terça-feira, 10 de agosto de 2010

Rosalina Ribeiro, milionária portuguesa assassinada no Rio de Janeiro: Milhões de herança passaram pelas mãos de Duarte Lima



«Pouco tempo depois da morte de Lúcio Thomé Feteira, Rosalina Ribeiro, executada a tiro no Brasil, transferiu 26 milhões de euros de contas do companheiro. Cerca de seis milhões foram enviados para o seu advogado, Duarte Lima, e ninguém sabe onde estão.

As transferências aconteceram em 2001, um ano após a morte do industrial e empresário Lúcio Thomé Feteira, aos 99 anos, na casa de Lisboa onde residia com a sua companheira de longa data Rosalina Cardoso Ribeiro.

O destino do dinheiro é apenas um dos mistérios que estão ligados ao brutal assassinato de Rosalina, a 7 de Dezembro do ano passado, no Rio de Janeiro, após um encontro com Duarte Lima, marcado por este, supostamente para discutir questões relacionadas com o seu património.

Conta sem nome

Segundo fontes ligadas à família, Rosalina ter-se-á deslocado a um banco, em Zurique, na Suíça, onde Thomé Feiteira tinha contas que a secretária e companheira de mais de 30 anos estava habilitada a movimentar. De duas assentadas terá transferido um total de cinco milhões de contos (cerca de 25 milhões de euros). Destes, pouco mais de seis milhões de euros passaram directamente para Duarte Lima, que se tornou seu advogado logo após a morte do companheiro.

O restante foi mudado para outra conta, também na Suíça, mas sem nome e que, com a morte de Rosalina, ficou, pelo menos até agora, imobilizada. De outra conta, num banco português, terão sido transferidos cerca de 150 mil contos (750 mil euros), cujo destino não conseguimos apurar.

Herdeiros reclamam

Ao que o JN soube, uma das questões que estarão a intrigar as autoridades brasileiras tem a ver precisamente com o paradeiro dos cerca de seis milhões de euros que Rosalina transferiu para Duarte Lima, situação que o advogado não terá explicado nas duas vezes que comunicou com a Polícia brasileira - a primeira por telefone e a segunda por fax - e nas quais invocou o sigilo profissional.

Esta será, aliás, uma das mais importantes questões que a justiça brasileira pretende colocar ao advogado, se vier a concretizar-se o pedido de instauração de um inquérito sobre o caso em Portugal, ao abrigo de tratados de cooperação existentes entre os dois países.

O JN tentou ontem obter explicações de Duarte Lima, mas as várias tentativas para o contactar telefonicamente não tiveram sucesso. O advogado já tinha dito anteontem, em comunicado, que comunicou por fax às autoridades brasileiras tudo o que tinha a dizer sobre o caso.

A movimentação do dinheiro por parte de Rosalina levantou ainda outra questão. O conteúdo das referidas contas passou, a partir da morte de Thomé Feteira, a fazer parte do bolo global da herança do industrial e é agora reclamado pelos restantes herdeiros, que não foram informados da transferência.»
in JN online, 09-8-2010

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