«Ouvir uma proposta de uma mulher interessada em comprar os direitos sucessórios no espólio do milionário Lúcio Tomé Feteira, relativos à Fazenda Pedra Grande , em Maricá. Esse foi o argumento usado pelo advogado e ex-deputado português Domingos Duarte Lima, para levar a secretária portuguesa Rosalina da Silva Cardoso Ribeiro, de 74 anos, até a Região dos Lagos, na noite do dia 7 de dezembro de 2009.
Trinta minutos após chegar a Maricá, Rosalina foi levada, por alguém ainda não identificado, para um estrada deserta em Saquarema, município vizinho, e assassinada com um tiro na testa e outro no peito.
A vítima estava envolvida, no Brasil, na disputa de um espólio de R$ 80 milhões do empresário Lúcio Tomé Feteira, com quem viveu um caso de amor que durou 32 anos. Segundo o advogado Normando Ventura, responsável pela defesa dos interesses da portuguesa no país, foi o próprio advogado português quem lhe contou o motivo do encontro, marcado, por telefone, com a secretária assassinada.
— Duarte Lima me ligou dias após o crime. Ele disse que marcou o encontro com a Rosalina para tratar da venda de um quinhão dos direitos sucessórios da fazenda. Ele dizia que era contra a venda, mas estranhamente a levou a Maricá para ouvir uma proposta. Ele alega que deixou Rosalina conversando com uma mulher e voltou para o Rio — disse Normando Ventura.
Localizada em Inoã, no município de Maricá, a Fazenda Pedra Grande tem mais de 4 milhões de metros quadrados e serve atualmente para extração de areia. A propriedade foi arrendada para a mineração Santa Joana por Olímpia de Azevedo Tomé Feteira. Filha de Lúcio Feteira e fruto de um relacionamento extraconjugal do empresário, que morreu em dezembro de 2000, Olímpia disputava o espólio do milionário com a secretária assassinada.
Ela acusou Rosalina de ter desviado, em 2001, cerca de 5 milhões de euros de uma conta que Feteira mantinha na União de Bancos da Suíça. Segunda Olímpia, o dinheiro foi desviado para um conta de Domingos Duarte Lima. Em entrevista que foi ao ar, no fim da noite de quinta-feira, na TV portuguesa RTP, Duarte Lima falou sobre o assunto. Sem entrar em detalhes, ele não quis confirmar ter recebido o dinheiro.
— Havia uma relação financeira no âmbito profissional, mas não falo em público sobre isso. Não posso falar de relações financeiras entre mim e uma pessoa que foi minha cliente por nove anos. As contas pertenciam a Rosalina ela podia movimentá-las — resumiu.»
in http://extra.globo.com/, 29-8-2010
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