Três crimes de violação à jovem turista italiana, sequestrada dentro de uma pensão em Lisboa, conforme está indiciado o guineense pelo próprio Ministério Público, não levaram a procuradora, no dia 9, a promover a prisão preventiva do suspeito até ao julgamento. Teria de se apresentar de 15 em 15 dias à PSP, mas, entretanto, já está em fuga.
Deu ao tribunal uma morada na Amora, Seixal, onde nunca viveu no pouco tempo que passa em Portugal – quem lá mora é a irmã. E, na última sexta-feira, dia em que estava pessoalmente notificado para se apresentar na esquadra da área de residência, não meteu os pés na PSP da Cruz de Pau. Passaram duas semanas desde que a Judiciária o levou a tribunal e escapou. Não foi acautelado o perigo de fuga.
Só já depois de o guineense ter saído à solta do tribunal se percebeu que o suspeito de três violações – uma por cada dia em que a jovem esteve sequestrada – deu uma morada falsa, passa a vida entre Portugal e Espanha, onde é procurado por crimes, e já tinha um pedido de paradeiro dos Juízos Criminais de Lisboa, por tráfico de droga.
VIAGEM DE FINAL DE UNIVERSIDADE ACABA EM TERROR
A italiana de 25 anos, estudante universitária em final de curso, chegou de comboio a Lisboa no último dia 5, sexta-feira, depois de uma passagem por Faro. Andava a deambular pelas ruas do Chiado, à procura de uma pensão, quando o guineense, 42 anos, meteu conversa para a ajudar. Acabou por atrair a vítima a um quarto por ele arrendado na zona do Conde Redondo, conforme declarações da turista à PJ, local onde foi violada e agredida sucessivamente até domingo, dia 7, pelo homem que lhe retirou a carteira e os documentos. Sequestrada e mantida sempre sob ameaça, adiantou a PJ em comunicado no dia 9, a jovem era levada à rua, onde pagava todas as despesas do violador e não conseguia fugir nem pedir socorro por medo.
PERÍCIAS APONTAM PARA SEXO E AGRESSÕES NO PESCOÇO
O relatório pericial do Instituto de Medicina Legal de Lisboa, examinada a vítima, não deixa dúvidas sobre as relações sexuais mantidas e faz referência a uma lesão que a jovem italiana apresentava ao nível do pescoço – passível com a violência exercida pelo imigrante guineense. E a Judiciária, pelas provas testemunhais e outras que recolheu, anunciou em comunicado: "[...] na unidade hoteleira, impedindo a vítima de sair, violou-a e aí a manteve contra a sua vontade [...]. Depois de breves saídas à rua e sempre sob apertado controlo do suspeito, o qual lhe retirara previamente toda a documentação e bens pessoais, voltaria a violentá-la sexualmente." »
in CM online, 29-8-2011
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