quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Médica assassinada em Coimbra: Filho já terá confessado como degolou a mãe

«O filho de Eugénia Madeira, médica de Coimbra, encontrada morta, anteontem, está detido e será hoje presente a tribunal. O jovem estudante de Medicina terá confessado ter assassinado a mãe. Nos últimos tempos, a relação entre os dois ter-se-á deteriorado.


- Mais de duas centenas de pessoas prestaram última homenagem à Dra. Eugénia -


Segundo o que fonte policial contou, ao JN, o crime de anteontem terá sido o culminar de uma tensão que se tinha vindo a acumular desde há muito tempo, entre o filho adoptivo e a mãe, sem precisar no entanto uma razão ou um episódio concreto que a tenha originado.

O crime terá acontecido na madrugada de terça-feira. Luís C., de 24 anos, estaria de férias no apartamento da mãe, na Figueira da Foz, mas ter-se-á deslocado a sua casa, na Urbanização Quinta da Lomba, no centro de Coimbra.

Aí terá tentado asfixiar a mãe com uma almofada e assassinado com dois golpes de faca no pescoço. Terá ainda feito desaparecer a sua mala, remexido o apartamento dando a entender que teria havido um assalto e colocado uma corda na varanda, sugerindo que por ali teria fugido o alegado homicida. Nessa manhã, quando a Polícia Judiciária chegou à casa onde moravam, Luís encontrava-se já em casa de uns vizinhos, onde terá dito que havia recebido um telefonema a informar da morte da mãe.

Ontem à tarde, e ao que o JN conseguiu apurar, Luís C. terá confessado o homicídio da mãe e ido com as autoridades ao apartamento mostrar onde escondeu a arma do crime. Ficou detido e será esta manhã presente ao juiz.

Luís C. é o filho adoptivo de Eugénia e do ex-marido. Foi adoptado em 1986, quando tinha apenas alguns dias de vida, tendo sido sempre criado pela médica e pelo actual ex-marido, ligado à propaganda médica. Estudante do quarto ano de Medicina na Universidade de Coimbra, Luís começou os estudos superiores em Lisboa.

Era ainda um desportista, sendo atleta da Secção de Futebol da Associação Académica de Coimbra (inscrita nos campeonatos distritais).

“Nunca me apercebi de nenhum problema entre eles. Sempre foi um rapaz muito responsável e educado”, conta uma vizinha, que não se quis identificar.

Mais de duas centenas de pessoas juntaram-se, ontem à tarde, para prestar a última homenagem a Eugénia. O cortejo fúnebre, que partiu do Mosteiro de Celas, em Coimbra, para o cemitério de Chelo, Penacova (terra natal da vítima), ficou marcado pela emoção e pela tristeza, por parte de quem via partir uma pessoa que era querida de todos.

“Como é que ele foi capaz?”, questionava uma jovem, sem conseguir conter as lágrimas. Mais à frente, outra jovem descrevia a situação como “um filme de terror”.

As pessoas começaram a juntar-se no Mosteiro, cerca das 15 horas, tendo o caixão deixado o local cerca de duas horas depois, por entre gritos e lágrimas. Entre os presentes encontravam-se familiares e amigos de Eugénia, colegas de trabalho e alguns estudantes de Medicina, colegas de curso de Luís. Em Chelo, localidade a cerca de 30 quilómetros de Coimbra, juntaram-se alguns locais por volta das 18 horas. Os pais de Eugénia ficaram dentro do carro, evitando a exposição.»

in JN online, 09-9-2010

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