«O Departamento de Armas e Explosivos (DAE) da PSP, com o poder de licenciamento dos respetivos negócios, está no centro de teias de interesses que movimentam milhões de euros. Já foram presos, ao longo dos anos, agentes corrompidos por armeiros - e, ontem de manhã, a Judiciária apanhou mais seis polícias, que terão sido corrompidos por 50 empresários donos de pedreiras.
Os seis elementos da PSP, acredita a PJ e o Ministério Público, emitiam, em troca de milhares de euros, licenças para compra de explosivos que muitas das vezes eram desviados do seu objetivo inicial, que era exclusivamente de trabalho em pedreiras de todo o País - e que acabavam colocados à venda no mercado negro, mas a preços entretanto inflacionados.
Este negócio, lucrativo, já era feito posteriormente pelos empresários que exploram pedreiras, depois de terem as licenças dos explosivos nas mãos. São os corruptores ativos de um esquema que ontem de manhã foi desmantelado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária, em articulação com a 9ª secção do DIAP de Lisboa - 50 empresários foram, para já, constituídos arguidos.
Quanto aos polícias, estão indiciados por corrupção passiva. Três dos seis elementos da PSP arguidos ficam em liberdade a aguardar o desfecho do processo por opção do Ministério Público e os outros três estão detidos - vão ser hoje presentes para primeiro interrogatório no Tribunal de Instrução Criminal.
A investigação da Judiciária já decorria há largos meses, em absoluto sigilo e com a colaboração dos elementos responsáveis da própria PSP, que discretamente conseguiram apurar uma extensa lista com 50 empresários que foram favorecidos pelos polícias corrompidos através da atribuição de licenças de explosivos.
A operação de ontem, apurou o CM, passou ainda pela realização de 20 buscas da PJ aos suspeitos, de norte a sul do País.»
in CM online, 26-6-2013
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