quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Homicídio de Rosalina Ribeiro: Retrato-robô de Gisele foi entregue por Duarte Lima

«A entrevista que Domingos Duarte Lima deu a Judite de Sousa, na RTP, em Agosto de 2010, na sequência da revelação em Portugal da morte misteriosa de Rosalina Ribeiro, foi junta pelas autoridades brasileiras ao inquérito sobre o crime.


- Retrato-robô de uma suposta Gisele e Duarte Lima, que o fez chegar ao processo -

A gravação do programa – que se resumiu a um vazio de informações em relação às questões pertinentes do encontro com Rosalina no dia do crime – foi apensa ao proceso devido às contradições de Duarte Lima (ou «mentiras», como sustentam os investigadores).

Na entrevista, Duarte Lima começou por garantir que nunca foi suspeito na investigação brasileira. Depois, Judite de Sousa questionou-o se tinha sido ele ou não a fazer o retrato-robô (que estava a ser divulgado por essa altura na Imprensa portuguesa) de Gisele – uma loira de identidade desconhecida, a cujo encontro ele disse ter levado Rosalina horas antes de esta ser assassinada. O advogado respondeu: «Os retratos-robô nunca são feitos pelas testemunhas. São feitos por especialistas e pelas autoridades. Quando muito, as testemunhas podem dar elementos que contribuem para isso».


- Rosalina Ribeiro -

Mais uma vez, além das provas que as autoridades brasileiras dizem ter em sua mão, que comprometem Duarte Lima no homicídio de Rosalina, o somatório de contradições do ex-deputado não abona a seu favor. Ao contrário do que afirmou na RTP, Lima fez chegar ao inquérito, através dos seus advogados e quase um ano após o início da investigação, um CD com um retrato-robô de Gisele e um cartaz com uma foto de Rosalina – que pretendia que as autoridades distribuíssem em Maricá, onde diz ter deixado a sua cliente, com a misteriosa Gisele.

Fonte ligada ao processo salienta que nada do que Duarte Lima diz na entrevista bate certo com a investigação: «Quem fez afinal aquele retrato? Aqui, no Brasil, não foi. E deveria ser porque os padrões europeus nada têm a ver com os da América do Sul. Mas ele nunca quis colaborar. Depois, só passado um ano sobre a morte da sua cliente, é que queria que a Polícia distribuísse os retratos, para ver se alguém telefonava a dizer que as viu. Estão de brincadeira».»



por Felícia Cabrita, enviada ao Rio de Janeiro
in SOL online, 28-9-2011

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