«Francisco Barbosa atendeu o telefone ao irmão, Michael, às 21h30. E do outro lado, recorda, ouviu uma frase indignada: "O pai acaba de me dizer que enquanto não morrer nem tu nem eu vamos aceder aos seus bens." Minutos mais tarde, Michael fez uma espera ao pai dentro do carro, à porta de casa, junto ao Parque Eduardo VII, em Lisboa – até que passou sucessivas vezes com o Smart por cima do homem de 72 anos.
O luso-americano, 35 anos, conhecido das polícias por gerir uma rede de prostituição na zona do Conde Redondo, começou ontem a ser julgado pelo homicídio de 26 de Outubro de 2010. Foi apanhado pela PJ, com testemunhas e perícias ao automóvel que tentou reparar à pressa para apagar os vestígios do atropelamento – e terá longos anos de cadeia pela frente: além deste crime, os EUA já estão à sua espera para cumprir 30 anos por várias fraudes.
Comovido, o irmão, engenheiro electrotécnico, disse aos juízes que depois da morte do pai, Mário Barbosa, se apercebeu de que Michael "roubou mais de cem mil euros". "O dinheiro, que ele sabia que existia, desapareceu da conta", acusou Francisco, em lágrimas. "Nunca quis acreditar que fosse o meu irmão a matar o próprio pai..."
Recorde-se que Michael Barbosa, além de procurado nos Estados Unidos, foi apanhado meses antes de matar o pai por gerir uma rede de prostituição de travestis na zona do Conde Redondo. Esse processo continua sob investigação na PSP, coordenado pelo DIAP de Lisboa.»
in CM online, 16-9-2011
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