«A Polícia Judiciária anunciou esta segunda-feira a detenção de dez pessoas,
entre as quais dois médicos e cinco delegados de informação médica, acusadas de
falsificação de documentos, burla qualificada e corrupção no Serviço Nacional de
Saúde.
A operação realizada pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção no âmbito de um inquérito do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) conduziu ainda à apreensão de diverso material relacionado as fraudes em questão e outro obtido com os lucros, como sejam viaturas de gama alta.
Os detidos serão presentes esta terça-feira às autoridades competentes para o primeiro interrogatório judicial e eventual aplicação de medidas de coação.
Dois médicos, cinco delegados de informação médica, dois armazenistas e uma pessoas que fazia a ligação entre os elementos do grupo são os dez detidos no âmbito da operação que recebeu a designação de "Remédio Santo".
Fonte ligada ao processo citada pela agência Lusa afirmou que o esquema de fraude e falsificação de documentos envolvia um sistema em que médicos prescreviam medicamentos, através de listagens do SNS, com as receitas a serem entregues a farmácias, onde os medicamentos comparticipados pelo Estado português eram levantados para seguirem, não para os doentes cujos nomes constavam das receitas, mas para exportação.
Os medicamentos iam para exportação depois de se dar baixa nas farmácias com a correspondente comparticipação do Estado português.
O prejuízo já apurado ascende a 10 milhões de euros, mas estima-se que o valor global da fraude possa atingir os 50 milhões de euros.
A investigação, a cargo da Polícia Judiciária (PJ) e do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), incidiu na região norte, designadamente no Porto, Maia e Pombal, tendo sido realizadas diversas buscas domiciliárias e não domiciliárias.»
in JN online, 25-6-2012
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