«Um empresário de Gondomar está deitado no chão desde a manhã de hoje, quinta-feira, à porta da Bosogol, em Leiria, a reclamar cerca de 37 mil euros.
Carlos Pinto, proprietário da Anettconstrói, empresa do sector da construção civil, está deitado em frente a um dos portões de saída da empresa Bosogol, em Parceiros, Leiria.
Em declarações à agência Lusa, o empresário explicou que a Bosogol, do sector da construção civil, lhe deve 37 mil euros
"Não tenho dinheiro para pagar aos meus funcionários, tenho dívidas para com a Segurança Social e Finanças e o banco já não me empresta mais dinheiro", contou, deitado no chão.
O empresário afirmou que trabalhou para a Bosogol, como sub-empreiteiro durante cerca de quatro meses: "Como não pagavam não fiz mais trabalhos".
Para Carlos Pinto o recurso aos tribunais é uma "perda de tempo" e exemplificou com um processo que tem a decorrer contra outro devedor, que "dura há sete anos".
Esta acção do empresário é o último recurso. "Cheguei ao limite. O meu gestor de conta já não me empresta mais dinheiro. O cartão de crédito já ultrapassou em muito o plafond e tenho 16 funcionários a quem já não paguei o mês de Janeiro", revelou.
Segundo Carlos Pinto, esta dívida já o obrigou a "tirar dinheiro" de sua casa para "meter na empresa".
As tentativas para liquidar a dívida já foram muitas.
"Ligo para a empresa e dizem que o administrador não está e que também estão a passar por dificuldades. Mas eu não posso dizer isso ao fisco ou à Segurança Social", disse
O director financeiro da empresa conversou com Carlos Pinto e transmitiu-lhe que o administrador da Bosogol iria recebê-lo ainda hoje.
Vários populares têm tentado alertar Carlos Pinto para o frio da noite. Um cobertor e uma almofada foram deixados ao lado, mas só após muita insistência é que o empresário permitiu ser tapado.
O administrador da Bosogol, António Vieira, confirmou à agência Lusa uma dívida de cerca de "35 mil euros", mas que não pode pagar.
"A Bosogol tem um processo de recuperação na banca, a aguardar resposta e há algum tempo um pedido de insolvência. Tenho as contas penhoradas, pelo que não posso pagar, porque também não posso receber dos clientes", acrescentou António Vieira.
O responsável pela empresa de construção civil adiantou ainda que vai conversar com Carlos Pinto, mas encontra-se a cerca de uma hora de Leiria.»
in JN online, 03-02-2011
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