quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Sintra: Violador da net (Rogério Pebre) condenado a cinco anos e meio de prisão

«"Mas pai, como é que me podem condenar se eu nunca toquei na minha filha?" Foi desta forma incrédula que Rogério Pebre, de 43 anos, reagiu quando ouviu ontem da boca do pai, por telefone, que tinha sido condenado a cinco anos e meio de prisão pela prática de abusos sexuais contra a filha, hoje com dez anos. Encontra-se preso em Beja, onde já estava detido preventivamente desde Abril.


O ex-segurança, que ficou conhecido no País como o ‘violador da net', alcunha que lhe foi atribuída por correr contra ele um outro processo em que é acusado de ter violado duas mulheres que aliciou em redes sociais na internet, ficou assim a saber da pena que lhe foi atribuída pelo Tribunal de Sintra, na segunda-feira, que deu como provados os crimes sexuais praticados em 2006 contra a filha, na altura com apenas seis anos.

A acusação foi deduzida pela 4ª Secção do DIAP de Sintra e Rogério Pebre já tinha sido condenado, no passado, a uma pena suspensa, por maus tratos à filha e à companheira.

Carlos Pebre, pai de Rogério, disse ontem ao CM que o filho vai recorrer desta condenação, uma vez que considera não haver provas e que tudo não passa de uma armadilha. "Falo com ele quase todos os dias e diz-me que não fez nada de mal, muito menos à própria filha. Os exames feitos à menina não revelaram nada e o meu filho acredita que esta tenha sido forçada a dizer certas coisas. Ele pensa que isto é uma vingança pessoal da ex-companheira."

Por altura dos crimes, Rogério Pebre era um frequentador de várias redes sociais na internet, nomeadamente o Hi5 e o Facebook, onde mantinha contacto com desconhecidas, com quem marcava encontros românticos. Duas delas apresentaram queixa por violação.

Nas mesmas redes sociais, Rogério Pebre tinha várias fotografias da filha, onde se lia o nome da menor e a idade.

DUAS MULHERES ACUSAM-NO DE VIOLAÇÃO

Além do processo pelo qual foi agora condenado, Rogério Pebre vai ainda responder no Tribunal de Mértola pelo eventual abuso sexual de duas mulheres, que terá conhecido em redes sociais. "Procuro companheira respeitadora e humilde dos 18 aos 34 anos." Esta era a frase que servia de chamariz às vítimas, que ao longo de semanas eram seduzidas pelo ex-segurança.

Após ganhar a confiança das mesmas, Rogério Pebre é acusado, com o pretexto de irem jantar juntos, de as raptar e sequestrar nas próprias casas, na Azambuja e em Mértola, e, sob ameaça de uma arma de fogo, de as violar. Após os abusos, Rogério seguiria as duas vítimas, ameaçando as famílias destas de morte caso elas recusassem novos encontros. Foi detido em Abril, em Alcoentre, pela Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo da PJ.

"OS OUTROS PRESOS JÁ O DEIXAM EM PAZ"

Na altura em que foi detido, a 25 de Abril passado, Rogério Pebre recolheu à prisão de Beja, na qual não foi bem recebido pelos outros reclusos dado a natureza dos crimes pelo qual vinha acusado. Na altura, o pai, em conversa com o nosso jornal, relatava que o filho tinha sido agredido por outros detidos, mas que não tinham sofrido ferimentos graves. No entanto, segundo Carlos Pebre, o cenário agora é outro. "Bateram-lhe porque ele estava acusado de violação. Mas ele depois disse-lhes que não tinha feito nada e os outros presos já o deixam em paz. O meu filho está bem, mais calmo e sereno na prisão." »


in CM online, 20-10-2010

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