«O agente da PSP de Setúbal que pôs um processo contra o comandante da força, David Matias, por ofensas à integridade física, foi acusado, ontem, de violência doméstica durante a primeira sessão do julgamento no Tribunal de Setúbal.
Como arguido está o superintendente David Matias, actual responsável do Departamento de Apoio Geral da Direcção Nacional da PSP, na sequência de uma acção judicial lançada pelo agente António Picado Silva, também do comando de Setúbal. No entanto, o agente vai também ser julgado como arguido, uma vez que David Matias lhe colocou, por seu turmo, uma queixa por difamação.
Ontem de manhã, teve lugar a primeira sessão de julgamento, num caso que ocorreu a 5 de Julho de 2007, quando o superintendente David Matias entrou em discussão com o agente António Picado Silva, nas instalações do Comando de Setúbal, depois de este ter, alegadamente, faltado ao respeito à comissária Maria da Luz, ou seja, por o agente não a ter saudado.
Segundo a acusação, o superintendente David Matias terá dado duas palmadas na mão do agente, no meio da discussão que se seguiu e que envolveu os três elementos policiais.
Ontem, a comissária Maria da Luz esteve a depor como testemunha e trouxe à liça antigas questões entre ela e o agente Picado Silva, que nasceram na sequência do divórcio do agente. "O agente Picado foi casado com uma chefe do comando de Setúbal e eu e eles éramos visita da casa uns dos outros", contou a oficial.
Mas os problemas entre o casal acabaram por ser do conhecimento de Maria da Luz. "Eu vi muitas vezes a mulher dele a chorar, a queixar-se dele, havia violência doméstica, ouvi-a muitas vezes", disse.
Os problemas entre o casal acabaram em divórcio e as agressões entre os dois elementos policiais foram esquecidas, mas Maria da Luz adiantou que os problemas entre ela e o agente poderão ter começado aí. O julgamento prossegue dia 16. »
Texto in JN online, 20-11-2010
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