A polícia brasileira ouviu na semana passada um assessor de David Rockefeller, banqueiro norte-americano com quem o milionário português Lúcio Tomé Feteira terá feito alguns negócios. O holandês, residente em Genebra, que as autoridades contactaram, prestou um depoimento informal e em português - facto que sempre o aproximou de Rosalina Ribeiro.
"Como Rosalina não falava inglês, havia alguma proximidade com este assessor. Aliás, eles chegaram a falar nos últimos meses em que ela esteve no Rio de Janeiro", revelaram ao DN as autoridades, explicando que apesar de haver "uma linha principal de investigação, nenhuma será ignorada."
Apesar de nunca se terem encontrado pessoalmente durante a última estada de Rosalina Ribeiro no Brasil, o homem - que também tem residência em Portugal e no Brasil - disse que sempre que isso acontecia era em casa dela, no hotel ou num restaurante onde Rosalina ia com alguma frequência.
Segundo a polícia, estas declarações vieram, de algum modo, confirmar a tese de que Rosalina Ribeiro não teria combinado de livre e espontânea vontade nenhum encontro longe destes três locais, "nomeadamente o de Maricá, no dia 7 [de Dezembro]" com a alegada mulher mistério. Este assessor de Rockefeller, cujo nome a polícia não quis revelar, manteve sempre contacto com Rosalina Ribeiro, mesmo depois da morte de Lúcio Tomé Feteira.
"Esta diligência não alterou aquilo que para nós é a linha central de investigação, e até veio reforçar algumas das teses que estão em cima da mesa", sublinharam as autoridades cariocas.
Rosalina Ribeiro foi assassinada no dia 7 de Dezembro de 2009, alegadamente, minutos depois de o seu advogado e conselheiro português, Duarte Lima, a ter deixado com uma mulher loira junto ao hotel Jangada em Maricá, até onde ele lhe teria dado boleia, depois de um encontro dos dois no Rio de Janeiro.
No fax enviado à 9.ª Delegacia do Rio de Janeiro, o advogado português declarava ainda que as duas se tratavam com "familiaridade e estima", mas a descrição dada foi sempre vista pelas autoridades locais como "muito redutora."
Após o envio da descrição do encontro por fax, foram feitos ainda outros contactos com o jurista português, por telefone e e-mail, mas são cerca de 193, as questões que as autoridades brasileiras querem agora ver respondidas, tendo para isso procedido já ao envio de uma carta rogatória. "Na conversa telefónica, Duarte Lima disse que preferia responder a algumas coisas por rogatória. Aos e-mails nem respondeu", lembra a polícia do Rio de Janeiro.
Ao que o DN apurou, as autoridades enviarão ainda hoje, por fax e e-mail, todas as perguntas que querem ver respondidas, de modo a fazer avançar as coisas. "Isso será feito para acelerar todo o processo em Portugal, visto que uma carta rogatória por via diplomática demora sempre algum tempo a chegar", concluíram.»
Texto in DN online, 20-9-2010
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