Duarte Lima esteve por três vezes no Brasil, entre Setembro e Dezembro do ano passado, mas só explicou às autoridades brasileiras o que fez na noite em que Rosalina Ribeiro foi assassinada. Foi questionado directamente sobre as viagens, mas recusou responder.
Ao que soube o JN, foi numa conversa telefónica com as autoridades que Duarte Lima evitou explicar as razões que o levaram, em duas ocasiões anteriores ao brutal assassinato de Rosalina Ribeiro, a 7 de Dezembro, a Belo Horizonte, Minas Gerais.
Rosalina Ribeiro, de 74 anos, partiu de Lisboa no dia 6 de Setembro do ano passado para passar cerca de três meses no Rio de Janeiro, onde deveria ter, entre outros assuntos ainda não clarificados, acompanhado a inquirição de testemunhas, no âmbito de uma disputa judicial por meio milhão de euros de uma conta do BCP, em Portugal - quantia que se arriscava a ter de devolver à filha de Lúcio Feteira.
Chegou a 3 de Setembro
Ontem, o jornal "Extra Globo" dava conta de que Duarte Lima chegara a Belo Horizonte, Minas Gerais, a 3 de Setembro, informações que o JN também já confirmou.
O advogado esteve no Brasil até ao dia 14, tendo regressado a Portugal. Voltou ao Brasil a 21 de Novembro, de novo a Belo Horizonte, onde permaneceu até 31, dia em que voltou a Portugal. Cinco dias depois estava novamente em Belo Horizonte e a 7 de Dezembro encontrou-se com Rosalina Ribeiro, no Rio de Janeiro, tendo sido a última pessoa conhecida a vê-la com vida.
Também esta última passagem de Duarte Lima por Belo Horizonte terá ficado sem explicação. Quanto ao tempo em que esteve com a sua cliente, no Rio de Janeiro, o advogado contou que se encontrou com ela por volta das 20 horas e estiveram juntos numa cafetaria, tratando de questões que se recusou a revelar, invocando sigilo profissional.
Depois, explicou, Rosalina pediu-lhe para a levar até junto de uma loira de nome Gisele, em Maricá, a cerca de 65 quilómetros. Deixou-a com a misteriosa mulher e regressou ao hotel por volta das 22 horas. Rosalina foi executada minutos depois, com tiros na cabeça e no peito. Conforme noticiou o JN, a Polícia ainda não conseguiu determinar a cafetaria em que ambos estiveram e já contactou mais de um milhar de mulheres de nome Gisele. Nenhuma delas está relacionada com o caso.
O corpo da herdeira foi encontrado no dia seguinte, 8 de Dezembro, junto a uma estrada, na zona de Saquarema, a cerca de 20 quilómetros do local onde foi deixada por Duarte Lima, que partiu para Portugal também no dia 8.
Às autoridades, várias testemunhas - pessoas das relações próximas de Rosalina - acrescentaram, no entanto, um dado novo que baralha esta sequência de acontecimentos. Rosalina confidenciou-lhes que Duarte Lima pretendia que ela se encontrasse com outra pessoa, cuja identidade o advogado optou por manter em segredo.
Esta vertente da investigação, apurou o JN, está a ser também atentamente escrutinada pelas autoridades brasileiras.
Inês Pedrosa entre os candidatos à herança
A escritora Inês Pedrosa faz parte da lista de herdeiros a uma parte da herança de Lúcio Thomé Feteira. Inês Pedrosa é sobrinha-bisneta de Adelaide, a esposa do magnata, entretanto falecida, a quem caberia legalmente 50% mais um terço da herança. Outro terço está já destinado a Olímpia Feteira, uma filha fora do casamento de Lúcio. O restante terço foi destinado pelo próprio industrial, em testamento, da seguinte forma: 80% para que a Junta de Freguesia de Vieira de Leiria crie uma fundação com carácter social, 15% seriam para Rosalina Ribeiro e os restantes 5% ficam para uma sobrinha que cuidou de Adelaide até ao fim da sua vida.»
Texto in JN online, 17-8-2010
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