quinta-feira, 28 de julho de 2011

Policia Judiciária está a investigar emails com informações de autor dos ataques na Noruega

«A Policia Judiciária (PJ) está a investigar vários endereços de correio electrónico registados em Portugal que receberam documentação enviada pelo autor dos ataques na Noruega, Anders Breivik, disse hoje à Lusa fonte da direcção daquele órgão de investigação.

“A Policia Judiciária está a investigar que tipo de contacto existe”, entre o autor dos crimes na Noruega e os proprietários dos endereços de correio electrónico registados em Portugal e “em que circunstâncias ocorreram os contactos, quais os destinatários e se existem relações”, revelou fonte da Direcção Nacional daquele órgão superior de investigação criminal.

As autoridades da Noruega “forneceram um conjunto de informações” à PJ, à “semelhança do que aconteceu com outros países”, em que constavam “alguns endereços electrónicos registados” em Portugal, pelo que a PJ iniciou uma investigação “por cautela” com o objectivo de recolher mais informações, acrescentou a fonte.

O autor confesso dos atentados na Noruega enviou o seu manifesto de mais de 1500 páginas a 1003 endereços de email duas horas antes dos ataques, afirmou, citado pela Reuters, um deputado belga, de um partido flamengo de extrema-direita que estava entre os destinatários da mensagem.

Usando o nome inglês Andrew Berwick, com que assinou o manifesto, o extremista enviou por email o documento e um vídeo de propaganda no YouTube, às 14h09, em Oslo, cerca de hora e meia antes de ter feito detonar uma bomba no edifício onde funciona o gabinete do primeiro-ministro na capital. Sabia-se que seis horas antes do ataque Breivik tinha colocado o manifesto online e que o tinha divulgado através de uma página de Facebook.

No documento há várias instruções para quem queira levar a cabo ataques semelhantes e são detalhados alguns passos que o extremista deu – mas não são indicados os alvos.

O deputado belga Tanguy Veys recebeu o documento dirigido a “Patriota da Europa Ocidental” e notou que entre os endereços estavam pessoas do Reino Unido, Itália, França e Alemanha. Os do Reino Unido eram o maior grupo. Já antes tinha sido indicada uma ligação de Breivik com a English Defence League, grupo que diz “estar farto do radicalismo muçulmano no Reino Unido”. O norueguês terá assistido a uma manifestação do grupo em Londres no ano passado, e indicava-o como modelo a seguir em acções de rua.

Veyes diz que não teve qualquer contacto com Breivik e condenou as suas acções. “Parece muito difícil encontrar um critério em relação a quem ele enviou o documento. É muito estranho que eu apareça”, sublinhou à mesma agência.»


in Público online, 28-7-2011


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