«O procurador-geral do Tribunal Penal Internacional (TPI), Luis Moreno-Ocampo, declarou que tinha “provas sólidas” de que tinham sido perpetrados na Líbia crimes contra a humanidade.
Moreno-Ocampo
Num relatório do TPI, o procurador adiantou ainda que os mandados de captura, que deverão ser emitidos nas próximas semanas, poderiam visar cinco pessoas. "Sim, temos provas sólidas contra a Líbia", confirmou o procurador em entrevista à AFP em Nova Iorque. "Vários indivíduos estão envolvidos, entre um a cinco”, acrescentou.
O procurador não revelou nomes, mas a estação de televisão Al-Arabiya adiantou que os mandados poderiam dirigir-se a Khadafi; ao seu filho Saif al-Islam; ao antigo ministro dos Negócios Estrangeiros líbio Moussa Koussa e ainda ao antigo primeiro-ministro Abu Zeyd Omar Dorda.
Moreno-Ocampo afirma deter provas de que as forças do coronel líbio teriam utilizado bombas de fragmentação contra populações civis e a investigação aponta também para violações dos rebeldes em Bengasi contra africanos suspeitos de auxiliar as tropas de Kadhafi.
Entre as acusações estarão assassínios, detenções ilegais, tortura e perseguição. Os disparos para dispersar manifestações pacíficas foram considerados pelo procurador “constantes”.
“Temos fortes provas de que no princípio do conflito houve disparos contra civis”, disse Ocampo à Reuters. “Também temos fortes provas de que houve perseguições”.
Só no mês de Fevereiro – a onda de contestação começou em meados do mês – o relatório estima que tenham sido mortas entre 500 e 700 pessoas.
De acordo com o procurador, os crimes terão sido cometidos sob ordens e instruções de algumas pessoas com poder dentro do regime líbio.
A abertura de um processo formal de investigação aos crimes contra a humanidade cometidos na Líbia tinha sido anunciada no dia 3 de Março.»
in Público online, 04-5-2011
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