quarta-feira, 10 de junho de 2009

Allan Shariff: Burlou bancos americanos

«O luso-americano Allan Shariff foi acusado de 28 crimes de burla, extorsão e branqueamento de capitais, a par de mais sete pessoas.

É suspeito de, desde Torre de Tavares, Mangualde, ter burlado entidades financeiras estrangeiras.

O indivíduo tornou-se conhecido por, em Março de 2007, ter conseguido usar um português num assalto em Miami, Estados Unidos, que viria a ser frustrado.

A acusação do Departamento de Investigação e Acção Penal do Ministério Público de Coimbra, imputa ao indivíduo burlas sobre empresas dos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Dinamarca e Holanda, onde funcionavam serviços financeiros da "Western Union" e da "Moneygram".

A actuação era concretizada a partir de Portugal, através de programas informáticos de
conversação telefónica (como o Skype), dados os conhecimentos informáticos de Shariff.

De acordo com informações recolhidas pelo JN, o luso-americano ligava para aquelas entidades bancárias fazendo-se passar por funcionário do sector informático. Impunha a realização de certas operações de reparação e, no final, pedia que fossem efectuadas "transferências de teste".

Noutras situações, recorria a ameaças de bomba, exigindo em troca a transferência bancária para Portugal. Estas burlas terão levado Shariff a conseguir mais de 190 mil euros. O golpe mais elevado atingiu 36.300 euros.

O envolvimento de mais sete arguidos - um amigo e sete familiares, entre primos e tios, todos da zona de Viseu - surge neste pormenor: eram os destinatários das transferências bancárias.

Neste processo, investigado pela Unidade Contra-Terrorismo da PJ, não está incluído o caso que levou à detenção, em Março de 2007, de um cidadão português por tentativa de assalto ao "Commercial Bank of Florida", em Miami. Viria a apurar-se que aquele cidadão, Paulo Almeida, teria sido manipulado por Shariff.

Por causa desta situação, os Estados Unidos solicitaram a extradição do mandante, mas foi negada, uma vez que Portugal não extradita nacionais para fora da Europa. Por isso, corre uma investigação autónoma ao caso e o indivíduo será julgado em Portugal.

O arguido, de 29 anos, foi detido em Junho de 2008, em Viseu. A investigação contou com a colaboração das autoridades do Reino Unido, Dinamarca, Holanda e Estados Unidos. »

in JN online, 10-6-2009

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