Ferro Rodrigues, Jaime Gama e Paulo Pedroso. Estes três nomes voltaram a ser referidos pela defesa de Carlos Silvino - alguns anos depois da sua referência no inquérito - como igualmente responsáveis por abusos sexuais a ex-casapianos. A denúncia foi feita por José Maria Martins, advogado de defesa de Carlos Silvino, ao DN.
O advogado fala em interferência do Partido Socialista no processo Casa Pia e defende que Ferro Rodrigues, Jaime Gama e Paulo Pedroso deviam ter sido julgados, tal como estes arguidos que sexta--feira foram condenados a penas entre os 5 anos e 18 anos de prisão.
O advogado garante ainda que Ferro Rodrigues e Jaime Gama só não chegaram a ser acusados por prescrição dos crimes. O DN tentou contactar os três socialistas ao longo da tarde de ontem, mas sem sucesso.
"O Partido Socialista fez tudo para proteger o partido neste processo", diz o advogado ao DN. Segundo a mesma fonte, neste caso - que veio para a praça pública em Novembro de 2002 - estão envolvidas "altas personalidades da maçonaria, portuguesa e internacional, e Paulo Pedroso deveria ter sido julgado neste processo".
José Maria Martins relembrou um episódio que ilustra, segundo o advogado, a "mentira" das declarações do deputado socialista.
"Paulo Pedroso disse que nunca tinha ido à Casa Pia antes de 2002, mas a verdade é que ele já lá tinha estado nos anos 90." Isto porque, diz o advogado, o socialista esteve na instituição em 1990 e 1991 e fez entrevistas a mais de 735 jovens. "E Ferro Rodrigues e Jaime Gama também deveriam estar aqui, já que os jovens que acusaram Carlos Cruz também os acusaram", concluiu.
José Maria Martins sublinhou ainda que Carlos Silvino foi uma espécie de "bode expiatório" neste caso. "Toda a gente sabe que ele é o desgraçadinho do povo e que era fácil carregar-lhe em cima", considerou. "Iremos fundamentar recurso para o Tribunal da Relação. Já apresentámos recurso e iremos fundamentá-lo, porque entendemos que a pena é demasiado elevada", disse José Maria Martins, acrescentando achar "questionável" que a condenação do seu constituinte tenha sido feita facto a facto e não como um crime condenado.
Apesar de ter confessado os crimes e de ter envolvido os restantes arguidos que se sentaram com ele no banco dos réus, Carlos Silvino mostrou-se sempre apreensivo e ansioso com o dia da sentença.
Antes de conhecer a sentença nas contas do seu advogado, José Maria Martins, seria condenado a pena não superior a cinco anos e suspensa na sua execução. "Tendo em atenção que o meu cliente tem 54 anos, acaba por ser um produto da própria Casa Pia." »
in DN online, 06-9-2010
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