«Em protesto contra as revistas de que estão a ser alvo pela polícia no Tribunal do Seixal, os funcionários judiciais que ali trabalham concentraram-se esta manhã à frente do edifício.
O controlo de entrada no tribunal que obriga os oficiais de justiça a abrir malas e a serem revistados foi decidido desde que ali começou um julgamento que implica medidas especiais de segurança. No banco dos réus sentam-se 24 arguidos suspeitos de pertencerem a uma rede de extorsão através da prestação de serviços de segurança em bares e discotecas. São acusados de mais de cem crimes de homicídio, sequestro, associação criminosa, prática de segurança ilegal em bares e discotecas, porte de arma proibida, entre outros.
Em declarações ao PÚBLICO, o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais, Fernando Jorge, diz que o que está em causa para os oficiais de Justiça “não são as medidas de segurança” que concordam devem ser tomadas, mas o “tratamento desigual” que está a ser dado aos 70 oficiais de justiça que ali trabalham, relativamente aos magistrados que não são sujeitos a revista.
Para Fernando Jorge este tratamento é uma “manifestação de desconfiança” em relação aos funcionários que é “vexatória”.
Esta manhã Fernando Jorge reuniu-se com os responsáveis policiais da segurança que, segundo diz, acabaram por admitir que as medidas aplicadas aos oficiais de justiça no seu local de trabalho eram “um exagero”. Colocada a hipótese de os dispensar da revista, à juíza presidente do colectivo, esta exigiu, no entanto, que a revista dos funcionários se mantivesse nos dias em que decorrer o julgamento.
“Estamos indignados, vamos ver que medidas vamos tomar...”, diz Fernando Jorge.»
in Público online, 23-5-2011
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