A mãe das crianças, Dominique Cottrez, auxiliar de enfermagem, foi acusada de "homicídio voluntário de crianças menores de 15 anos". O Ministério Público pediu sua prisão e o juiz aceitou. A pena máxima prevista é prisão perpétua.
O pai, Pierre-Marie Cottrez, carpinteiro, está sujeito a apresentações periódicas às autoridades, não tendo sido acusado pela omissão de denúncia dos crimes e por ocultação de cadáveres.
A "negação de gravidez" - quando uma mulher grávida não tem consciência de que o está - é "um móbil que não foi avançado" pela mãe no interrogatório judicial, declarou o procurador em declarações à imprensa.
O casal, com cerca de 40 anos, residente na tranquila aldeia de Villers-au-Tertre (620 habitantes), foi hoje de manhã, quinta-feira, presente ao tribunal de Douai, perto de Lille.
O padre da aldeia colocou oito pequenas velas na porta da casa onde o casal morava. O portão foi tapado com cobertores pela polícia para esconder as investigações no interior da casa, nomeadamente no jardim.
"Penso nas crianças de todo o mundo. Penso naqueles pequeninos que não pediram para nascer e foram mortos algumas horas depois", disse o reverendo Robert Meignotte. "Estou muito triste, baptizo cinco crianças a cada domingo em 17 aldeias da freguesia. Não pomos crianças em sacos de lixo. Não compreendemos isto", acrescentou.
No sábado, os novos proprietários de uma casa que pertenceu aos pais de Dominique Cottrez descobriram ossos de duas crianças em sacos plásticos enterrados no jardim, quando se preparavam para plantar uma árvore. Em estado de choque, alertaram as autoridades.
A polícia localizou os antigos ocupantes da casa e a mãe confessou imediatamente ter assassinado "dezenas de outras crianças" recém-nascidas e que foram "sistematicamente escondidas do marido".
Os investigadores, auxiliados por cinco cães pisteiros, fizeram buscas na actual residência do casal e encontraram mais seis cadáveres.
Detido na terça-feira, o casal Cottrez tem duas filhas com cerca de 20 anos.Vizinhos contam que a mulher saía pouco de casa por ter excesso de peso.
Este é o maior caso de infanticídio múltiplo de recém-nascidos em França.
Entre os casos mais conhecidos está o dos “bebés congelados”, no qual Veronique Courjault, de 41 anos, foi condenada em 18 de Junho de 2009 a oito anos de prisão pelo assassinato de três recém-nascidos (1999 em França, 2002 e 2003 na Coreia do Sul), sem o conhecimento do marido.
Em Outubro de 2007, os corpos de seis recém-nascidos foram descobertos numa cave em Valognes (noroeste). A mãe, Céline Lesage, de 34 anos, confessou que os matou entre 2000 e 2007.»
in JN online, 29-7-2010
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