«Sargento-chefe não compareceu após notificação do tribunal e foi detido. É acusado de bater na mulher e no filho.
Acusado de bater na mulher e no filho, enquanto o rapaz de 20 anos tentava proteger a mãe. Um militar da GNR do Destacamento Territorial de Castelo Branco, agora detido por agentes da PSP local, está a ser acusado pelo Ministério Público de um crime de violência doméstica.
O sargento-chefe faz duas vítimas dentro da sua própria casa. O juiz do Tribunal Judicial ordenou a aplicação da vigilância electrónica, medida que está a ser desencadeada pela Direcção-Geral de Reinserção Social. Todavia, a pulseira electrónica para controlar que o agressor não se aproxima da vítima só poderá ser utilizada se esta aceitar. Com a aplicação de meios técnicos de controlo à distância, o tribunal quer salvaguardar a protecção das vítimas e evitar que estas se ausentem do seu meio natural, ao contrário do que tem sido conhecido em crimes da mesma natureza.
Nas medidas de coacção aplicadas constam ainda a obrigatoriedade de afastamento do local onde terá ocorrido o crime, ou seja o domicílio, no prazo máximo de 48 horas e a proibição de uso ou porte de qualquer tipo de arma, incluindo as armas de serviço. Os factos remontam a 1 de Junho passado, quando a vítima apresentou pela terceira vez queixa. A primeira foi apresentada em Setembro de 2009, mas a esposa acabaria por desistir dela. Em Outubro desse ano, pela segunda vez, a mulher apresentou queixa em tribunal, tendo o Ministério Público reunido com as duas partes e determinado ao alegado agressor tratamento da dependência do álcool, ordem que o militar não terá seguido. No início do mês, o Ministério Público dava por concluída a acusação por crime de violência doméstica e o GNR foi notificado a comparecer em tribunal para ser ouvido. Só que o indivíduo não se apresentou, pelo que o Tribunal Judicial de Castelo Branco emitiu um mandado de detenção.
Ontem, foram dois agentes da PSP que detiveram e conduziram o GNR para o primeiro interrogatório judicial. O militar é do distrito de Castelo Branco e vive nesta cidade com a mulher. O filho terá sido agredido quando procurava defender a mãe, que trabalha numa instituição de apoio a deficientes. Algumas colegas de trabalho terão assistido a agressões.
Contactado pelo DN, o comandante do Destacamento Territorial da GNR diz que, paralelamente ao processo-crime "corre internamente um processo disciplinar", embora não explique o seu teor. "O militar neste momento não está ao serviço, está numa situação de convalescença por um período prolongado."
No último caso de alegada agressão, o militar já se encontrava de baixa médica. Com 49 anos, foi colocado em Castelo Branco, "a título excepcional, e estava há um mês numa situação de colocação definitiva", informa ainda Hélder Almeida.»
in DN online, 26-6-2010
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