«Rui Gonçalves, suspeito do duplo homicídio, ocorrido em Junho de 2010, terá confessado que a mulher, Amália, de 31 anos, "insistiu para que lhe tirasse a vida" depois de este ter morto a tiro a amante, Cláudia, de 28, num local ermo da barragem de Morgavel (Sines), onde executou as duas mulheres com tiros de caçadeira.
- Familiares das vítimas -
“A Amália disse que era melhor porem termo à vida e insistiu para que a matasse. Ele disparou contra ela, sem saber onde lhe acertou”, declarou Fernando Henriques, amigo do arguido, que se manteve em silêncio durante o julgamento que decorreu esta sexta-feira no Tribunal Judicial de Santiago do Cacém.
O sub-chefe da Guarda Prisional, a quem o homicida terá confessado o crime, adiantou ainda ao colectivo de juízes que o arguido “estava a ser chantageado” pela amante, e que terá tentado juntar ambas “para terminar com a situação”, disse emocionado.
Fernando Henriques que confrontou o amigo, dias depois do crime, numa visita ao Hospital de Caxias, onde se encontrava internado, disse ainda que o homicida voltou a queixar-se da chantagem de que estava a ser alvo.
"Ele já não sabia lidar com a situação porque a rapariga estava a pressioná-lo muito", até ao dia em que decidiu combinar um encontro entre as duas mulheres e cometeu o crime.
Apesar de sempre se referir à esposa como "a mulher da vida dele", a testemunha recordou que Rui Gonçalves "era um homem mulherengo" e uma pessoa de "atitudes momentaneas".
Rui Gonçalves, de 41 anos, é acusado de dois crimes de homicídio qualificado e enfrenta um cúmulo jurídico de 25 anos de prisão, por ter morto a mulher e a amante. Depois de as executar tentou o suicídio com o tiro de caçadeira. Acabou por recuperar dos ferimentos na cabeça sem sequelas.
À saída do Tribunal, Odília Costa, mãe de Amália Guerreiro, pediu a condenação do arguido. "Espero que se faça justiça", disse a mulher que se recusa a estar na mesma sala do ex-marido da filha. A próxima sessão do julgamento está marcada para 10 de Março.»
in CM online, 04-3-2011
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