A Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro quer que Duarte Lima responda a mais de uma centena de perguntas - no total, são cerca de 130 questões dirigidas ao advogado - sobre assuntos que, segundo as autoridades, ainda não foram esclarecidos. A informação foi avançada pela entidade responsável pela investigação, adiantando que as dúvidas em torno do veículo usado para transportar Rosalina Ribeiro, desde a sua residência até Maricá, no dia da sua morte, são um entrave à descoberta da verdade.
A polícia carioca revelou ainda que a carta rogatória, que deverá chegar a Portugal ainda esta semana, contempla outro tipo de "diligências de carácter mais geral". "As restantes solicitações não se destinam a ninguém em particular", adiantaram, em declarações ao DN. As autoridades responsáveis pela investigação no Brasil dizem também querer perceber se, de facto, Duarte Lima representava Rosalina Ribeiro em Portugal, ou se apenas seria um conselheiro jurídico. Isto porque, "se ele não a representava, terá de ser levada em consideração essa informação nas situações em que o sigilo profissional for invocado por ele", frisaram os brasileiros.
Enquanto em Portugal se aguarda a chegada do documento, no Brasil as diligências continuam para perceber o que se passou na noite em que Rosalina Ribeiro, secretária e companheira do milionário português Lúcio Tomé Feteira, foi assassinada. Para a polícia, o importante é conseguir entender todos os passos que a vítima terá dado com Duarte Lima.
Contudo, e apesar de a versão oficial ter referido que o advogado tem estado a colaborar, a verdade é que a polícia brasileira disse ao DN que ainda muitas coisas têm de ser esclarecidas. "É nesse sentido que enviamos estas perguntas. Nós precisamos de clarificar algumas das coisas que antecederam o assassinato de Rosalina Ribeiro, e Duarte Lima foi a última pessoa, conhecida, a ter estado com a vítima", garantiram as autoridades.
Após dez anos de uma longa luta judicial com os herdeiros do milionário - que ainda decorria em tribunais portugueses e brasileiros - com o objectivo de ser reconhecida como companheira estável, Rosalina Ribeiro foi assassinada, com dois tiros. O crime aconteceu no dia 7 de Dezembro passado, numa estrada de Saquarema, e o corpo foi encontrado com os respectivos pertences, afastando qualquer cenário de assalto. O advogado português enviou, dias depois, um fax à polícia daquele país a explicar como correu o encontro que teve com a sua cliente. Mas a polícia encontrou muitas contradições.»
in DN online, 08-9-2010
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