapaz de 22 anos.
A especialista é mais prudente em relação à possibilidade de estarmos perante um assassino em série: "Um serial killer mata três ou mais pessoas durante um período de tempo ligeiramente curto com intervalos de arrefecimento emocional. Mas, neste caso, há ainda poucos dados para fazermos este tipo de catalogação".
E é justamente ancorado na sua experiência como investigador que Barra da Costa, autor do livro "Filhos do Diabo, assassinos em série, satânicos e vampirescos", não menospreza a homossexualidade de Francisco Leitão. "Em termos criminais, o homossexual é um indivíduo violento. Por norma, o conflito faz muito sangue, muitas facadas, raramente usa arma de fogo. Há uma relação de grande emocionalidade com a homossexualidade." Daí que, apesar de ainda não haver corpos, o especialista afirma que ficará "surpreendido" se se vier a descobrir que os crimes foram praticados sem violência. E acrescenta ainda que não ficaria "admirado" se os corpos estiverem escondidos na própria casa do suspeito.
Apesar de ainda estarmos no vulnerável terreno das suspeições, Barra da Costa acredita que "Almeida Rodrigues, director geral da PJ, não iria penhorar a sua boa fama conseguida em casos anteriores, se não tivesse já um número considerável de provas." »
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