sábado, 24 de setembro de 2011

Homicídio de Rosalina Ribeiro: Duarte Lima atirou Polícia para outros suspeitos

«Duarte Lima tentou desviar as atenções da Polícia brasileira, lançando suspeitas sobre várias pessoas a quem o homicídio de Rosalina Ribeiro, antiga secretária e companheira de Lúcio Tomé Feteira, supostamente interessaria – entre elas Olímpia Feteira Menezes, filha do magnata e cabeça-de-casal da sua herança.




Além disso, o antigo deputado do PSD terá mentido, ao declarar às autoridades que só responderia às suas perguntas depois de pedir à Ordem dos Advogados o levantamento do sigilo profissional. «Tratou-se apenas de uma manobra para ganhar tempo e ter acesso ao processo», afirmou ao SOL fonte judicial do Rio de Janeiro.

Olímpia Feteira, reage: «Duarte Lima tentou incriminar-me, mas são tão baixas e absurdas as suas acusações que nem vou agir criminalmente contra ele. Até insinua que, quando estive no Brasil, dormi no mesmo quarto com um homem que, pelo nome, sabe perfeitamente tratar-se do meu filho. Estou farta de processos e não tenho o dinheiro dele para andar a mover mais um» – disse ao SOL.




O inquérito à morte de Rosalina Ribeiro esteve inicialmente entregue às autoridades de Saquarema, município que fica 90 quilómetros a Norte do Rio de Janeiro e local onde o seu corpo foi descoberto, em Dezembro de 2009.

Quando o processo mudou de mãos, para a divisão de homicídios do Rio, os investigadores colocam em cima da mesa a questão-chave de uma investigação: o móbil do crime. Ou seja, quem beneficiaria com a morte Rosalina? A disputa pela herança de Lúcio Tomé Feteira, com quem vivera mais de 30 anos, lança a Polícia em várias pistas.

Depois de ouvidas algumas testemunhas, entre elas amigos próximos da vítima, foram incluídos no leque de suspeitos Olímpia e Duarte Lima. Este, após o desaparecimento da cliente, comunicara por fax aos investigadores que estivera com ela no dia em que fora assassinada.

Segundo fonte judicial contactada pelo SOL, os dois suspeitos foram colocados no mesmo prato da balança, mas os indícios iniciais pareciam apontar mais para a filha de Tomé Feteira: «Ela tinha estado no Brasil dez dias antes do crime, sabíamos das guerras entre ambas e Rosalina tinha descoberto procurações falsas para efectivar a venda de terras do espólio da herança, que só poderiam ser feitas por Olímpia ou alguém próximo dela, como o seu procurador cá, que também foi investigado».

Por outro lado, Duarte Lima – que tivera uma conversa telefónica com as autoridades, em que disse não se recordar do carro que conduzira na sua estada no Brasil, nem da rent-a-car onde o alugara, nem do próprio hotel onde ficara instalado – passara a esquivar-se a mais conversas. Tudo isto despertou a atenções dos investigadores. Um mês depois, Duarte Lima, que desde o início do ano se desdobrava para ter acesso ao processo, conseguiu finalmente cópia do que até aí se investigara (um mecanismo previsto na Justiça brasileira, diferente do que acontece em Portugal). E através dos seus mandatários no Brasil, os advogados João Ribeiro Filho e Maria Medeiros, entregou uma petição com propostas de linhas de investigação em relação a alguns suspeitos, entre eles Olímpia Feteira.»


por Felícia Cabrita, enviada ao Rio de Janeiro
in SOL online, 23-9-2011

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