quinta-feira, 11 de junho de 2009

PSP: Foi suspenso oficial suspeito de pedofilia

«O subcomissário da PSP investigado por actos sexuais com adolescentes foi anteontem suspenso das funções que exercia no Departamento de Deontologia e Disciplina da Direcção Nacional da PSP.

O oficial foi chamado às instalações da Direcção Nacional da PSP, na Penha de França, em Lisboa, onde chegou "visivelmente abatido", segundo apurou o DN. Negou as suspeitas que recaem sobre si. E, pouco depois, abandonou o local com a informação de que nos próximos noventa dias estaria suspenso preventivamente enquanto decorre a investigação da Polícia Judiciária.

A ordem de serviço foi dada pelo director nacional da PSP, superintendente-chefe Oliveira Pereira, e seguiu ainda segunda-feira para o Comando da PSP de Lisboa, onde o oficial em questão chegou a prestar serviço.

Na nota não foi indicada a razão da medida, porque há cerca de ano e meio um despacho do director nacional ordenou que o motivos das suspensões não fossem explicitados - porque alguns dependem de investigações que poderão dar em nada.

Tal como o DN noticiou na passada semana, o caso chegou às mãos do Ministério Público no dia 1 de Junho, através da PJ. No computador do oficial, terão sido encontradas várias ligações a páginas da Internet de conteúdo pedófilo, durante longos períodos de tempo. E não só.

Contactado pelo DN, o próprio oficial da PSP - que pediu para a sua identidade ser mantida no anonimato - confessou que se masturbou perante o computador enquanto teclava com uma adolescente de 17 anos. Mas isso foi em casa, quando estava de baixa médica, depois de ter sido submetido a uma intervenção cirúrgica à vesícula.

Foi o irmão da rapariga que, desconfiado do relacionamento da sua irmã, configurou o computador para que gravasse tudo o que ela fizesse. Mais tarde esse mesmo vídeo foi enviado para diversos endereços de e-mail, incluindo para o da mulher do oficial da PSP, de 44 anos.

O subcomissário garantiu que esta situação apenas aconteceu quando a rapariga já era maior [a lei criminaliza actos sexuais com adolescentes entre os 14 e os 16 anos] e que foi um caso isolado.
Na altura também admitiu ao DN que consultava páginas da Internet com conteúdo pedófilo, mas por mera investigação e curiosidade policial - apesar de estar ao serviço do Departamento de Deontologia e Disciplina, que instrui os processos disciplinares instaurados aos polícias.

Fonte da PSP disse, no entanto, ao DN que o acesso a sites com conteúdo pornográfico através da PSP é restrito e que nem todos podem consultar, mesmo para trabalho de investigação.

O subcomissário sob suspeita já passou pelo Corpo de Intervenção e pelo comando de duas esquadras da PSP, uma na Margem Sul e outra em Lisboa. É pai de duas meninas adolescentes.

Apesar de garantir que o seu "erro" está retratado nesse vídeo, para a PJ haverá mais indícios que estão agora a ser investigados e que poderão transformar-se numa acusação.

Contactada pelo DN, a Direcção Nacional da Polícia Judiciária recusou adiantar pormenores sobre o caso, por estar ainda sob investigação. Já a Direcção Nacional da PSP terá recebido informação oficial da investigação, já que na semana passada garantiu tomar medidas assim que tivesse conhecimento oficial do caso.

A suspensão preventiva é uma das medidas mais graves aplicadas a elementos da PSP que sejam alvo de uma investigação. A confirmarem-se os factos, o oficial poderá ser expulso da Polícia.

Uma fonte da Direcção Nacional da PSP disse ao DN que o comportamento do oficial nas instalações deixou os colegas "muito preocupados" e lembrou que o acto pode ser visto como reprovável por todos. Resta saber se configura crime. »

in DN online, 11-6-2009

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