«Amarrado e com a boca cheia de papel para não gritar. Foi assim que o vigilante de um ginásio de Telheiras, em Lisboa, passou mais de três horas em aflição enquanto três assaltantes, encapuzados e armados, arrombavam a caixa multibanco das instalações.
O caso aconteceu na madrugada de domingo, pela meia-noite. Três homens munidos com uma faca e com uma arma de fogo conseguiram entrar nas instalações do Mega Craque clube, no Alto da Faia.
O trio foi surpreendido pelo vigilante - ao serviço de uma empresa de segurança contratada - mas não voltou atrás. "Agrediram o homem até ele perceber que não estavam a brincar", disse ao DN fonte policial.
A vítima, de 55 anos, foi amarrada e enfiada dentro do balneário. E, para que os seus gritos não fossem audíveis do exterior, os assaltantes encheram-lhe a boca com papel.
Ainda assim o vigilante ouviu o que os homens fizeram durante mais de três horas. A vítima contou à polícia que os ouviu trocar impressões e percebeu que dois deles seriam brasileiros e um português. Mas não lhes viu a cara, porque eles tiveram o cuidado de ir encapuzados. Aliás, o próprio ginásio dispõe de sistema de videovigilância.
Os assaltantes estiveram cerca de três horas a abrir a caixa multibanco com uma máquina de corte. Pelo meio dos trabalhos, um dos assaltantes ainda foi ter com o vigilante. "Tirou-lhe o papel da boca e deu-lhe água", disse a mesma fonte. Depois, voltou a tapar a boca.
Já perto das 04.30 de domingo, os assaltantes roubaram o telemóvel ao vigilante e fugiram com o dinheiro da caixa - uma quantia ainda não apurada. Tentavam, assim, evitar que o homem pedisse ajuda rapidamente.
O vigilante só conseguiu soltar as amarras que o prendiam meia hora depois. Deslocou-se a uma cabina telefónica, também dentro do ginásio, e telefonou para o 112. "Não tinha dinheiro sequer", disse a fonte policial.
O homem sofreu algumas escoriações, mas não necessitou de ser hospitalizado. A Polícia Judiciária foi chamada ao local, para recolher vestígios do crime.
O vigilante desconhece o carro usado pelos assaltantes, porque só os viu dentro do ginásio. Ainda assim, a PJ levou a gravação captada pelo sistema de videovigilância, para tentar captar mais algum pormenor dos suspeitos.
Naquela noite não foi registado mais nenhum assalto do género na Divisão da PSP de Benfica. O DN contactou com o clube, mas os funcionários desconheciam o caso.»
in DN online, 16-6-2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário