sábado, 21 de agosto de 2010

Rio de Janeiro: Líder do tráfico na Rocinha esteve no sequestro ao Hotel Intercontinental



«Os dez criminosos que sequestraram 35 pessoas no Hotel Intercontinental, no Rio de Janeiro, foram detidos pela polícia. Todos têm antecedentes e, entre eles, está o número dois do tráfico de drogas na favela Rocinha. Veja o vídeo da operação policial.

Depois de ter libertado cerca de 35 reféns do Hotel Intercontinental, no Rio de Janeiro, após horas de negociações com o grupo de criminosos, a polícia brasileira efectuou uma revista quarto por quarto da unidade hoteleira, que já terminou.

Mais de 50 portugueses permaneceram cercados no Hotel Intercontinental, no Rio de Janeiro, durante cerca de três horas. Na altura havia 1.500 pessoas no edifício.

De acordo com informação da Polícia Militar, citada pelo jornal "O Globo", foram detidas dez pessoas, que fizeram cerca de 35 reféns na cozinha do hotel, 30 dos quais funcionários e cinco eram hóspedes.

Tudo começou com um intenso tiroteio na rua que durou cerca de 40 minutos. Uma mulher morreu e quatro polícias ficaram feridos.

Entre os presos, segundo indicação da polícia no site do jornal "O Globo", está o segundo homem na hierarquia do tráfico de drogas da Rocinha, conhecido como "Perna". Aos detidos foram apreendidas várias armas, nomeadamente cinco pistolas, três granadas, munições e um computador portátil.

O "Folha de S. Paulo" acrescenta que a polícia suspeita que na altura em que os criminosos foram surpreendidos pelas autoridades na rua, armados, estariam a escoltar o traficante Francisco Bonfim Lopes, conhecido como Nem, o chefe do tráfico na favela.

Há suspeitas de que Nem tenha se ferido durante o confronto, mas a polícia não sabe do seu paradeiro.

Segundo o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, citado pelo jornal "Folha de S. Paulo", a mulher que morreu durante o tiroteio, identificada como Adriana Duarte de Oliveira dos Santos, de 41 anos, é a tesoureira do tráfico da Rocinha.

"O hotel está cercado pela polícia, aqui da janela vejo carros da polícia e metralhadoras apontadas às janelas do hotel”, contou ao JN um português tripulante da TAP, durante o cerco da polícia ao hotel.

"Começámos a ouvir tiros na rua e a ouvir os helicópteros cerca das oito da manhã”, contou o tripulante da TAP. "Os criminosos estão aqui dentro do hotel”, contou.

No total, estavam pelo menos "três ou quatro tripulações" da companhia área portuguesa, confirmou a mesma fonte ao JN. "Serão pelo menos cerca de 50 tripulantes da TAP, mas há mais portugueses no hotel", disse.

Aos hóspedes foi aconselhado que se mantivessem fechados nos quartos do hotel até que a situação estivesse controlada pelas autoridades.

Entre os hóspedes do Intercontinental havia atletas que participam amanhã, domingo, na meia maratona do Rio de Janeiro e dezenas de participantes num congresso de oftalmologia.

Os confrontos com a polícia tiveram início na Favela da Rocinha, nas imediaçãos do hotel de luxo.»
Texto in JN online, 21-8-2010

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