quinta-feira, 11 de junho de 2009

Lisboa: Jovem deficiente agredida pela mãe

«Após anos de maus tratos por parte da mãe e do padrasto, Julieta Rodrigues, de 18 anos, foi nesta terça-feira internada no Hospital Curry Cabral, a pedido das irmãs. A jovem, que sofre de deficiência mental, deverá ficar no hospital até que alguma instituição a acolha, seguindo um desejo da própria mãe. "Custa-me deixá-la assim mas não há outra hipótese", lamenta a irmã, Sónia Silva, ao CM.

Julieta Rodrigues já passou pelos hospitais Júlio de Matos e Curry Cabral, a Santa Casa de Misericórdia, a PSP e centros de acolhimento. As irmãs e a tia procuram um novo lar para ela, pois não aceitam que seja constantemente agredida e abandonada pela mãe, que vive no Bairro Portugal Novo, nas Olaias.

Deficiente mental, Julieta é incapaz de comer sozinha ou de, simplesmente, garantir a sua higiene pessoal. Aos seis anos, o Tribunal de Menores retirou-a da mãe, Maria, colocando-a no Lar Arco-Íris. Com 18 anos acabados de fazer, foi obrigada a sair e a voltar para casa da mãe, decisão que revolta os familiares da doente.

Segundo uma irmã, Sónia Silva, de 29 anos, e a tia, Maria João Pereira, de 32, os espancamentos são diários e os abandonos constantes por parte da progenitora: "Há dias telefonou--nos a dizer que a menina estava a sentir-se mal. Quando cheguei ao café onde combinámos encontrar-nos, estava lá a Julieta e a mãe tinha ido embora. Inventa desculpas para ficarmos com ela", afirmam. Foram várias as vezes que a PSP teve de entregar Julieta à mãe, que não lhe abre a porta quando a deixa abandonada na rua.

Maria é tida pelas filhas como uma pessoa violenta, que chega a agredir a filha com facas. Também acusam o padrasto de bater na enteada.

A família exige uma decisão por parte do Tribunal de Menores: "Ela pode ter 18 anos mas tem mentalidade de criança", explica a tia, que diz não poder sustentá-la porque não tem os 300 euros necessários para a medicação da Julieta. As irmãs também dizem não ter condições para acolhê-la.

IRMÃ PROTESTA
"As assistentes sociais não podem fazer nada, porque o tribunal deu a guarda da Julieta à mãe."

AUSENTE
O CM tentou por várias vezes falar com a mãe de Julieta. Um bilhete na porta de casa indica que está ausente.»

in CM online, 11-6-2009

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