«Rui Rio alertou, esta quinta-feira, que a situação que o país atravessa "é de tal maneira grave que uma simples troca de Governo não é suficiente", sendo necessário intervir ao nível do regime. Mas "a reforma mais urgente é a da Justiça" que, diz o presidente da Câmara do Porto, "está pior do que no tempo da ditadura".
No lançamento de um ciclo de conferências sobre os "Grandes Debates do Regime", que o autarca apresentou como contributo para ajudar os partidos a entenderem-se para resolver os problemas do país e que decorrerá desde 31 deste mês até Abril de 2012, Rui Rio foi questionado pelos jornalistas sobre uma eventual queda do Executivo. "Isto é de tal maneira grave que uma simples troca de Governo não é suficiente", respondeu, na sala de Imprensa da Câmara. E reforçou que "se houvesse eleições antecipadas", isso não significaria "uma mudança de regime, mas uma mudança de Governo".
"Se tudo se precipitar, a curto-prazo, este ciclo de debates, que incluiu fundadores de vários partidos, terá menos importância, se não se precipitar", espera que possa "influenciar os partidos quanto à necessidade de se entenderem para as reformas futuras". A iniciativa, ressalvou, não pretende ser sobre "o estado do país por causa da actuação" do Executivo socialista.
Se não fizermos "reformas profundas e rupturas em alguns sectores, o regime vai mesmo à falência", advertiu. Neste domínio, "o sistema da Justiça funciona pior do que no tempo da ditadura", denunciou, referindo-se ao "dia-a-dia" e excluindo os "julgamentos políticos que agora não há". Outro desafio é "a credibilização do poder político" e "o maior problema do país é o endividamento externo".
No ciclo de debates, logo no primeiro dia, participarão fundadores partidários como Francisco Pinto Balsemão, Mário Soares e Diogo Freitas do Amaral. Santana Lopes, Lobo Xavier, Laborinho Lúcio, Marinho Pinto, Daniel Bessa, Pacheco Pereira e António Vitorino são outros oradores confirmados para este ciclo.»
in JN online, 03-3-2011
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