«O Tribunal de Gaia aplicou hoje 23 anos e três meses de cadeia a um sexagenário que regou com gasolina e queimou uma mulher que viria a morrer na sequência dos ferimentos.
Antes da leitura do acórdão, o arguido disse que se arrependeu de imediato dos crimes e pediu desculpa à filha da vítima, que se encontrava entre o público.
"Não fale para mim, assassino!", respondeu a familiar.
A defesa disse que ia analisar o acordão para decidir se recorre ou não da decisão da 2.ª vara mista de Gaia.
A 2.ª Vara Mista de Gaia considerou provados todos os factos da acusação, mesmo a intenção de matar. Admitiu apenas que o propósito de concretizar o crime foi planeado 24 horas antes e não com vários dias de antecedência, ao contrário do que referia o Ministério Público.
Para a juíza-presidente do colectivo, nenhuma circunstância atenuante poderia considerar-se na fixação da pena, já que se tratou de uma situação de "extrema violência", que merece "especial censurabilidade", tanto mais que o septuagenário "não mostrou arrependimento" durante o seu testemunho inicial.
Nas alegações finais, também realizadas hoje, o Ministério Público pediu penas não inferiores a 22 anos (para o homicídio) e a cinco meses (para a ofensa à integridade física).
Já a defesa, que vai avaliar melhor o acórdão antes de decidir se recorre, sublinhou o facto de o arguido ser primário, idoso e se ter mostrado cooperante com o tribunal.
O homem de 74 anos, que agiu por ciúmes, regou a mulher, de 68 anos, com o combustível e ateou-lhe o fogo, após uma perseguição automóvel, num crime registado três meses após o casamento e 15 dias depois da separação de facto. As queimaduras sofridas pela vítima, na cara e no peito, acabaram por lhe provocar a morte.»
in DN online, 30-6-2011
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