«A presidente da Junta de Segura, no concelho de Idanha-a-Nova, e o marido foram mortos a tiro de caçadeira, esta terça-feira de manhã. A vítima já tinha apresentado queixa por agressão contra o alegado homicida, que acabou por se entregar à GNR.
A presidente da Junta de Freguesia de Segura foi morta a tiro, cerca das 10 horas desta manhã, no edifício da autarquia, do concelho de Idanha-a-Nova. O marido também foi atingido pelos disparos.
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Idanha-a-Nova disse ao JN que os primeiros homens da corporação a chegar ao local do crime confirmaram que Maria de Lurdes Sobreiro, de 55 anos, "já estava sem pulso".
"Ainda fora acionados os meios do INEM", nomeadamente uma VMER e um helicóptero, acrescentou José Neves, para acudir ao homem da autarca, também atingido pelos disparos de caçadeira. Os esforços foram em vão. José Sobreiro, de 59 anos, acabaria por não resistir aos ferimentos de tiro que, aparentemente, o atingiram no peito.
O suspeito dos disparos de caçadeira que vitimaram Maria de Lurdes Sobreiro e
José Sobreiro é um empreiteiro, José Torres, de 62 anos, que se entregou no
posto da GNR de Zebreira.
A pequena freguesia, com cerca 180 habitantes, está em choque com o crime. "Ninguém quer acreditar que isto tenha acontecido", contou ao JN Fernanda Esteves, funcionária do Centro de Dia de Segura, que não encontra motivos que justifiquem o sucedido.
Havia questões, "mas motivos para matar nunca há", acrescentou a funcionária. Questões antigas, por todos na terra conhecidas. As desavenças entre o autor do crime e Maria de Lurdes Sobreiro tinham vindo a crescer desde que a autarca foi eleita, nas últimas eleições autárquicas, que venceu por um voto.
Em Setembro de 2011, Maria de Lurdes apresentou queixa no tribunal após ter sido agredida pelo homem que alegadamente hoje a matou. O suspeito era dono de uma empresa de construção e problemas relativos a obras na freguesia acabaram por agudizar ainda mais a relação.
Segundo testemunhas, o suspeito esteve no café perto do edifício da Junta até às 10 horas da manhã, hora a que a presidente terá chegado.
Maria de Lurdes Sobreiro foi eleita pela primeira vez para a presidência da junta de freguesia de Segura em 2009, como independente. Era "querida por todos" porque "a muitos tem ajudado".
"Mas na política é assim, não se consegue agradar a todos", concluiu a funcionária do Centro de Dia de Segura.
"Os idosos estão em choque, hoje ninguém quer comer, ninguém quer fazer nada", explicou Fernanda Esteves.
O marido de Maria de Lurdes terá passado na junta apenas para dar um recado à mulher e terá sido surpreendido pelo agressor.»
in JN online, 12-6-2012
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