sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Tribunal de Vila do Conde: Empresário chinês detido por rapto fica em prisão preventiva

«O empresário chinês anteontem detido pela Policia Judiciária (PJ) do Porto, na sequência do rapto e sequestro de uma concidadã, vai ficar em prisão preventiva. A decisão do juiz e instrução criminal de Vila do Conde foi conhecida a meio da tarde, altura em que a PJ dava a conhecer ter detido os dois indivíduos, igualmente de nacionalidade chinesa, envolvidos no caso.

O rapto foi concretizado no dia 25 de Janeiro, quando a vítima se dirigia para a sua residência, na zona de Vila do Conde. Antes de ter sido encarcerada num apartamento em vila Nova de Famalicão, foi amordaçada e atada a um árvore em lugar ermo, onde terá igualmente sido ameaçada de morte, caso o seu marido não procedesse ao pagamento de uma alegada dívida ao raptor.

Depois de uma denúncia da família, a PJ conseguiu localizar anteontem a mulher, tendo na altura procedido à detenção principal suspeito. Os dois homens ontem detidos, um com 17 e outro com 41 anos, terão colaborado no rapto. O mais novo é filho do empresário, que agora fica em prisão preventiva, e terá desempenhado a tarefa de vigia à sequestrada ao longo dos nove dias de cativeiro. Ambos serão amanhã apresentados ao juiz, para que lhes sejam fixadas as medidas de coação.

Ao que apuraram as autoridades policiais, a quantia exigida pelo raptor ao marido da vítima, também ele chinês, resultava de dívidas de jogo clandestino, actividade normalmente conotada com a actuação das famosas máfias orientais. A PJ procura apurar agora se este é um episódio isolado ou se enquadra na actividade daquele tipo de organizações.

Este será também o primeiro caso em que as autoridades portuguesas deslindam um caso de criminalidade grave no seio da comunidade chinesa em Portugal. Sinal de que algo de muito grave se estaria a passar, foi o facto de o caso ter sido denunciado pelos familiares da vítima à polícia portuguesa, uma atitude praticamente inédita numa comunidade que se rege por rigorosos códigos de ética e que sempre procura resolver internamente todos os diferendos.»


in Público online, 04-02-2011


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