terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Renato Seabra confessa que ataque a Carlos Castro durou uma hora

«Renato Seabra, acusado de ter assassinado Carlos Castro, declarou-se, hoje, perante o Grande Júri do Supremo Tribunal Criminal de Nova Iorque como "não culpado".



O jovem de Cantanhede ficou ainda a saber que é acusado de homicídio de 2º grau e que voltará a ser ouvido a 4 de Março.

A audiência decorreu na sala 13, do 13º andar do Supremo Tribunal Criminal de Nova Iorque e demorou três minutos.

Vestido com um fato prisional cor-de-laranja, esteve sempre algemado e cabisbaixo. O advogado falou por ele: "Não culpado", disse, logo que confrontado com a acusação de homicídio de segundo grau.

Se for provado o crime, a pena pode oscilar entre 25 anos e prisão perpétua. O português continua preso, sem direito a fiança.

O JN questionou a procuradora Maxime Rosenthal, por que não foi avançada acusação de homicídio de primeiro grau, mas ela recusou explicar.

Os serviços do tribunal libertaram entretanto documentos do processo, incluindo a acusação formal e o depoimento de Renato prestado quando foi detido pelas autoridades norte-americanas.

Nesta peça processual, redigida na terceira pessoa, o modelo português confessa que matou Carlos Castro. E conta pormenores.

Contou que veio para Nova Iorque a 29 de Dezembro, com o cronista social.

A 7 de Janeiro, no quarto 3416, do Hotel Intercontinental, ele e Carlos tiveram uma discussão verbal - sem dizer a razão -, que se transformou em confronto físico.

Depois, diz que agarrou Carlos Castro pelo pescoço, por trás, pressionando-lhe a garganta. Confirmou que golpeou a vítima com um saca rolhas na área genital e na cara e ainda que lhe cortou os testículos com o mesmo objecto.

Afirmou ainda que atingiu na cabeça com um monitor de um computador e que o calcou na cara, com os seus sapatos.

O ataque, admitiu, durou pelo menos uma hora.

Quando Carlos Castro perdeu a vida, tirou as suas próprias roupas, tomou um banho de chuveiro, vestiu um fato e deixou o quarto.

À saída, encontrou uma amiga do Carlos e a sua filha. Estas perguntaram onde estava Carlos e por que razão não respondia a numerosas chamadas telefónicas.

O arguido disse ter sido evasivo e que tentou ir-se embora. Mas elas continuaram a fazer lhe perguntas sobre onde estava o Carlos e em que quarto estava.

Retorquiu-lhes que estava no quarto, deu-lhes o respectivo número e abandonou o hotel.

Disse ainda o arguido que vagueou por um bocado pela cidade e e apanhou um táxi na "Penn Station", estação de comboios em Nova Iorque. Diz que o condutor o levou para o "Roosevelt St. Luke's Hospital".»


in JN online, 01-02-2011

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