sábado, 31 de julho de 2010

Bruno Fernandes, guarda-redes do Flamengo, indiciado por seis crimes

«Suspeito responderá por homicídio, rapto, cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores.





Foi sem cabelo que Bruno Fernandes, o guarda-redes do Flamengo suspeito do homicídio da ex- -amante Eliza Samúdio, chegou ao Departamento de Investigação de Homicídios e Protecção à Pessoa (DIHPP) em Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais. O jogador rapou a cabeça devido às regras da prisão Nelson Hungria, onde está detido, tal como sete dos outros oito suspeitos da morte da modelo. Todos eles foram ontem indiciados, tendo o guarda-redes de responder por seis crimes: homicídio, sequestro, cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores.

Pelos mesmos crimes foram indiciados Luiz Henrique Ferreira Romão (Macarrão), Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza (Coxinha), Dayane Rodrigues do Carmo Souza (mulher de Bruno), Elenislon Vítor da Silva, Sérgio Rosa Sales (primo de Bruna) e Fernanda Gomes de Castro (amante de Bruno). O ex-polícia Marcos Aparecido dos Santos (Bola) foi indiciado por homicídio qualificado, formação de quadrilha e ocultação de cadáver.

O inquérito à morte de Eliza, com oito volumes, 1600 páginas e três anexos, devia ser ontem entregue ao Ministério Público. Este vai agora avaliar se apresenta denúncia à justiça contra os acusados, iniciando um julgamento, ou se pede novas avaliações.

A ida dos indiciados ao DIHPP prendeu-se com a recolha de dados como a morada, a profissão e outros dados básicos. Em declarações ao site do jornal O Globo, a polícia negou ter recolhido as impressões digitais dos suspeitos.

A recusa de Bruno em entregar o ADN para a realização de testes levou os agentes que lhe cortaram o cabelo na prisão a queimarem-no à sua frente para garantir que não seria usado mais tarde.

Eliza Samúdio está desaparecida desde 9 de Junho. Segundo a polícia de Minas Gerais, a modelo terá sido sequestrada num hotel do Rio de Janeiro. Mantida refém em casa de Bruno e mais tarde levada para Belo Horizonte, Eliza terá sido assassinada pelo ex-polícia "Bola", amigo próximo de Bruno e seu parceiro de negócios. Para as autoridades, o motivo do crime terá sido a insistência de Eliza para que Bruno reconhecesse a paternidade do seu filho. O corpo da modelo terá depois sido desmembrado e dado a comer aos cães.

O pai de Eliza, o arquitecto Luiz Carlos Samúdio, afirmou aos media que vai interpor um pedido de indemnização. Segundo ele, a morte da filha podia ter sido evitada se os seus pedidos de protecção - feitos após as ameaças e agressões de que foi alvo - tivessem sido ouvidos. No final de 2009, a modelo acusara Bruno e Macarrão de agressão. Na altura, acusou o ex- -amante de a ter obrigado a tomar medicamentos para abortar.

Suspenso enquanto investigam o seu envolvimento na morte de Eliza, Bruno "odeia a instituição do Flamengo. Por tudo o que fez com ele, sente-se abandonado", disse o advogado do guarda-redes ao site Futebol Interior. Ércio Quaresma garante, contudo, que o cliente tem os adeptos "no coração". Já a presidente do clube, Patrícia Amorim, garantiu ao Vencer que Bruno "não volta a vestir a camisola" da equipa enquanto esta estiver sob a sua liderança.

Ex-polícia, o Bola é apontado como autor material do crime.

Macarrão, como é tratado, é amigo de Bruno e braço-direito de Bruno. Terá participado no transporte e morte de Eliza.

Amigo de Bruno, terá ajudado a esconder o filho de Eliza.

O Coxinha terá participado no sequestro da modelo.

A mulher de Bruno terá ajudado a esconder o filho de Eliza.

Administrador de Bruno, o seu testemunho foi essencial.

Primo de Bruno, fez revelações importantes à polícia.

Amante de Bruno, é a única dos indiciados que não se encontra detida.»

in DN online, 31-7-2010

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