sexta-feira, 15 de julho de 2011

Eurodeputado Paulo Rangel: Bastonário dos Advogados é 'simplista, populista e demagogo'


«O eurodeputado Paulo Rangel acusou o bastonário dos Advogados, cara a cara, de adoptar um discurso "simplista, populista e demagógico", que "nada ajuda" a resolver os problemas da Justiça.

"Não aceito, nem posso aceitar, que alguém corrobore este discurso simplista, populista e demagógico. Alguém tem que dizer isto em Portugal", afirmou o eurodeputado, que também é advogado. A crítica a Marinho e Pinto, que teve réplica e treplica, foi proferida quando os dois participavam quinta-feira, à noite, no Porto, juntamente com o conselheiro e antigo ministro da Justiça Laborinho Lúcio, no debate "Justiça -- como fazer a rotura?", promovido pela Câmara Municipal. "É com discursos destes que a Justiça está como está!", lamentou Paulo Rangel, acusando o bastonário de contradições no seu próprio discurso.

"Estivemos 50 minutos a ouvir o bastonário que disse várias vezes uma coisa e o seu contrário", afirmou, referindo-se nomeadamente a alusões de Marinho e Pinto ao relacionamento dos juízes com os procuradores do Ministério Público.

O bastonário reagiu, lamentando profundamente o estilo de Paulo Rangel e acusando-o de o confundir "provavelmente" com um adversário eleitoral. "O meu estilo é público e notório. Não sei o que o surpreendeu", disse, explicando que mantém o que vem dizendo "há anos" e lamentando que eurodeputado o criticasse "de forma desleal e traiçoeira". Marinho e Pinto garantiu que vai "continuar a defender que um advogado não deve ser deputado ao mesmo tempo. É a transparência no sistema democrático. Vou continuar a denunciar os clientes que se angariam na Assembleia da República".

Referindo que os ataques "mais vis" que recebeu foram de advogados, garantiu que não deixará de expor as suas ideias "por muito que desagradem" a outros. "Eu não ando à procura de votos. Outros andam. A mim não me asfixiam", acrescentou numa aparente alusão à expressão que "asfixia democrática" que celebrizou Paulo Rangel, num discurso que proferiu numas comemorações do 25 de Abril. Rangel ainda usou a treplica para acusar Marinho e Pinto de se "vitimizar" e para sublinhar que não lhe fez um ataque, manifestando apenas discordância face às suas posições.

No mesmo debate, Laborinho Lúcio defendeu uma "profunda" revisão constitucional na área da justiça como forma de superar as dificuldades do sector.»


in DN online, 15-7-2011

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