«Principal arguido no caso das fardas para a Polónia, o italiano Ricardo Privitera, foi hoje condenado a uma pena de sete anos e dois meses de prisão por burla agravada e falsidade de declarações, em que se apropriou de €8,3 milhões.
O tribunal coletivo, presidido pelo juiz Cunha Lopes, condenou também os restantes cinco arguidos portugueses, três deles militares, a penas efetivas de prisão, que variam entre os três e os dois anos de cadeia, por um crime de participação económica em negócio.
Joaquim Machado, ex-diretor das Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento (OGFE), foi condenado a três anos de prisão, Ferreira Gomes, ex-chefe dos serviços comerciais, a dois anos e oito meses de prisão, Rui Frade, antigo responsável pelos serviços de finanças, a dois anos e seis meses, Amadeu Freitas, quadro das OGFE, a dois anos e três meses, e o civil Paulo Antunes, gestor da sociedade Korce, a dois anos de prisão.
O caso do fornecimento de fardas portuguesas à Polónia remonta a 1999, quando a empresa Talismâ, com sede em Londres, fez uma encomenda às OGFE de fardamento e equipamentos para a Polónia.
A empresa alegou quebra da claúsula de confidencialidade do contrato (em resultado da publicação de uma notícia num jornal austríaco) para exigir e obter o pagamento de uma garantia bancária presta pelas OGFE no valor de oito milhões de euros.
Posteriormente, a Polónia negou ter feito a encomenda, mas o pedido, feito em papel timbrado do Ministério da Defesa polaco, revelou-se falso.
Ricardo Privitera, o principal arguido, esteve ausente da leitura do acórdão, havendo indicações de que poderá estar no estrangeiro, segundo fontes ligadas ao processo.
Os advogados dos arguidos portugueses anunciaram a intenção de recorrer da decisão hoje tomada pelas Varas Criminais de Lisboa, no Campus da Justiça.»
Texto in Expresso online, 15-11-2010
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