«Pouco tempo depois de o corpo de Rosalina Ribeiro ter sido encontrado em Saquarema, a 90 quilómetros do Rio de Janeiro, em Dezembro de 2010, os advogados de Duarte Lima no Brasil pediram – e foi-lhes concedido – o acesso às fotos do cadáver e do local onde foi encontrado.
- Rosalina Ribeiro -
O advogado João Ribeiro Filho, mandátario de Duarte Lima, fez o pedido directamente à Polícia Técnico-Científica, que lhe forneceu seis fotografias de Rosalina quando esta foi encontrada em Saquarema, abatida com dois tiros – um no peito, próximo da axila direita, e o outro na zona frontal, na mesma direcção. Chovera bastante na noite do assassínio (7 para 8 de Dezembro) e a ex-companheira de Tomé Feteira jazia numa vala de água cercada de matagal. Em torno do corpo, encontrava-se o seu casaco preto, com a manga esquerda rasgada pelo ombro.
O pedido destas fotos, endereçado pelos advogados de Duarte Lima, leva os investigadores a questionarem: «Para que é que ele quer aquilo?».
A posição em que o cadáver se encontra, a direcção dos tiros e o casaco rasgado levam a mesma fonte policial a concluir: «O autor do crime deve ter parado o carro, saiu, deu o primeiro tiro, puxou-a para o exterior (daí o casaco estar rasgado) e aí deu o segundo tiro».
Não usou o telefone habitual
Já em meados deste ano, Duarte Lima teve acesso a todo o processo – em que já constavam a descoberta do carro que usou, as análises telefónicas e as multas pelas infracções de trânsito que cometeu no dia e na véspera do crime.
Como o SOL noticiou nas edições das duas últimas semanas, o ex-parlamentar social-democrata terá utilizado três telemóveis – um suíço e dois portugueses – sem assinatura, na véspera e no dia da morte de Rosalina. O número que forneceu à Polícia e que usa habitualmente nunca foi ligado nesta viagem ao Brasil (entre 6 e 8 de Dezembro de 2009) – nem para contactar a secretária, Marlete Oliveira, nem o motorista que o conduzia habitualmente, Wenderson Oliveira.
Para combinar o encontro com Rosalina usou um telefone suíço, sem assinatura e mais difícil de rastrear pelas autoridades.
Este facto levou as autoridades que investigam o homicídio a reafirmarem a convicção de que Duarte Lima não só premeditou o crime, como fez tudo para não deixar rasto da sua passagem pelo país. Recorde-se que as amigas mais próximas de Rosalina afirmaram que esta sempre lhes dissera que ia ter um encontro, não com o seu advogado, mas com uma pessoa de sua confiança.»
por Felícia Cabrita, enviada ao Rio de Janeiro
in Sol online, 29-9-2011
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