quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Algueirão, Sintra: Assassinada à facada pelo enteado

«Uma mulher, de 61 anos, foi assassinada à facada pelo enteado, com quem partilhava a casa há poucos meses, num prédio do serviço das Forças Armadas, em Algueirão, Sintra. Segundo fonte da PSP, os desentendimentos entre os dois eram constantes.


Depois de almoço, Rosa desceu as escadas do prédio onde vivia – um primeiro andar – e foi à mercearia situada mesmo em frente. Ainda teve tempo de chegar a casa com o saco das compras, mas já não arrumou nada. Pouco depois, o enteado, de 33 anos, assassinava-a à facada. Rosa não resistiu aos vários ferimentos sofridos na zona do tronco e morreu ali mesmo, antes da chegada dos bombeiros e do INEM.

O enteado não ofereceu resistência, e quando a Polícia chegou, assumiu de imediato a autoria do crime. “Eu vivo aqui há muitos anos, mas nem o conhecia. Só ontem lhe vi a cara, já dentro do carro da polícia, algemado”, contou António Grilo, um dos vizinhos da vítima. Durante o dia de ontem, não se falou de outra coisa no bairro. Todos conheciam a vítima.

Rosa vivia num prédio do serviço das Forças Armadas. O marido, falecido há cerca de cinco anos, era militar. Tinham apenas um filho em comum, que reside actualmente em França. Rosa criou o enteado praticamente desde criança, a ele e aos outros três filhos do marido.

O rapaz que ontem, num acto tresloucado, matou a madrasta trabalhava em Espanha, mas ficou sem trabalho e Rosa não hesitou em acolhê-lo em casa. Partilhavam o mesmo apartamento há meses e teriam várias discussões.

?É como diz o povo. Eu estava na horta e não vi as couves?, desabafava uma das vizinhas de Rosa, que vive no prédio há mais de 35 anos. Apesar de estar em casa, não ouviu nem vozes ou gritos. Só o grande aparato policial a fez despertar. E quando a polícia lhe bateu à porta, nem queria acreditar. ?Fiquei completamente chocada. Eu praticamente vi nascer aquele miúdo. Como é que isto foi acontecer?, disse, ainda incrédula.
Rosa foi morta com uma faca de cozinha que foi apreendida e está na posse das autoridades.

A Polícia Judiciária, a quem foi entregue a investigação do caso, esteve, durante a tarde de ontem, a recolher material de prova no apartamento.»


Texto in JN online, 29-9-2010

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