domingo, 1 de maio de 2011

Autópsia confirma agressões a modelo Jeniffer Viturino


Resultado garante que vítima não estava alcoolizada nem drogada

«Corpo de jovem modelo apresentava fracturas antigas, a maioria já cicatrizadas. Às amigas a brasileira contou que Miguel Alves da Silva lhe batia.


- Jeniffer Viturino -

A autópsia realizada ao corpo de Jeniffer Viturino, a modelo de 17 anos que a 8 de Abril se lançou do 15º andar da Torre de São Rafael, no Parque das Nações, em Lisboa, não deixou margem para dúvidas: a jovem era vítima de agressões violentas. No resultado, apresentado à Secção de Homicídios da PJ, ficou confirmado que o corpo da brasileira apresentava lesões profundas, a maioria já cicatrizadas.

A teoria de maus tratos foi confirmada aos investigadores da Judiciária pelas amigas de Jeniffer, às quais a modelo confessou mesmo que o playboy, de 31 anos, dono do apartamento de onde a jovem caiu, a agredia quase diariamente. No entanto nenhuma das confidentes da jovem modelo terá assistido a nenhum momento mais intempestivo do empresário, o que enfraquece os seus depoimentos caso a suspeita chegue a tribunal.

Nos resultados da autópsia ficou ainda claro que, no dia da tragédia, a modelo não estava sob o efeito de drogas ou álcool. Naquela noite, a jovem também não foi alvo de agressões. Durante as duas semanas de investigações e peritagem ao apartamento do empresário não foram encontrados quaisquer indícios de crime, não ficando, desta forma, provado que Jeniffer pudesse ter sido empurrada. Como este tipo de crime é difícil de desvendar, o mais provável é que o caso seja arquivado pelo MP.

Durante a investigação, a PJ quis ainda ouvir a outra namorada de Alves da Silva, Mikaela Castro, que confirmou o álibi do empresário. O CM sabe que na noite da tragédia, já depois de ter rompido a relação com a brasileira, o playboy chegou ao apartamento das torres do Vasco da Gama com Mikaela. Disse depois que, ao deparar-se com Jeniffer, exigiu que aquela se fosse embora, recusando a hipótese que a jovem lhe propôs: uma relação a três. O empresário e Mikaela voltaram a sair e Miguel diz que quando voltou foi dormir. Só seis horas depois é que foi à janela e viu Jeniffer morta.

CARTA ESCRITA PELA MODELO
Solange Viturino, mãe de Jeniffer, garantiu aos investigadores da PJ que a letra presente na carta que a jovem escreveu antes de se suicidar, não era da filha. No entanto e após uma exaustiva peritagem no laboratório de polícia científica, ficou provado que aquela era mesmo a caligrafia da brasileira.

TINHA DUAS NAMORADAS
Conhecido por aparecer em eventos sociais sempre na companhia de mulheres diferentes, Alves da Silva chegou mesmo a namorar com Jeniffer e com Mikaela Castro, ambas modelos e capas da revista ‘J’, do jornal ‘O Jogo’, ao mesmo tempo. Tanto a loira como a morena pensavam ser ‘as namoradas’ oficiais do empresário. Ao CM os vizinhos chegaram a contar que ao apartamento era frequentemente visitado por mulheres.

DORMIA NA SALA
As discussões entre o casal eram frequentes e Jeniffer sabia que Alves da Silva era mulherengo. Após o empresário ter rompido a relação, a brasileira passou a dormir na sala do apartamento do namorado.

PERITAGEM ÀS UNHAS
Também as unhas de Jeniffer foram alvo de peritagem. No entanto não havia qualquer vestígio de pele de Alves da Silva, o que poderia simbolizar que o casal teria discutido antes do fatal desfecho do dia 8 de Abril.

PAIS CONTINUAM A CULPAR MIGUEL
Girley e Solange Viturino, pais de Jeniffer, continuam inconformados com a perda da filha em tão tenra idade. Os progenitores sabiam da relação conflituosa que a filha mantinha com o empresário e continuam a culpá-lo pela tragédia.

Durante o funeral da jovem manequim, que se realizou no cemitério do Lumiar, a 13 de Abril, Girley Viturino não poupou críticas ao jovem, com o qual a filha já namorava há cerca de um ano. A família continua a acreditar que foi Miguel Alves da Silva quem atirou Jeniffer da janela do 15º andar da Torre de São Rafael, no Parque das Nações, em Lisboa.

Para os familiares de Jeniffer, a carta, cuja perícia da PJ já confirmou ter sido escrita pela modelo de 17 anos, só pode ter sido elaborada sob fortes ameaças da parte do ex-namorado de 31. Apesar de Alves da Silva se ter mostrado disponível para falar com Girley e Solange, a verdade é que nunca o fez e até faltou ao funeral da jovem. No entanto, mandou entregar um ramo de flores com um cartão que dizia: "Descansa em paz."

Tudo isto continua a não fazer sentido na cabeça dos pais de Jeniffer, que acreditam que Miguel é mesmo o culpado pelo acto de loucura cometido pela menor, pois foi o último a vê-la com vida. Entretanto Girley já voltou para o Brasil, onde reside, sem nunca falar com o empresário.

Depois de ter prestado depoimentos à PJ por diversas vezes, reconstituindo a trágica noite da morte da namorada, Alves da Silva deixou de ser visto nas festas à noite. Também deixou de se deslocar ao apartamento de onde Jeniffer se atirou.


ERA MENOR QUANDO COMEÇOU A NAMORAR
Jeniffer Viturino tinha apenas 16 anos quando começou a namorar com Miguel Alves da Silva. Desta forma a jovem manteve relações com o empresário ainda enquanto era menor. Após um ano de sofrimento a manequim decidiu suicidar-se.

AUTÓPSIA AFASTA TESE DE MORTE ANTES DA QUEDA
A realização da autópsia ao corpo de Jeniffer deitou por terra a tese de que a modelo poderia ter sido morta antes de cair da janela. Os médicos do Instituto de Medicina Legal concluíram que o impacto da queda esteve na origem da morte da jovem de 17 anos.»


in CM online, 01-5-2011


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