segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Casa Pia: Telefonemas provaram que Jorge Ritto e João Ferreira Diniz se conheciam



«Testemunhos de um jovem prostituto e de uma empregada doméstica, bem como registos telefónicos, levaram os juízes do processo Casa Pia a concluir que os arguidos Jorge Ritto e Ferreira Diniz se conheciam antes do julgamento, o que ambos sempre negaram.

No acórdão na íntegra entregue hoje aos advogados e a que a agência Lusa teve acesso, os juízes afirmam claramente na secção dedicada aos factos provados que "o arguido Ferreira Diniz conhecia o arguido Jorge Ritto".

Uma das razões para chegarem a esta certeza foi o testemunho de um jovem que admitiu ter mantido uma relação de natureza sexual com o embaixador Jorge Ritto, vivendo na sua casa e viajando inclusivamente algumas vezes para Paris, onde o diplomata estava colocado, ainda antes de fazer 18 anos.


Tribunal teve em conta "falta de antecedentes criminais"

À semelhança de vários outros arguidos, o tribunal destaca a favor de Jorge Ritto a sua integração social e económica, que, "de qualquer forma, não foi suficiente para justificar uma mudança da sua parte, mas antes facilitando a prática dos ilícitos por si cometidos", de acordo com o acórdão entregue hoje aos advogados e a que a agência Lusa teve acesso.

O tribunal teve ainda em conta a "falta de antecedentes criminais" do diplomata, mas sem perder de vista as "elevadas necessidades de prevenção" que este caso justifica e que ditariam a pena de seis anos e oito meses de prisão efetiva a que foi condenado.

Jorge Ritto foi condenado por três crimes de natureza sexual, depois de ter sido pronunciado por 11 crimes - nove de abuso sexual e dois de lenocínio.

O tribunal deu como provado que o embaixador conhecia o médico João Ferreira Dinis, tendo detetado três chamadas telefónicas da clínica do médico para o diplomata e uma chamada de Jorge Ritto para o consultório de Ferreira Dinis.»
Texto Lusa, 13-9-2010

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