«Pai de Jeniffer diz que Miguel Silva “é suspeito” e quer “falar com a PJ”
- Corpo de Jeniffer foi ontem velado na igreja do Campo Grande -
"O meu coração está despedaçado. Não tive oportunidade de me despedir da minha filha, a menina que eu criei e que andava sempre feliz, sorridente. A mesma menina que eu não acredito que se tenha suicidado". Girley Viturino, pai de Jeniffer, a manequim brasileira que na sexta-feira de manhã caiu do 15º andar da Torre de São Rafael, no Parque das Nações, chegou ontem a Lisboa e disse ao CM acreditar que a filha "foi atirada da janela" – em casa de Miguel Alves da Silva. Este mantém que "foi um trágico acidente [suicídio]", apesar do historial de violência entre o casal.
A modelo, 17 anos, é hoje sepultada no cemitério do Lumiar. Ontem o corpo foi reconhecido pelos pais, que não controlaram as lágrimas com a saída do caixão. "É muito duro. A angústia é cada vez maior", disse Solange, mãe de Jeniffer, apoiada pelo companheiro e pelo filho mais novo, Jonnathan.
"Tinha muitos sonhos para ela. Nasci numa família pobre e fazia questão que ela conseguisse mais. Dizia-lhe para estudar", diz Girley, a quem a filha contou que a relação "estava com problemas". "Acredito que a minha filha foi atirada da janela. E por isso quero falar com a PJ, não tenho data marcada para voltar ao Brasil".
Girley não esconde a revolta com Miguel, última pessoa a ver Jeniffer com vida. "Não nos procurou, não nos apoia. Desapareceu". Miguel Alves da Silva diz ao CM que "está disponível para falar com os pais de Jeniffer". Girley diz que ele é suspeito: "Sabe que uma rapariga está morta e só contacta a mãe quatro ou cinco horas depois? Além disso a carta de despedida é forçada. A minha filha não escrevia assim".
"FOI UM TRÁGICO ACIDENTE"
Miguel Alves da Silva, que só ontem falou no assunto, garante ao CM que está disponível para falar com Girley sobre a queda da filha do 15º andar. "Não tenho problema nenhum em falar com o pai da Jeniffer e falarei com todo o gosto. Tenho estado em contacto com a mãe e já mostrei a minha solidariedade", disse numa curta conversa telefónica. Nos últimos dias Miguel Alves da Silva tem evitado sair de casa, soube o CM junto de amigos. O empresário, de 31 anos, evitou falar sobre a queda da ex-namorada. "Foi tudo um trágico acidente. E não há mais nada para falar".
Quanto a uma outra jovem, de 23 anos, que ontem em entrevista ao CM disse ter sido obrigada a pendurar-se no mesmo 15º andar para escapar às suas agressões, Miguel foi peremptório: "Recuso-me a falar de pessoas que nunca fizeram parte da minha vida", disse apenas.
Recorde-se que Miguel Alves da Silva é actualmente sócio de uma importante empresa fundada pelo pai – Filipe Alves da Silva – que se dedica a fornecer equipamento aeronáutico, comercializar peças e acessórios, material de detecção física e química e acessórios para automóveis. É fornecedor, entre outros, da TAP, Força Aérea Portuguesa, PSP, GNR e Autoeuropa.
O empresário é conhecido do mundo da noite e a sua fama de playboy é bem conhecida. Frequentador de festas em clubes privados, Miguel namorou com Fátima Preto, uma relação também marcada por agressões físicas graves.
"HÁ MUITA COISA MAL CONTADA"
Carlos Amorim e Helena Santos, amigos de Jeniffer Viturino, estavam ontem no velório inconsoláveis com a tragédia. "Ela era sempre a mais alegre do grupo e adorava a moda. Há muita coisa mal contada. Nada levava a este fim", disse ao CM Helena, de 19 anos.
EMPREGADA RECOLHE ROUPA
Depois da queda de Jeniffer Viturino do 15º andar, Miguel Alves da Silva não estará a viver agora no prédio do Parque das Nações. Segundo apurou o CM, uma empregada do empresário terá recolhido vários sacos de roupa e outros objectos pessoais da casa.»
in CM online, 14-4-2011
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