«Com a vaga de violência do último Verão ainda bem presente, as polícias montaram uma estratégia sem precedentes para conter a criminalidade. Em vésperas de eleições, os próximos meses podem ser fatais ao Governo, que terá o primeiro grande teste à sua política de segurança. Nunca como antes as polícias trabalharam tanto em conjunto. No gabinete e na rua.
Um controlo apertado às residências dos criminosos, para limitar a sua mobilidade e impedir que cometam crimes, é uma das apostas das polícias para conter a criminalidade e impedir uma vaga de violência idêntica à de 2008.
No Gabinete Coordenador de Segurança (GCS), dirigido pelo secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Mário Mendes, os chefes máximos da PJ, PSP, SEF, GNR e SIS apresentaram e trocaram todas as informações que tinham sobre suspeitos que ainda não conseguiram prender. Identificaram as suas ligações, modus operandi, sistematizaram a composição dos gangues e, num mapa detalhado, circunscreveram as suas moradas habituais.
Estão essencialmente localizadas nas áreas dos bairros problemáticos. "São cerca de uma dezena aquelas a que designámos 'zonas- -problema'", disse ao DN uma fonte do GCS. O "cerco" tem a participação activa das unidades especiais da PSP e da GNR, designadamente as equipas de reacção táctica encoberta (ERTE), treinadas com apoio das "secretas" . Criadas há dois anos, têm vindo a crescer na PSP (onde existem cerca de 50) e na GNR. São uma espécie de "espiões" que podem estar a desempenhar o papel de qualquer cidadão numa actividade de rotina, mas que têm à rectaguarda um aparato bélico que lhes permite, em poucos segundos, reagir de forma musculada a qualquer ameaça (foto em baixo).
"Temos conhecimento das zonas, dos tipos de crime em causa e as unidades encobertas são enviadas para esses locais", explica Meireles de Carvalho, comandante nacional de Operações da GNR.
Só numa zona da área de Lisboa, cuja localização o DN entende não divulgar, foram identificados 300 suspeitos que vão estar debaixo de olho destes homens. Do levantamento exaustivo feito em conjunto pelas polícias foram também apontados cerca de duas dezenas de estrangeiros ilegais que tinham cometido crimes e que estavam a aguardar julgamento em liberdade. No mês passado foram expulsos do País. Discretamente.
"Tem sido decisiva a colaboração e articulação entre todas as forças de segurança e serviços de informação", salienta o general Meireles de Carvalho. Os resultados começam a ser visíveis.
A PJ, que investiga os crimes mais graves e violentos, aumentou em 30% as detenções nos primeiros cinco meses do ano. Segundo o director nacional adjunto, Pedro Carmo, "perto de metade dos criminosos ficou em prisão preventiva".
A PSP aumentou 18,62% as detenções e 31% as relacionadas com posse ilegal e tráfico de armas. As polícias acreditam que, para já, a criminalidade está controlada. O Verão será o teste à estratégia montada e à política de segurança do Governo. »
in DN online, 22-6-2009
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