segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Espinho: Polícia Judiciária investiga morte de diplomata chileno Maximo Diaz Bambach

«Um ex-cônsul honorário do Chile, de 63 anos, foi encontrado morto, ontem, domingo, de manhã, dentro do apartamento onde vivia, na Rua 10, no centro de Espinho. O alerta foi dado por um vizinho, que viu uma poça de sangue por baixo da porta de casa do indivíduo.

O achado foi perturbador. Por baixo da porta da casa que Máximo Diaz Bambach, de 63 anos, alugou há cerca de três meses, num prédio da Rua 10, no centro da cidade de Espinho, escorria uma poça de sangue. Pela porta fazia-se sentir, também, um forte odor de putrefacção.

O vizinho alertou a Polícia, que foi ao local. Como teve dificuldade em entrar na residência, foram contactados os Bombeiros Voluntários de Espinho, cerca de 12.30 horas, para que eles abrissem a porta do apartamento que se encontrava fechada por dentro e ao que tudo indica com a chave na fechadura.

O processo foi demorado, tendo os bombeiros acabado por entrar na residência através da varanda de um vizinho do antigo diplomata chileno. Maximo Bambach foi encontrado junto à porta, numa poça de sangue, semi-despido, sem indícios de ter sido atingido por projéctil ou arma branca. A casa estava remexida porém, segundo fonte policial, não mexeram no dinheiro nem nos objectos em ouro do diplomata, não havendo, assim, sinais de ter havido furto.

Razões para o sucedido, ninguém soube adiantar. Os vizinhos de nada se aperceberam. Da parte da tarde, a Polícia Judiciária esteve no local a reunir provas.

Ao que o JN apurou, Maximo Bambach, que ostentava na porta de entrada de casa uma placa onde pode ler-se “Consulado do Chile/ Honorífico/ M.D.B. Fias”, vivia em Portugal há vários anos, isto depois de ter trabalhado como auxiliar de enfermagem, em Genebra, na Suíça, de onde recebia uma pensão bastante avultada.

Maximo Bambach estava reformado por invalidez, mas, já em Portugal, levou a cabo vários trabalhos como voluntário, incluindo no Hospital de S. Sebastião, em Santa Maria da Feira, e na Cruz Vermelha.

O antigo diplomata vivia sozinho, apenas com os seus gatos, e era fervoroso amante de cinema, tanto que era cliente assíduo de um clube de vídeo da cidade onde, todos os dias, acedia à Internet para comunicar com a mãe, de 92 anos, dentista, e a irmã, advogada, ambas a viver no Chile.

Amigos íntimos, só lhe era conhecido um, de nome Hélder, na casa dos 20 anos, que tratava por sobrinho e de quem era próximo há já muitos anos. O JN tentou chegar à fala com ele, mas foi de todo impossível. Quem o viu depois do sucedido disse, porém, que estava muito abalado.

Uma auto-maca da PSP do Porto transportou, depois, o cadáver de Maximo Bambach para o Instituto de Medicina Legal, onde será autopsiado.

O resultado da autópsia deverá concluir, aliás, de que morreu o antigo cônsul do Chile, que escolheu Espinho para viver há pelo menos seis anos.»


in JN online, 13-9-2010



«Maximo Diaz Bambach, 63 anos, estava deitado numa poça de sangue junto à porta de entrada. Cadáver tinha uma marca no pescoço, mas apenas a autópsia poderá confirmar se se tratou de um homicídio. Autoridades encontraram várias fotografias de cariz homossexual.»
in CM online, 13-9-2010

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