«A gémea de Carolina Salgado apresentou uma terceira versão no Apito Dourado. Após ter acusado Pinto da Costa de a subornar, alega, agora, ter sido pressionada para mentir em favor da irmã. E envolve um procurador numa queixa.
Aparentemente de forma voluntária, a 15 de Maio passado, Ana Salgado deslocou-se ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Ministério Público do Porto para apresentar a referida "queixa", segundo a qual, ao denunciar, a 4 de Março passado, que foi paga por Pinto da Costa em envelopes mensais de cinco mil euros em notas para mentir, pretendeu apenas beneficiar a irmã.
Ana diz, agora, que aquela denúncia é falsa e foi feita por pressão de Carolina, que estaria preocupada com o processo dos incêndios dos escritórios do presidente portista e do advogado Lourenço Pinto, cujo julgamento está marcado para o próximo mês. A ideia seria desacreditar Pinto da Costa, preparando assim caminho para a sua absolvição. Sobre o dirigente recairia, também, a suspeita de crimes de suborno e instigação a falso testemunho.
Na queixa, segundo informações recolhidas pelo JN, Ana Maria descreveu como, alegadamente, reatou relações com Carolina e combinou a versão incriminatória para Pinto da Costa apresentada num inquérito da Procuradoria-Geral da República (PGR) que averigua o "teor e circunstâncias" do depoimento que, em Junho de 2007, prestou do DIAP do Porto (ver coluna ao lado).
Descreveu, também, a forma como, na madrugada de 4 de Março passado - no primeiro dia do julgamento do caso "envelope", em Gaia, no qual Pinto da Costa acabou absolvido -, foi levada e recebida na PGR pelo procurador-geral adjunto, Agostinho Homem, após contactos com os advogados de Carolina. Ana afirma que este magistrado lhe disse que nunca acreditou na sua primeira versão. E diz, ainda, que assinou o auto com as declarações contra o presidente do F. C. Porto sem o ler.
Contactado pelo JN, Agostinho Homem, jubilado desde o passado dia 3, admite ter conhecimento da nova versão de Ana. "Não merece comentários. Fiz tudo com toda a legalidade. Em 40 anos de trabalho, dei sempre a ler as declarações às pessoas inquiridas e advogados", frisa.
O ex-vice-procurador-geral da República acrescenta que não se sente "atingido" pelas declarações de Ana e que, para já, não apresenta queixa-crime: "Se vier a esclarecer o que diz, poderei participar dela na devida altura".»
in JN online, 26-6-2009
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