quinta-feira, 4 de junho de 2009

"Caso Maddie": Gonçalo Amaral força reabertura do processo

Maddie

«Gonçalo Amaral, o ex-coordenador da Polícia Judiciária (PJ) que investigou o desaparecimento de Madeleine McCann, vai avançar com uma queixa-crime contra os pais da criança, Gerry e Kate. Neste processo, apurou o DN, o autor do livro "A Verdade da Mentira" pretende analisar a investigação feita em 2007 e trazer a Portugal novos testemunhos de forma a reabrir o processo do desaparecimento arquivado em Julho de 2008. "É preciso discutir o que se fez e o que ficou por fazer", declarou ao DN Gonçalo Amaral.

O antigo coordenador da PJ tem já constituída uma equipa de três advogados - António Cabrita, Henrique Pires Teixeira e Francisco Almeida Garrett - que o vão acompanhar nos próximos tempos, quer no ataque ao casal McCann quer à defesa, já que Gerry e Kate anunciaram publicamente a intenção de mover um processo cível contra Gonçalo Amaral.

Em declarações ao DN, o advogado António Cabrita, que já representou Gonçalo Amaral no caso das alegadas agressões a Leonor Cipriano, mãe de Joana, confirmou que existe uma "intenção de Gonçalo Amaral em fazer uma queixa por difamação e ofensas ao bom nome contra o casal McCann e o porta-voz, Clareance Mitchell". Por agora, os advogados ainda estão a estudar qual o tribunal competente para a apresentação da queixa. Isto porque, como as declarações que estão em causa foram na sua totalidade reproduzidas em meios de comunicação social é preciso, como explicou António Cabrita, "definir o local onde o visado teve conhecimento delas", para então determinar qual o tribunal competente.


Gonçalo Amaral

Com a apresentação da queixa-crime, Gonçalo Amaral terá que justificar porque se sentiu ofendido e difamado pelos McCann. Ora, para isso o antigo investigador da Polícia Judiciária irá recorrer ao processo do desaparecimento de Madeleine McCann, por um lado, e por outro a testemunho de pessoas que, de alguma forma, possam envolver Gerry e Kate no desaparecimento da filha. "Vou trazer pessoas de Inglaterra e da Irlanda a testemunhar", declarou ao DN Gonçalo Amaral, sem querer adiantar mais pormenores sobre a queixa-crime. "O que Gonçalo Amaral tem dito diz respeito a uma investigação que, pessoalmente, acho que ficou a meio do caminho", concluiu António Cabrita. Quanto à reabertura do caso Maddie, António Cabrita disse: "Isso é uma decisão que compete ao Ministério Público."

Além dos McCann, os advogados de Gonçalo Amaral também estão a estudar a hipótese de avançar com processos contra alguns jornais ingleses. Para isso, os representantes do ex-coordenador da judiciária estão a tentar encontrar uma ligação com advogados ingleses que possam tratar do assunto em Inglaterra.

Já numa fase mais adiantada, no que diz respeito a processos, está o casal McCann. Gerry e Kate , "em conjunto com os três filhos, Madeleine, Sean e Amelie", como foi anunciado, já avançaram para um tribunal.

Em Maio, o casal McCann, através de comunicado, anunciou que iria avançar para os tribunais portugueses, tendo em conta as "contínuas e grosseiras afirmações" de Gonçalo Amaral, em Portugal e no estrangeiro, sobre o desaparecimento da criança em Maio de 2007.

Gerry e Kate McCann contrataram para este processo a advogada Isabel Duarte, especialista em Direito da comunicação que, desde há muitos anos, defende o jornal Expresso em casos de abuso de liberdade de imprensa e difamação. »

in DN online, 04-6-2009

casal McCann


Sem comentários:

Enviar um comentário