«Entrou a meio da manhã no Tribunal de Pombal algemado e cabisbaixo. Ouviu os gritos de populares e à sugestão de uma mulher para que lhe cortassem o pescoço, Abel respondeu, calmamente: "Façam-me esse favor".
Depois de algumas horas a ser interrogado pelo juiz de instrução criminal, Abel Ribeiro, 35 anos, viu-lhe ser aplicada a medida de coacção mais gravosa: a prisão preventiva. Ficará no Estabelecimento Prisional de Leiria a aguardar o desenrolar do processo. É suspeito dos crimes de homicídio qualificado, profanação e ocultação de cadáver.
O suspeito - detido na casa da mãe com quem vivia, em Albergaria dos Doze, Pombal, na noite da passada terça-feira pelos inspectores da Polícia Judiciária (PJ) de Coimbra - foi recebido por algumas dezenas de populares que se concentraram à porta do tribunal e que gritavam: "assassino". Uma mulher, olhou Abel e exclamou: "era cortarem-te o pescoço!", ao que ele respondeu, caminhando calmamente, entre dois polícias, : "Façam-me esse favor".
O indivíduo apenas começou a ser ouvido pelo juiz durante a tarde e saiu do tribunal, algemado, depois das 17 horas. Sempre cabisbaixo.
Abel manteve o "discurso calmo" que o tem caracterizado desde que foi detido pela PJ. Terá confirmado ao juiz a versão que confessou aos inspectores. Assume que, em Agosto do ano passado, em dia que não sabe precisar, asfixiou a mãe com uma almofada, depois de lhe ter dado comprimidos para dormir que introduziu no leite. Explicou que, na tentativa de se desfazer do cadáver, cortou as pernas, braços e cabeça, embrulhou tudo num cobertor e colocou-o numa arca frigorífica.
Os utensílios utilizados - serrote e faca eléctrica - e ainda não encontrados pela PJ terão sido depois abandonados num pinhal, a cerca de dois quilómetros do apartamento onde residia com a mãe, Maria Dias Leal, 55 anos, .
Com recurso a dois detectores de metais, os inspectores auxiliados por dois funcionários da junta de freguesia local têm procurado esses objectos nos locais onde Abel diz tê-los escondido. As buscas, , assegurou fonte da PJ, duram há dois dias e vão continuar.
Segundo apurou o JN, ainda não foi realizada a autópsia ao cadáver de Maria Leal, pelos técnicos do Instituto de Medicina Legal, o que deverá ocorrer, hoje, no Gabinete da Figueira da Foz. O funeral deverá realizar-se ocorrer em Formigais, Ourém, de onde ela era natural, depois do corpo ser entregue à família.»
in JN online, 19-6-2009
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